O renomado ex-produtor da Nickelodeon, Dan Schneider, recentemente obteve autorização para dar seguimento ao seu processo de difamação contra a Warner Bros. Discovery e os produtores do documentário Quiet on Set: The Dark Side of Kids TV, que aborda a controvérsia em torno de sua carreira e seu impacto sobre jovens atores. Essa ação legal surge após as alegações apresentadas no documentário, que estreou em março de 2024, sugerindo que Schneider teria se comportado de maneira inadequada com menores em sets de filmagem.
Em uma decisão do juiz Ashfaq G. Chowdhury da Corte Superior de Los Angeles, datada de 22 de novembro, o pedido da Warner Bros. Discovery e da Maxine Productions para que o processo fosse arquivado foi rejeitado. O juiz argumentou que “este não é um caso manifestamente trazido por Schneider em bases frívolas, apenas para assediar os réus. Ele está processando os réus sobre um documentário que eles realizaram sobre ele, que foca em suas atividades e que, um espectador razoável pode concluir, faz implicações contundentes sobre sua conduta.”
Schneider atualizou suas alegações, indicando que o documentário o retratou de forma injusta, insinuando que ele teria abusado sexualmente das crianças com quem trabalhou. “Esta ação surge do recente docuseries Quiet on Set, onde os demandados afirmam falsamente ou insinuam que Schneider — um produtor de televisão bem conhecido, criador e/ou escritor de alguns dos programas infantis mais amados da história — abusou sexualmente das crianças que trabalhavam em seus programas de televisão. Essas afirmações são fabricadas,” afirmou sua ação judicial.
A série Quiet on Set, que é produzida pela Maxine Productions e união com a Sony Pictures Television, causou um forte burburinho na indústria, com alegações de que, nos bastidores, estrelas menores e a equipe estavam sendo tratadas de maneira inadequada sob a supervisão de Schneider. Após uma colaboração de 25 anos, a Nickelodeon e Schneider decidiram encerrar sua parceria em meados de 2018, após uma investigação realizada pela ViacomCBS que alegou comportamentos abusivos por parte do criador com os membros da equipe, um fato que culminou na não renovação do contrato de Schneider pela produtora.
Embora Schneider tenha pedido desculpas em março pelos seus comportamentos nos sets de filmagem, ele ainda assim nega qualquer alegação de abuso sexual, insistindo que as acusações são sem fundamentos. “O juiz concordou com os advogados de Schneider que a difamação pode ser implícita e que o trailer e o documentário afirmam ou insinuam que Schneider abusou sexualmente das crianças que trabalharam em seu show e que ele era um abusador sexual de crianças,” destacou a decisão judicial.
Essa decisão do tribunal não apenas reafirmou a seriedade das alegações em jogo, mas também ressaltou as vastas implicações que entrevistas e produções audiovisuais podem ter na vida de pessoas comuns, fanáticas por suas carreiras e pelo impacto que suas ações podem ter sobre a sociedade. As reviravoltas legais em torno deste caso deverão continuar a ser acompanhadas de perto, não apenas por aqueles interessados na carreira de Schneider, mas também pela indústria do entretenimento em geral, que continua a lutar com a responsabilidade e as consequências de alegações de abuso.