A Volta, uma nova startup nascida da colaboração entre duas sedes em Milão e Paris, acaba de conquistar um impressionante investimento de pré-seed no valor de €6 milhões (cerca de $6,3 milhões). O objetivo desse aporte monetário é acelerar o desenvolvimento de sua plataforma de software como serviço (SaaS) voltada especificamente para vendas B2B. Essa iniciativa não só representa um marco significativo para a empresa, mas também destaca a crescente necessidade de soluções inovadoras no setor de comércio entre empresas.

um novo olhar sobre o comércio B2B

Em termos práticos, a proposta da Volta se assemelha a um “Shopify para transações B2B”. Enquanto a Shopify, gigante do e-commerce, simplifica o processo de criação de lojas online para consumidores, a Volta acredita que ainda há um espaço significativo para desenvolver uma solução focada exclusivamente nas operações entre empresas. Um dos principais pontos de dor que a Volta identificou é a dependência de muitos atacadistas e empresas de distribuição na Europa de catálogos impressos e processos manuais de pedidos. Isso, sem dúvida, mostra que o setor B2B está com um atraso de, aproximadamente, 15 anos em relação ao B2C, que rapidamente adotou plataformas digitais e soluções integradas de e-commerce.

Nas feiras comerciais e reuniões com potenciais clientes, muitas dessas empresas continuam a lidar com múltiplas versões de seus catálogos em papel. Dependendo do cliente e do contexto, as informações de produtos e preços variam, complicando ainda mais a negociação e a oferta. A Volta, portanto, está determinada a simplificar esse processo de gestão de catálogos, oferecendo uma solução que não visa substituir os tradicionais sistemas de planejamento de recursos empresariais (ERP), mas sim complementar essa etapa inicial, garantindo que uma vez que o pedido de compra seja assinado, a transação seja processada através do ERP.

facilitando a gestão de clientes e catálogos

A plataforma permite que as empresas importem seus catálogos existentes diretamente de arquivos Excel ou de seus sistemas de ERP, procedendo com uma verificação da taxonomia das colunas antes de realizar a importação. Após a integração, os funcionários podem criar catálogos utilizando a interface da Volta, compartilhá-los com clientes potenciais, rastrear negociações em andamento e atualizar pedidos instantaneamente, assegurando que os dados de preços e inventário estejam sempre sincronizados com o ERP.

O co-fundador e co-CEO da Volta, Paul Guillemin, destacou em um comunicado: “O setor B2C evoluiu rapidamente, com plataformas digitais substituindo catálogos em papel e oferecendo soluções de e-commerce integradas, enquanto as operações B2B ainda permanecem paralizadas por processos manuais e ultrapassados”. A Volta também permite a gestão de clientes diretamente pela interface da plataforma. Os usuários têm a capacidade de criar perfis empresariais, categorizar e agrupar clientes conforme suas necessidades. Embora essa funcionalidade não alcance o que é oferecido por gigantes como o Salesforce, Guillemin considera que ela é suficientemente robusta para atender à maioria das empresas.

expectativas futuras e a afirmação do ecossistema empreendedor italiano

O potencial de crescimento da Volta é imenso, e a equipe planeja expandir sua oferta com mais produtos e recursos úteis para empresas de médio porte na área de atacado e distribuição. Envisionando um futuro repleto de integrações logísticas e até mesmo opções de financiamento, a ideia é que, à medida que as empresas começarem a utilizar a Volta, elas perceberão a importância e o valor de gerenciar catálogos em uma plataforma SaaS e, dessa forma, se sintam estimuladas a adotar ainda mais funções disponíveis.

Esse aporte de pré-seed não apenas se destaca como o maior já registrado por uma startup italiana, mas também é um testemunho firme das credenciais dos fundadores. Guillemin já havia fundado a Fretlink, uma startup de transporte rodoviário que captou milhões de euros, embora não tenha escalado conforme o esperado, levando à sua liquidação judicial. Por sua vez, Mario Parteli, co-fundador e co-CEO, tem um histórico de 15 anos no setor de tecnologia, incluindo a fundação da Abiby, uma empresa de caixas de assinatura de cosméticos e beleza. Juntos, essa dupla está determinada a conquistar um marco significativo com a Volta, criando um impacto positivo e duradouro na indústria.

A rodada de investimentos foi liderada pela Emblem, uma firma de capital de risco relativamente nova no cenário europeu, que contou com a participação de outros fundos e diversas contribuições de investidores-anjo. Entre os investidores estão empresas de renome como Robin Capital, Founders Future, Sequoia e a16z, por meio de seus programas de scouting, além de membros das destacadas famílias Berlusconi e Agnelli, que sempre acreditaram no potencial inovador das startups europeias.

Em suma, à medida que a Volta avança com sua visão revolucionária para o comércio B2B, o cenário do empreendedorismo italiano se solidifica como um terreno fértil para inovações e soluções que podem, de fato, alterar a forma como as empresas operam e interagem no ambiente de negócios moderno.

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