O futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no último sábado que realizará a nomeação de Brooke Rollins, ex-assessora da Casa Branca, para assumir a liderança do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Esta escolha, que marca a conclusão da seleção dos líderes das agências executivas durante sua administração, ocorre apenas duas semanas e meia após sua vitória na eleição presidencial. Rollins, uma figura que já faz parte do círculo restrito de conselheiros e aliados de Trump, traz consigo uma vasta experiência na política agrícola e nos compromissos administrativas.
A nomeação de Rollins precisa ser confirmada pelo Senado, que será controlado pelos republicanos quando Trump assumir oficialmente o cargo em 20 de janeiro de 2025. Ela substituirá Tom Vilsack, o atual secretário de Agricultura sob a administração de Joe Biden, que supervisiona uma ampla gama de políticas, regulamentações e programas de assistência relacionados à agricultura, silvicultura, pecuária, qualidade dos alimentos e nutrição. Rollins se formou na Texas A&M University em Desenvolvimento Agrícola e, desde então, tornou-se uma das principais associadas de Trump, tendo exercido anteriormente a função de chefe de políticas domésticas da administração. Além disso, atualmente ocupa o cargo de presidente e CEO do America First Policy Institute, um grupo que colabora para estabelecer as bases para um possível segundo mandato presidencial de Trump.
Aos 52 anos, Rollins tem um histórico que inclui a função de assistente do ex-governador do Texas, Rick Perry, e a direção de um think tank, a Texas Public Policy Foundation. Sua nomeação para o cargo de secretária de Agricultura representa não apenas uma renovação na liderança do USDA, mas também a intenção de Trump de manter uma continuidade em sua abordagem política anterior, especialmente em relação ao setor agrícola.
Embora Trump não tenha fornecido muitos detalhes sobre suas políticas agrícolas durante a campanha, as decisões que ele tomar podem afetar diretamente os agricultores, especialmente se ele cumprir a promessa de impor tarifas generalizadas. Durante seu primeiro mandato, as tarifas provocadas por suas políticas comerciais resultaram em retaliações por parte de países como a China, que impuseram tarifas sobre exportações norte-americanas, incluindo milho e soja, produtos frequentemente vendidos para o exterior. Como forma de amenizar os impactos dessa guerra comercial, Trump ofereceu grandes pacotes de ajuda bilionária aos agricultores.
Vale lembrar que o USDA foi fundado em 1862 pelo presidente Abraham Lincoln, em um contexto em que cerca de metade da população americana vivia em áreas rurais. Atualmente, o USDA supervisiona múltiplos programas de apoio aos agricultores, saúde animal e vegetal, entre outras responsabilidades que garantem a segurança do abastecimento alimentar nacional. O departamento também administra programas federais de nutrição que atendem a populações de baixa renda, mulheres grávidas e crianças pequenas, e estabelece padrões para as refeições nas escolas.
Em outra frente, Robert F. Kennedy Jr., indicado por Trump para liderar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, prometeu eliminar os alimentos ultraprocessados das refeições escolares e proibir que beneficiários do Programa de Assistência Nutricional Suplementar utilizem cupons para comprar refrigerantes ou doces. É importante destacar que, embora essas mudanças na alimentação escolar sejam significativas, será o USDA, e não o HHS, que terá a responsabilidade de implementar essas alterações.
Além disso, tanto o HHS quanto o USDA trabalharão juntos na finalização da edição 2025-2030 das Diretrizes Dietéticas para Americanos, que devem ser divulgadas no final do próximo ano, oferecendo orientações sobre dietas saudáveis e padrões para programas federais de nutrição. Essas diretrizes são fundamentais na definição do que os americanos devem ter em suas mesas e para garantir padrões adequados na alimentação das crianças nas escolas.
Assim, a escolha de Rollins pode sinalizar uma determinação de Trump em reforçar as políticas que visam fortalecer a indústria agrícola, ao mesmo tempo que busca atender às críticas e à necessidade de readequação de programas alimentares em meio a um cenário cada vez mais complexo no setor. Fica a expectativa sobre como essa nova equipe irá se comportar e quais serão as diretrizes que determinarão os rumos da agricultura e da nutrição nos Estados Unidos sob a gestão de Trump.