A produção cinematográfica de ‘Wicked’ trouxe à tela um dos momentos mais icônicos da música teatral, a canção “Defying Gravity”. Esta música poderosa, interpretada pela talentosa Cynthia Erivo no papel de Elphaba, ressoa profundamente com o público, levantando questões sobre identidade, poder e a luta contra as injustiças sociais. Lançada originalmente em 2003 na Broadway, “Defying Gravity” se consolidou como o ponto alto do musical e agora ganha nova vida em sua adaptação cinematográfica, preparando o terreno para a segunda parte do filme, prevista para 2025. No entanto, o que realmente significa esta expressão artística que se tornou um hino a favor dos marginalizados?
Desde seu início, ‘Wicked’ apresenta uma narrativa intrincada que entrelaça os destinos de Elphaba, a Bruxa Malvada do Oeste, e Glinda, sua amiga e rival. A canção “Defying Gravity” marca o clímax da primeira parte do musical, dando ao público uma visão intensa do crescimento pessoal de Elphaba e sua decisão de se afastar das expectativas que a sociedade e figuras de autoridade, como o Mágico de Oz e Madame Morrible, impuseram a ela. A letra da canção reflete uma transformação interior, onde Elphaba finalmente se dá conta de que não pode continuar a se submeter às regras impostas por outros, decidindo abraçar sua verdadeira identidade apesar do custo emocional. Esta introspecção se torna evidente logo nas primeiras estrofes:
“Algo mudou dentro de mim,
Algo não é mais o mesmo.
Estou cansada de jogar de acordo
Com as regras de outros.”
Neste momento, Elphaba deixa claro que sua busca pela aceitação, que antes era seu motor, não mais se sobrepõe à necessidade de se libertar das amarras da conformidade. A entrega emocional de Erivo e sua interpretação visceral da letra trazem esse conflito à tona, estabelecendo uma conexão genuína com a audiência.
Na verdade, a canção evolui para um clímax poderoso em que Elphaba se declara livre e decide não se deixar derrubar pelas forças que tentam controlar seu destino. O momento em que ela se eleva acima da Cidade Esmeralda representa não apenas sua ascensão física, mas também um ato de rebelião contra aqueles que a marginalizam. Como Elphaba exprime em seus versos:
“Se você se preocupa em me encontrar,
Olhe para o céu ocidental.
Todos merecem uma chance de voar.”
Essa mensagem de libertação é um forte apelo à diversidade e à inclusão, ressoando particularmente com comunidades como LGBTQ+, pessoas com deficiência, imigrantes e todos aqueles que se sentem à margem da sociedade. A canção “Defying Gravity” se transforma em um verdadeiro hino da resistência. Através de sua letra, Elphaba não apenas reivindica seu lugar no mundo, mas também desafia os preconceitos que a cercam, fazendo ecoar a necessidade de aceitação de todos os profissionais, independentemente de suas diferenças.
A importância de “Defying Gravity” transcende sua atuação fílmica; a música reafirma a ideia de que a luta por inclusão e aceitação é universal e atemporal. Ao escolher se rebelar em vez de ser um mero peão nas mãos de figuras de autoridade, Elphaba se transforma em um ícone de empoderamento. O impacto da canção e sua interpretação visual na adaptação de 2024 deixaram uma marca indelével, criando uma expectativa entusiástica para a continuação da história em ‘Wicked: Parte 2’.
Portanto, “Defying Gravity”, além de ser um espetáculo visual e auditivo, se apresenta como um relato ressoante que nos convida a refletir sobre nosso próprio entendimento de liberdade e identidade. O poder da música e a profundidade da letra fazem com que o público não apenas admire a performance, mas também se identifique com a batalha interna de Elphaba e sua corajosa decisão de se libertar das amarras sociais. O filme ‘Wicked’ não apenas conta uma história de amizade e rivalidade, mas também uma narrativa de coragem inabalável e aceitação de si mesmo, que durará muito além das luzes do palco ou da tela grande.