Vilnius, Lituânia — Na manhã de segunda-feira, um avião de carga da DHL sofreu um acidente nas proximidades do aeroporto da capital lituana, Vilnius, resultando na morte de uma pessoa e um grande alvoroço nas autoridades locais em busca de esclarecimentos sobre as causas do trágico evento. A colisão não apenas destruiu o aparelho, mas também deixou os cidadãos da região em estado de alerta, já que semanas antes, investigações sobre dispositivos incendiários enviados a aviões carregando cargas ocidentais estavam em andamento. Embora os oficiais lituanos tenham destacado suas críticas recentes à Rússia, não se apressaram em vincular diretamente o acidente às suas investigações sucessivas. Contudo, um clima de preocupação paira sobre o caso, uma vez que as tensões na região aumentaram nos últimos meses.

Darius Jauniskis, chefe do Departamento de Segurança do Estado, falou com a imprensa dizendo que era “prematuro associar o acidente a qualquer outro caso ou fazer atribuições precipitadas”. Ele acrescentou que, embora a possibilidade de terrorismo não possa ser descartada, as conclusões agora seriam apressadas. “Estamos cientes do contexto atual e das perspectivas da Rússia, que se tornaram cada vez mais agressivas. Entretanto, ainda não podemos indicar diretamente um culpado”, afirmou. Este alerta para um possível ato de sabotagem não é trivial, considerando as frequentes advertências lançadas por países vizinhos, preocupados com as atividades russas na região.

Imagens capturas no local da colisão em Vilnius mostram os destroços do avião, com pacotes em chamas espalhados pela área residencial que teve acesso bloqueado pelos serviços de emergência. Renatas Pozela, chefe do departamento de bombeiros e resgate, confirmou que a tragédia resultou na morte de um membro da tripulação de quatro pessoas. O avião estava realizando um procedimento de pouso quando, segundo informações da polícia lituana, escorregou alguns metros antes de colidir com uma casa residencial, pegando-a em chamas, além de pequenos prédios adjacentes e um veículo. “Felizmente, conseguimos evacuar todos os doze residentes dessa edificação em segurança”, relatou Vilmantas Vitkauskas, chefe do Centro Nacional de Gestão de Crises.

A DHL, uma conhecida empresa de logística alemã, informou que a aeronave envolvida no acidente era operada por sua parceira, SwiftAir, e estava realizando um “pouso de emergência” em Vilnius. Em um comunicado à imprensa, a empresa confirmou que o acidente ocorreu por volta das 4h30 do horário da Europa Central, enquanto o cargo seguia de Leipzig, na Alemanha, para Vilnius.

Enquanto as investigações continuam, o chefe da polícia lituana, Arunas Paulauskas, informou que os investigadores já foram ao hospital para ouvir os pilotos que sobreviveram ao acidente. No entanto, está longe de estar claro o que pode ter causado este incidente específico. No decorrer do mês, a Lituânia anunciou a execução de prisões em conexão com uma investigação criminal voltada para os dispositivos incendiários que foram enviados em aviões com destino ao Ocidente. Relatos oriundos da Polônia e da Lituânia indicam que os dispositivos, que incluíam massageadores elétricos implantados com uma substância inflamável, foram enviados de Lituânia para o Reino Unido em julho, possivelmente correlacionados com um incêndio em uma carreta do lado de fora de Varsóvia.

As forças de segurança do Reino Unido afirmaram que estavam investigando um incidente semelhante em que um pacote havia pegado fogo em um depósito, um evento que também foi atribuído à Rússia. Kestutis Budrys, conselheiro-chefe em segurança do presidente lituano, reforçou a ideia de que movimentos com tais características estavam sendo orquestrados por forças russas. “Sabemos quem é a fonte dessas operações. É a inteligência militar russa. Não podemos permitir que isso passe sem resposta, pois isso apenas ampliará e escalará para novos tipos de ações”, disse Budrys em entrevista à rádio Ziniu. Tanto a Polônia quanto a Lituânia, integrantes da NATO e vizinhas da Rússia, têm alertado frequentemente sobre atividades de sabotagem atribuídas a Moscovo no solo da União Europeia.

De acordo com o Relatório de Ameaças à Segurança Nacional de 2025 divulgado no final de outubro, os Estados Unidos continuam preocupados com ameaças ao transporte aéreo e sistemas de carga aérea, incluindo o “uso potencial da cadeia de suprimentos de carga aérea para enviar itens perigosos e potencialmente letais”. A Administração de Segurança do Transporte dos EUA declarou que está continuamente ajustando sua postura de segurança conforme necessário e comprometeu-se a compartilhar “todas as informações relevantes com nossos parceiros da indústria, incluindo requisitos e recomendações que ajudem a reduzir os riscos”. Nos últimos meses, a TSA colaborou com parceiros da indústria para implementar medidas de segurança adicionais voltadas aos operadores aéreo dos EUA e às transportadoras estrangeiras em relação a certos envios de carga com destino aos Estados Unidos, em linha com o Roadmap de Segurança de Carga Aérea de 2021.

Enquanto o mundo aguarda por mais informações a respeito do acidente e da potencial ligação com as crescentes tensões com a Rússia, cidadãos e autoridades permanecem vigilantes, conscientes de que novos desenvolvimentos podem surgir a qualquer momento. Que a tragédia em Vilnius sirva como um alerta sobre as complexidades e riscos envolvidos no transporte aéreo internacional e a necessidade de vigilância contínua frente a ameaças emergentes.

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