Em um movimento que pode transformar o futuro da mobilidade urbana, a Tesla se prepara para lançar seu serviço de robotáxis nos próximos anos e, para isso, está aparentemente criando uma equipe de teleoperação. De acordo com uma recente vaga de emprego divulgada, a montadora de carros elétricos está à procura de um engenheiro de software que ajude no desenvolvimento de um sistema de teleoperação. Este sistema permitirá que operadores humanos acessem e controlem remotamente os futuros robotáxis e robôs humanoides da empresa, marcando um passo significativo em sua busca pela plena autonomia.
detalhes sobre a nova vaga de emprego e suas implicações
A descrição do cargo para o engenheiro de software, que estará baseado em Palo Alto, elucida que o profissional irá “definir requisitos, tomar decisões de design e implementar a integração de software para este sistema de teleoperação personalizado.” Embora a vaga não especifique se a Tesla está buscando expandir uma equipe de teleoperação já existente ou se está construindo essa capacidade do zero, a existência de tal equipe é significativa. Primeiro porque indica que a Tesla está se comprometendo a implantar seus robotáxis nas vias públicas. Em segundo lugar, representa uma mudança na narrativa anterior da empresa sobre a autossuficiência em seus veículos autônomos.
O CEO da Tesla, Elon Musk, tem enfatizado a capacidade da empresa em alcançar a autonomia total apenas por meio do treinamento avançado de redes neurais e percepção baseada em câmeras, sem depender de intervenções humanas. No entanto, muitos especialistas do setor de veículos autônomos consideram a teleoperação como um elemento crucial para a introdução de carros autônomos nas estradas públicas. Empresas como a Waymo já implementaram sistemas de teleoperação para lidar com situações complexas, como zonas de construção, colisões e falhas de hardware.
o papel da teleoperação na evolução da autonomia veicular
As decisões tomadas por operadores remotos não só ajudam na gestão de situações adversas, mas também oferecem dados valiosos para o treinamento em operações autônomas de Nível 4, de acordo com a definição da SAE. Este nível de autonomia caracteriza um sistema capaz de dirigir-se sob certas condições sem a necessidade de um humano assumir o controle.
A Tesla não é estranha ao conceito de teleoperação. Durante o evento “We, Robot”, realizado em outubro, a montadora utilizou operadores remotos para controlar seus robôs Optimus, que serviram drinks e interagiram de forma descontraída com os convidados. Contudo, as exigências para operar robotáxis à distância podem diferir substancialmente. Por exemplo, a interface de usuário e os controles para os robotáxis provavelmente se assemelharão aos controles de direção tradicionais e incluirão recursos como mapeamento em tempo real e suporte à tomada de decisões em cenários complexos, enquanto a interface dos robôs depende do tipo específico de tarefa a ser realizada. Além disso, os robotáxis exigiriam um sistema de comunicação mais robusto em áreas amplas, e os operadores teriam que registrar suas intervenções para análise posterior de acidentes e casos extremos.
lançamento do protótipo de robotáxi e planos futuros da tesla
No mês passado, a Tesla apresentou seu protótipo de robotáxi – um Cybercab projetado sem volante ou pedais, capaz de transportar dois passageiros. Musk mencionou que a produção desse veículo começará entre 2026 e 2027. Em um ousado plano, ele também anunciou a intenção de lançar um serviço que permitirá que pessoas chamem Teslas autônomos na Califórnia e no Texas em algum momento de 2025, alegando que a empresa já realiza testes na área da baía com seus funcionários.
Embora os detalhes sobre a nova equipe de teleoperação da Tesla ainda sejam incertos, o papel dela pode não se restringir apenas aos robotáxis desenvolvidos sob medida. Musk frequentemente afirmou que os veículos Tesla já existentes, com hardware compatível, um dia poderiam dirigir-se de forma totalmente autônoma com apenas uma atualização de software pela internet, embora tenha recuado sobre essas afirmações ao longo do tempo.
Até o fechamento desta matéria, a Tesla não respondeu imediatamente ao pedido de informações da TechCrunch sobre sua nova equipe de teleoperação. Contudo, é inegável que a criação dessa equipe pode representar uma nova era tanto para a Tesla como para a indústria de veículos autônomos como um todo. À medida que a empresa continua a evoluir e ampliar suas capacidades, uma nova dinâmica de interação entre humanos e máquinas pode estar emergindo à vista.