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Assistindo ao filme Wicked se tornou uma experiência polêmica, levando os espectadores a questionarem o comportamento de outros durante as exibições. O surgimento de fotos do filme nas redes sociais, durante um final de semana de abertura recorde, levantou uma série de debates sobre a etiqueta nas salas de cinema. Muitas dessas imagens foram compartilhadas por aficionados da adaptação do aclamado musical da Broadway, que estavam ávidos por capturar momentos emocionantes na tela, o que rapidamente gerou reações mistas no público em geral.
A abertura do filme Wicked, que contou com uma coleção impressionante de críticas positivas e um desempenho equilibrado de bilheteira, foi acompanhada por uma explosão de postagens nas redes sociais. Uma dessas chamadas veio de uma conta de fã de Ariana Grande, que pedia para que os seguidores compartilhassem fotos de sua experiência cinematográfica, levando muitos a se juntarem ao desafio. Enquanto isso, a euforia rapidamente se transformou em desaprovação, à medida que muitos usuários expressaram sua indignação contra aqueles que ousaram tirar fotos durante a exibição do filme, clamando que essas ações eram grosseiras e que deveria haver consequências para tal comportamento. As reações variavam de pedidos para que expulsassem esses indivíduos do cinema, até discussões mais profundas sobre respeito e espaço compartilhado em ambientes públicos.
“Qualquer celular é uma distração em uma sala de cinema escura, é claro — até mesmo aqueles que tentam escondê-lo,” comentou Jason E. Squire, professor emérito na USC School of Cinematic Arts. Sua opinião ecoa uma preocupação crescente entre as cadeias de cinemas, que estabelecem um código de conduta mais rigoroso para manter a experiência cinematográfica preservada. Em reações a essa controvérsia, a popular cadeia de cinemas Alamo Drafthouse publicou uma resposta direta ao chamado viral, dizendo: “Ou simplesmente não faça isso.” Eles integraram um compromisso com seus clientes, enfatizando que a permissão para influenciadores compartilharem a experiência deve ocorrer antes do filme começar.
Conforme o filme, que apresenta Ariana Grande e Cynthia Erivo como Glinda e Elphaba, respectivamente, se torna um fenômeno cada vez mais cultivado entre uma audiência jovem e entusiasmada, cinemas e distribuidores procuram gerenciar esta nova dinâmica que as redes sociais e a tecnologia trouxeram. Com o filme estabelecendo um novo recorde de abertura para adaptações musicais da Broadway, essa interação da audiência coloca em evidência a diferença entre a expectativa e a realidade na sala de cinema, onde o compartilhamento digital instantâneo colide com a necessidade de uma experiência coletiva sem interrupções.
A situação é emblemática de um dilema mais amplo que atravessa a indústria do cinema e a sociedade em geral. Enquanto a tecnologia permite que as pessoas se conectem instantaneamente com seus amigos e seguidores, também cria conflitos sobre normas sociais e respeito pelo espaço compartilhado. O cineasta John Bucher destaca isso ao observar que a tendência crescente de valorizar a individualidade está, de fato, prejudicando a coesão social em lugares públicos como cinemas. “A educação à mesa nos dias de hoje reflete a mudança de nossa sociedade, onde a individualidade muitas vezes supera as necessidades do coletivo”, observa Bucher.
Por fim, entre a batalha entre o desejo de se expressar nas mídias sociais e o respeito por uma experiência coletiva no cinema, a indústria deverá encontrar um equilíbrio que favoreça tanto o engajamento quanto a preservação da magia do cinema. No fim das contas, a escolha de cada um de nós, enquanto espectadores, será moldada não apenas por nossas preferências pessoais, mas também por um apelo mais profundo à civismo e à consideração por aqueles que compartilham a sala escura conosco.