Uma pesquisa inovadora publicada na revista Gastroenterology se destaca como a avaliação mais abrangente até o momento sobre a prevalência de doenças inflamatórias intestinais (IBD) em crianças nos Estados Unidos. Sob a liderança de Michael D. Kappelman, MD, MPH, professor da Escola de Medicina da UNC, o estudo revela que mais de 100 mil jovens americanos com menos de 20 anos convivem com essa condição. Financiado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o trabalho enriquece o conhecimento que temos sobre a IBD pediátrica, que está em ascensão no país, situando-se entre as taxas mais altas do mundo.
A pesquisa analisou dados provenientes de dois conjuntos de dados de reivindicações de seguros comerciais (O banco de dados Clinformatics® Data Mart da Optum e o Banco de Dados de Pesquisa Integrada em Saúde da Carelon) e dados do Medicaid de cinco estados (Flórida, Nova York, Pensilvânia, Ohio e Califórnia). Através desse extenso conjunto de dados, os pesquisadores obtiveram uma imagem abrangente da IBD diagnosticada por médicos em todo o território nacional. Utilizando uma combinação validada de diagnósticos médicos e medicamentos prescritos, estima-se que a prevalência de doenças inflamatórias intestinais pediátricas aumentou cerca de 22% para a doença de Crohn e 29% para a colite ulcerativa em comparação com os dados de prevalência de 2009.
Os resultados do estudo são alarmantes, revelando que aproximadamente 100.429 jovens americanos sob 20 anos estão vivendo com IBD, com 71 casos da doença de Crohn a cada 100.000 jovens e 44 casos de colite ulcerativa a cada 100.000. Além disso, foram observadas variações significativas nas taxas de prevalência entre grupos raciais e étnicos, sendo que as maiores taxas estão entre os jovens brancos e na região Nordeste dos Estados Unidos. A pesquisa destaca a necessidade urgente de mais investigações que busquem entender as razões subjacentes às diferenças em prevalência entre as etnias. A Fundação Crohn’s & Colitis e outras entidades estão ativamente buscando coletar informações que podem servir como evidências para futuras publicações.
Em suas declarações, Kappelman enfatizou a importância dos dados obtidos, que não apenas informam políticas de saúde e alocação de recursos, mas também ajudam a direcionar prioridades futuras em pesquisas sobre IBD pediátrica. Ele afirmou: “Os achados revelam que a IBD pediátrica afeta um número significativo de jovens americanos, com taxas de prevalência entre as mais altas já relatadas mundialmente. Este estudo fornece dados cruciais que auxiliarão profissionais de saúde e formuladores de políticas a gerenciar essa condição de forma mais eficaz, melhorando assim os resultados para crianças e adolescentes afetados.”
Andrés Hurtado-Lorenzo, PhD, vice-presidente sênior de Pesquisa Translacional e IBD Ventures na Crohn’s & Colitis Foundation, também comentou a relevância do estudo. Ele afirmou que “esta avaliação abrangente da prevalência de IBD pediátrica nos Estados Unidos é um passo importante para entendermos o espectro total da doença em nossos jovens.” Ele ressalta que os dados obtidos são essenciais para que profissionais da saúde e formuladores de políticas tomem decisões informadas sobre saúde pública, com o objetivo final de melhorar a vida dos jovens afetados.
Diante dos achados do estudo, os autores ressaltam que, embora essa pesquisa traga valiosas informações, a investigação futura é necessária para decifrar as razões por trás das variações demográficas e geográficas observadas na prevalência de IBD pediátrica. Este entendimento poderá ajudar a moldar programas de tratamento e estratégias preventivas focadas nas necessidades específicas dos diferentes grupos populacionais. A pesquisa foi financiada pelo CDC e pelo National Institutes of Health, com vários subsídios concedidos à Crohn’s & Colitis Foundation.
A Crohn’s & Colitis Foundation se estabelece como a principal organização sem fins lucrativos focada tanto na pesquisa quanto no apoio a pacientes com IBD, empenhando-se na cura da doença de Crohn e da colite ulcerativa e na melhoria da qualidade de vida das milhões de pessoas que convivem com essa realidade nos Estados Unidos. Além de acelerar o processo de pesquisa, a Fundação também oferece extensos recursos educacionais e de apoio para pacientes, suas famílias, profissionais de saúde e o público geral. Para mais informações, a Fundação pode ser contatada através do site oficial.
A Carelon Research se posiciona como um parceiro confiável em pesquisas de saúde. Como subsidiária da Elevance Health, um dos maiores seguros de saúde do país, a organização colabora com empresas de ciências biológicas, agências governamentais e líderes de pesquisa acadêmica para enfrentar os desafios da saúde com uma combinação poderosa de expertise, dados e relacionamentos. Juntas, essas iniciativas visam tornar a saúde mais acessível e eficiente para os pacientes.
Por fim, o sistema UNC Health, que é uma entidade estadual, junto à Escola de Medicina da UNC, comprometido com a melhoria da saúde dos habitantes da Carolina do Norte e de outros, continua a desempenhar uma função vital na prestação de cuidados de saúde, recebendo reconhecimento por sua qualidade no atendimento e segurança do paciente.