Fred Harris, o renomado ex-senador dos Estados Unidos pelo estado de Oklahoma e candidato presidencial, faleceu no último sábado. Ele tinha 94 anos e uma trajetória marcada por seu ativismo e compromisso fervoroso com a reforma e igualdade social durante uma das décadas mais tumultuadas da história americana. Sua esposa, Margaret Elliston, confirmou o falecimento, ressaltando que Harris partiu de maneira tranquila, causado por questões naturais. Desde 1976, ele residia no Novo México, onde continuou a ser uma figura influente.

“Fred Harris passou pacificamente na manhã de hoje, aos 94 anos. Ele foi um homem maravilhoso e amado. Sua memória é uma bênção”, afirmou Elliston em uma mensagem enviada à Associated Press.


Fred Harris
Sen. Fred Harris de Oklahoma anuncia sua intenção de concorrer à indicação presidencial democrata de 1972, em Washington, D.C., em 24 de setembro de 1971. 
Bettmann Archive/Getty Images

Harris teve uma carreira notável no Senado, onde serviu por oito anos. Ele conquistou seu primeiro mandato em 1964 para preencher uma vaga e, em 1976, disputou a presidência, embora não tenha obtido sucesso. A trajetória política de Harris foi marcada por uma luta constante em favor dos direitos civis e da luta contra a pobreza, a fim de apoiar minorias e populações vulneráveis.

O governo do Novo México, representado pela governadora democrata Michelle Lujan Grisham, expressou um profundo pesar pela morte de Harris, descrevendo-o como uma presença monumental tanto na política quanto na academia. “Harris foi uma presença imponente na política e sua obra ao longo de muitas décadas melhorou o Novo México e a nação. Ele fará muita falta”, disse a governadora em uma publicação nas redes sociais.

O senador democrata Martin Heinrich também se manifestou, ressaltando que “o Novo México e nossa nação perderam um gigante”, além de destacar seu incansável trabalho em prol dos direitos civis, soberania tribal e das famílias trabalhadoras.

Conforme seus pares e numerosos admiradores refletiam sobre sua vida e legados, a contribuição de Harris na reestruturação das diretrizes do Partido Democrata após a convulsiva convenção nacional de 1968 teve um papel fundamental. Como presidente do Comitê Nacional Democrata nessas décadas, ele ajudou a curar feridas internas do partido e implementou mudanças significativas que resultaram em maior inclusão de mulheres e minorias nas convenções e em cargos de liderança.

O ex-senador reconheceu em 2004 que essas reformas tornaram o processo de seleção dos delegados mais legítimo e democrático: “O Partido Democrata não era democrático, e muitas das delegações eram controladas por chefes locais ou dominadas por eles”, refletiu.

No entanto, a carreira política de Harris não se limitou a cargos e títulos. Ele foi indubitavelmente uma voz ativa na luta pelos direitos civis e contra a pobreza. Em uma entrevista de 1998, ele expressou sua adesão ao populismo progressista e sua aversão ao poder concentrado: “Eu sempre me chamei de populista ou progressista”, afirmou. “Eu sou contra o poder concentrado. Não gosto do poder do dinheiro na política.” Esta perspectiva humanista o consolidou como um defensor dos trabalhadores e das classes médias.

Harris nasceu em 13 de novembro de 1930, em uma modesta fazenda em Oklahoma, e desde muito cedo trabalhou para ajudar no sustento da família. Seu compromisso com a educação o levou a conquistar um diploma em ciência política e história na Universidade de Oklahoma, seguido por um diploma em direito. Ele iniciou sua carreira política no Senado do estado de Oklahoma antes de fazer história em sua ascensão ao Senado dos Estados Unidos.

Após sua saída do Senado, Harris se dedicou à academia, tornando-se professor de ciência política na Universidade do Novo México e continuando a publicar obras que refletiam suas convicções políticas profundas. Ele também era conhecido por seu trabalho com as questões indígenas, junto com sua primeira esposa, LaDonna, que era Comanche.

Com o passar dos anos, mesmo após deixar a vida pública, Fred Harris permaneceu um importante influenciador e referência, respeitado não apenas por sua contribuição política, mas também por seu legado de justiça social e equidade. Harris deixa a esposa e três filhos, além de um vasto legado que continua a inspirar pessoal e politicamente diversas gerações.

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