Oposição do cantor canadense-americano ao uso de sua interpretação de “Hallelujah”
O cantor e compositor canadense-americano Rufus Wainwright, de 51 anos, manifestou sua reprovação ao uso de sua versão da famosa canção “Hallelujah” durante um comício do ex-presidente Donald Trump. Em um comunicado publicado em suas redes sociais na terça-feira, 15 de outubro, Wainwright denunciou a utilização de sua música pelo candidato republicano e reafirmou seu apoio à candidata à vice-presidência, Kamala Harris. O episódio ocorreu em um evento realizado na cidade de Oaks, na Pensilvânia, onde Trump foi descrito por veículos de comunicação, como a NPR, como alguém que transformou a sessão de perguntas e respostas em um “bizarro evento musical”, no qual ele permaneceu em pé em frente ao público enquanto diversas canções tocavam na sonorização. O uso de “Hallelujah” neste contexto gerou uma série de reações, levantando questões sobre a apropriação de músicas que simbolizam valores positivos por figuras políticas controversas.
Wainwright declarou que a canção “Hallelujah”, originalmente composta por Leonard Cohen em 1984, tem se tornado um hino dedicado à paz, ao amor e à aceitação da verdade, e que se sentiu profundamente honrado por estar associado a essa ode à tolerância ao longo dos anos. No entanto, ele não hesitou em afirmar que a visão do ex-presidente Trump junto a seus apoiadores se apropriando deste tipo de música foi uma experiência que ele descreveu como o auge da blasfêmia. Em suas palavras, ele ressaltou que, apesar de estar horrorizado com a situação, o lado bom dele nutria a esperança de que, ao se permitir ouvir e realmente compreender as letras da obra-prima de Cohen, Donald Trump pudesse ao menos sentir um pouco de remorso sobre as consequências de suas ações. Contudo, Wainwright deixou claro que não está esperando por isso com urgência.
Além disso, o cantor mencionou que a campanha de Trump havia recebido uma notificação formal de cessação e desistência por parte da editora responsável pelo patrimônio de Leonard Cohen, o que indica uma tentativa de proteger a integridade da música e seu significado original, em desacordo com a forma como foi utilizada pelo ex-presidente. Ao final de seus comentários, Rufus Wainwright expressou seu total apoio à candidata Kamala Harris, sublinhando a importância de ter vozes que representem valores opostos em face de discursos de polarização e divisão, como os frequentemente adotados por Trump.
A resposta de Kamala Harris ao evento e a condição de saúde vice-presidente
O evento em Oaks também chamou a atenção de Kamala Harris, que, em um tuíte, expressou preocupação com a saúde mental de Donald Trump, compartilhando um vídeo que mostrava o ex-presidente aparentando estar “perdido, confuso e congelado” no palco durante sua apresentação. Além disso, o comício ocorreu apenas dias após os médicos da vice-presidente divulgarem um laudo médico afirmando que ela se encontrava com um estado de saúde “excelente”. O relatório médico, publicado pela Casa Branca e redigido pelo médico Dr. Joshua Simmons, indicava que Kamala Harris possui tanto a resiliência física quanto a mental necessária para executar com êxito as funções da presidência, reforçando sua aptidão e disposição para enfrentar os desafios políticos e sociais atuais, especialmente em um contexto eleitoral tão delicado como o que os Estados Unidos atravessam.
Portanto, a situação envolvendo Rufus Wainwright e Donald Trump evidencia não apenas a luta pela conservação dos valores culturais metamorfoseados em forma de música, mas também destaca a polarização política existente no cenário eleitoral. Wainwright, com sua declaração pública, se posiciona contra a instrumentalização de canções que simbolizam a busca por unidade e compaixão, somando isso ao seu apoio explícito a Kamala Harris, uma candidata que representa uma postura considerada mais inclusiva e progressista. Dessa forma, a música, um meio poderoso de expressão e conexão, se apresenta em um centro de debates sobre propriedade intelectual, política e a responsabilidade dos artistas em relação às suas obras, além de suas repercussões na sociedade contemporânea.