Tina Turner, a lendária cantora que deixou uma marca indelével na música e na cultura pop, faleceu aos 83 anos no dia 24 de maio de 2023, após uma longa batalha contra problemas de saúde que a acompanharam por grande parte da sua vida. Nascida como Anna Mae Bullock em 1939, em uma cidade pequena nos Estados Unidos, Turner transformou-se em uma das artistas solo de maior sucesso na história da música, enfrentando inúmeros desafios ao longo de sua jornada. Sua trajetória é uma história de resiliência e triunfo, marcada por colaborações com ícones da música, um relacionamento tumultuado e uma reinvenção que a consagrou como um símbolo de força.
A infância de Tina foi marcada por dificuldades, mas sua paixão pela música a levou a se destacar desde cedo. Ao lado de seu marido, Ike Turner, formou a dupla Ike & Tina Turner, famosa por sucessos como “Proud Mary” e “What’s Love Got to Do with It”. A ascensão ao estrelato, no entanto, foi acompanhada de um relacionamento abusivo que quase destruiu sua carreira. Após conseguir se libertar de Ike e seguir carreira solo na década de 1970, Tina conquistou um novo público com sua poderosa voz e sua presença de palco inigualável.
Em 1981, ela declarou numa entrevista que um paranormal havia lhe dito que ela iria sobreviver e prosperar, e isso se mostrou verdade. Após anos de luta e resiliência, Tina conseguiu recomeçar sua vida, estabelecendo-se como uma artista icônica por seus próprios méritos. Apesar dos altos e baixos, ficou clara sua determinação em encontrar a felicidade e a paz, especialmente após se casar com Erwin Bach, seu segundo marido, em 2013. Ela descreveu seu casamento como uma fonte de amor verdadeiro que lhe permitiu viver sem medo.
Nos últimos anos de sua vida, Tina começou a se concentrar em sua saúde. Apesar de ter suportado a dor física em silêncio, incluindo um acidente vascular cerebral em 2013, um diagnóstico de câncer intestinal em 2016 e a necessidade de um transplante renal em 2017, ela se manteve positiva. Em sua autobiografia de 2018, “My Love Story”, Tina compartilhou sua luta, confessando ter experimentado um profundo sentimento de culpa por ter optado por tratamentos alternativos em vez da medicina convencional, que eventualmente levaram à falência de seus rins. Adicionalmente, ela alertou seus fãs a levarem a saúde a sério, mostrando-se uma defensora da conscientização sobre a hipertensão.
Antes de sua morte, ela fez algumas de suas últimas aparições em público, refletindo sobre sua jornada musical e o impacto que teve na vida das pessoas. Em uma emocionante menção aos fãs, ela expressou a surpresa e a gratidão que sentia ao perceber o legado que deixou. Tina faleceu em sua residência em Küsnacht, na Suíça, onde viveu com Erwin desde 1995, um local que representou seu refúgio nos últimos anos de vida. A perda de Tina é sentida não apenas pelo mundo da música, mas também por todos que se inspiraram em sua resiliência e força. Imediatamente após seu falecimento, tributos emocionantes começaram a surgir de fãs e colegas, destacando a ícone que ela foi.
O legado de Tina Turner é indiscutível. Ela conquistou oito prêmios Grammy, incluindo três Grammy Hall of Fame Awards, e foi induzida ao Rock and Roll Hall of Fame em duas ocasiões. Além de seu talento como cantora e dançarina, Tina era uma ícone da moda, reconhecida pela inovação de seus figurinos, frequentemente ousados e reveladores. Sua trajetória musical, marcada por canções inesquecíveis como “The Best” e “River Deep, Mountain High”, continua a influenciar gerações de artistas e admiradores. Tina não foi apenas uma artista; ela se tornou um símbolo de resistência, particularmente para aqueles que enfrentaram a violência doméstica.
Em retrospectiva, é inegável que Tina Turner deixou um marco duradouro na história da música. Sua capacidade de se reinventar, a profunda coragem que demonstrou em sua vida pessoal e seu compromisso inabalável com sua arte inspiraram milhões em todo o mundo. A lembrança de Tina permanecerá viva através de sua música, suas memórias e a Broadway musical intitulada “Tina”, que celebra seu legado. Como ela mesma colocou: “Você pode transformar veneno em remédio”, uma lição que ecoará por muito tempo na memória coletiva.
Com o falecimento de Tina Turner, o mundo perdeu uma artista verdadeiramente excepcional, mas sua história e legado continuarão a brilhar em cada acorde e refrão. Se você ou alguém que você conhece está passando por violência doméstica, é importante buscar ajuda. Você é importante e sua vida possui valor.