Um agente especial do Federal Bureau of Investigation (FBI) foi preso sob acusações de assédio sexual, envolvendo duas mulheres, de acordo com registros policiais e judiciais. O agente, Eduardo Valdivia, que anteriormente foi absolvido de acusações de homicídio após um incidente em um trem do metrô próximo a Washington, D.C., há quatro anos, foi detido em Maryland na última segunda-feira. Este novo episódio é uma reviravolta surpreendente na carreira de um agente que já teve sua conduta questionada em situações anteriores.
A suspensão de Valdivia pelo FBI foi confirmada por um porta-voz da agência, que explicou que ele ficará afastado de suas funções até a conclusão das investigações conduzidas pela polícia do condado de Montgomery, em Maryland. A instituição enfatizou a seriedade com que trata as alegações de crimes e condutas inadequadas, reiterando sua disposição para cooperar totalmente com as autoridades. “Estamos cientes da situação envolvendo a prisão recente de um funcionário do FBI e estamos colaborando com o departamento de polícia do condado de Montgomery”, declarou o FBI em uma nota.
No passado, Eduardo Valdivia enfrentou uma batalha judicial a respeito do tiroteio que ocorreu em dezembro de 2020, quando, durante uma altercação verbal em um trem do metrô, ele disparou contra um homem que já se encontrava em estado vulnerável. Apesar de se ter afastado do incidente por agir em legítima defesa, o júri o considerou inocente de homicídio e outras acusações relacionadas em um julgamento realizado em 2022. Na ocasião, Valdivia usou o argumento de defesa de que o homem o teria abordado de forma ameaçadora, o que o forçou a agir para proteger sua própria vida, embora a evidência demonstrasse que o homem se encontrava ferido e estava sob cuidados médicos devido à gravidade dos ferimentos.
De acordo com registros judiciais atuais, Valdivia agora enfrenta novas acusações, incluindo duas contagens de estupro em segundo grau, correspondendo a eventos ocorridos em maio e setembro de 2024. Seu advogado, Robert Bonsib, que o defendeu anteriormente no caso do tiroteio, confirmou a prisão e expressou que as alegações estão sendo contestadas. “Não aceitamos, à primeira vista, nenhuma das alegações até que todas as provas sejam apresentadas”, afirmou Bonsib, que já havia defendido a inocência de Valdivia antes.
Um porta-voz do departamento de polícia do condado de Montgomery confirmou a identidade do agente preso, mas não fez comentários em relação ao seu passado nas investigações. Os detetives acreditam que pode haver vítimas adicionais neste novo caso, e estão previsivelmente planejando uma conferência de imprensa para encorajar possíveis testemunhas ou afetadas a se apresentarem. Neste contexto, a polícia não divulgou informações adicionais sobre as acusações específicas que Valdivia enfrenta.
Valdivia, que tem 40 anos e reside em Gaithersburg, Maryland, foi mantido sob custódia após sua primeira audiência no tribunal nesta segunda. Um novo comparecimento está agendado para terça-feira, onde o tribunal deliberará sobre sua possibilidade de fiança. No que tange a sua carreira, Valdivia ingressou no FBI em 2011, sendo promovido a agente especial supervisor na sede do FBI em 2019, e continuou realizando suas funções normalmente após seu julgamento anterior.
O incidente de 15 de dezembro de 2020, que desencadeou a polêmica do tiroteio, ocorreu durante uma discussão que rapidamente evoluiu para uma situação de risco. Valdivia disparou a uma distância de aproximadamente dois a três pés, resultando em ferimentos graves no homem atingido, que posteriormente necessitou de cirurgia para a remoção de órgãos internos afetados pelo disparo. A defesa argumentou que Valdivia foi forçado a agir devido ao potencial de uma situação de confronto físico e à necessidade de proteger sua vida.
Com o novo desdobramento de sua prisão, a imagem pública de Valdivia, que já tinha sido abalada devido às acusações de seu uso de força no tiroteio, enfrenta um novo e difícil desafio. A população observa de perto como a justiça lidará com mais essas alegações, tudo isso enquanto se aguarda o desenrolar das investigações futuras. A expectativa é que mais informações possam vir à tona e que mais vítimas se sintam encorajadas a se manifestar, ajudando a elucidar a complexidade da situação que envolve mais este agente do FBI.