Fort Pierce, Florida — Uma fascinante narrativa de roubo e recuperação se desenrolou recentemente na Costa do Tesouro da Flórida, onde uma impressionante coleção de 37 moedas de ouro, avaliadas em mais de 1 milhão de dólares, foi recuperada após terem sido furtadas em 2015. Essas moedas pertencem a um famoso naufrágio do século XVIII e sua recuperação foi oficialmente anunciada pelas autoridades estatais na última terça-feira. Um caçador de tesouros profissional, Eric Schmitt, foi indiciado em conexão com este caso, o que lança um novo foco sobre as dinâmicas complexas do comércio de artefatos subaquáticos e a importância da preservação do patrimônio cultural.

A comissão de conservação da vida selvagem e pesca da Flórida comunicou que a recuperação das moedas representa um “marco significativo em uma investigação prolongada sobre o roubo e o tráfico ilegal desses artefatos históricos inestimáveis”. Como determina a legislação estadual e federal, os artefatos recuperados serão devolvidos aos seus “legítimos custodiante” – um desfecho que, ao mesmo tempo que encerra um capítulo de ilicitudes, reitera a importância de respeitar a história porta a porta.

O suspeito Eric Schmitt enfrenta acusações de comercialização de propriedade roubada e, segundo as autoridades, ele não é um novato nesse mundo de caça ao tesouro. Em 2015, ele e sua família, atuando como operadores de salvamento contratados, descobriram um total de 101 moedas de ouro a bordo da Frota de Tesouros Espanhola de 1715, durante exploração de águas rasas ao largo da costa de Fort Pierce. Destes, apenas 51 moedas foram corretamente reportadas, enquanto as outras 50 ficaram em uma zona nebulosa de roubos e vendas ilegais.

Desde então, a comissão de vida selvagem da Flórida, em colaboração com o FBI, iniciou uma investigação intensiva que culminou em ações específicas entre 2023 e 2024. Através de pesquisas em vários locais, as autoridades conseguiram recuperar as moedas roubadas de residências privadas, caixas de depósito e leilões, recebendo apoio crucial de peritos em preservação histórica, que ajudaram a autenticar e avaliar os artifícios recuperados.

Entre os avanços mais impressionantes da investigação, um processo de forense digital avançada foi empregado, revelando dados de metadados e geolocalização que ligaram Schmitt a fotografias das moedas roubadas tiradas em seu condomínio em Fort Pierce. Um parecer cativante desse caso é que Schmitt supostamente lançou algumas dessas moedas de volta ao leito marinho em 2016, como parte de um truque para enganar novos investidores da empresa de salvamento.

Ainda há mais moedas a serem recuperadas. As autoridades estão ativamente tentando localizar as restantes 13 moedas que ainda permanecem em mãos erradas. Em uma declaração resoluta, Camille Soverel, investigadora da FWC, enfatizou que “este caso reforça a importância de proteger a rica herança cultural da Flórida e responsabilizar aqueles que buscam lucrar com sua exploração”.

As moedas em questão foram cunhadas em Lima, Peru, entre 1697 e 1712 e fazem parte de um total de 11 embarcações que foram submersas na sequência de um furacão devastador que assolou a região no dia 31 de julho de 1715. A perda dos navios resultou na submergência de um tesouro avaliado, na época, em cerca de 400 milhões de dólares em ouro e joias, um verdadeiro oceano de riqueza. Recentemente, um dos navios – a Urca de Lima – foi aberto ao público e é protegido como parte das preservas subaquáticas arqueológicas da Flórida, um destino que atrai caçadores de tesouros de todas as partes do mundo.

A Flórida, curiosamente, retira 20% dos lucros provenientes das atividades de salvamento de tesouros, enquanto a família Schmitt, na época das descobertas, deveria dividir os ganhos com a empresa “Queens Jewels, LLC”, que possuía os direitos sobre o naufrágio. De acordo com Schmitt, ele sempre acreditou que a busca por tesouros era uma questão de trabalho duro e dedicação, e não mera sorte – uma determinação que agora se traduz em um intenso escrutínio legal e ético. Enquanto o velho ditado sugere que “toda ação tem uma reação”, esse caso em particular ilumina a complexidade do que exatamente significa proteger a história e a cultura de um lugar, pois o que pode parecer um mero fragmento do passado pode, na verdade, ser um resquício de algo muito maior e mais significativo.

Concluindo, a recuperação das moedas não é apenas um sucesso para os investigadores, mas também um apelo à sociedade sobre a importância de respeitar e cuidar do nosso patrimônio cultural. É fundamental entender que cada artefato tem uma história a contar, e essas moedas não são apenas pedaços de metal, mas sim testemunhas silenciosas de um passado glorioso que merece ser celebrado e protegido de forma apropriada.

Similar Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *