A temporada de 2024 da NFL está se configurando como uma das mais turbulentas da memória recente para os torcedores de futebol americano em Nova Iorque. Quando o ano começou, tanto o New York Jets quanto o New York Giants estavam repletos de otimismo, mas o que se segue foi uma espiral de desilusão que não mostra sinais de melhoria. Ambas as franquias estão atoladas em crises sem precedentes; os Jets, com um recorde de 3-8, e os Giants, com 2-9, estão enfrentando situações que poderiam ser consideradas clássicas em suas histórias de frustrações.
O cenário turbulento que ambos os times enfrentam está longe de ser uma novidade para os torcedores dos Jets, que há muito convivem com temporadas decepcionantes. No entanto, a explosão dos dois times nova-iorquinos simultaneamente gerou uma narrativa constrangedora na liga, fazendo os fãs se perguntarem como duas das franquias mais icônicas do futebol americano caíram a tal ponto. A disparidade de desempenho é chocante, especialmente considerando que o início da temporada trouxe esperanças e promessas. Para os Jets, a visão de um ano completo com um dos maiores quarterbacks da história parecia a chave para alcançar as tão sonhadas repercussões nos playoffs. No entanto, as circunstâncias tomaram um rumo trágico quando o quarterback Aaron Rodgers sofreu uma ruptura no tendão de Aquiles na segunda jogada da temporada, encerrando súbita e prematuramente suas esperanças e a temporada dos Jets, que acabaram com um recorde de 7-10 em 2023.
O rompimento com Rodgers levou à demissão do técnico Robert Saleh e ao início de uma série de decisões desastrosas, que culminaram na destituição do gerente geral Joe Douglas. A chegada de Davante Adams, um antigo companheiro de Rodgers, também não se traduziu em sucesso, e o foco da franquia começou a se desviar das aspirações de playoff para uma reestruturação em busca de jogadores mais jovens. Com um elenco em deterioração e rumores sobre a futura permanência de Rodgers, a atmosfera em Nova Iorque é digna de um drama esportivo. Para agravar a situação, a equipe perdeu quatro das cinco partidas subseqüentes à chegada de Adams, e o proprietário Woody Johnson não hesitou em tomar decisões drásticas para tentar reverter a má sorte, incluindo a demissão de Douglas, numa admissão pública do desastre que se tornou a temporada.
Jets: Uma jornada de reveses e incertezas
A atmosfera no vestiário dos Jets, antes elétrica pela chegada de Rodgers, se transformou em um clima de desânimo após uma sequência de derrotas, e a luta de Rodgers para se recuperar de seu ferimento não fez mais do que agregar desconforto. Após uma inesperada derrota para o Indianapolis Colts, os sentimentos de frustração tornaram-se palpáveis, com Rodgers expressando descontentamento nas decisões de seu técnico interino, porém reafirmando sua confiança em Jeff Ulbrich para liderar a equipe, desmentindo assim os rumores de insatisfação. As especulações sobre o futuro de Rodgers aumentaram à medida que o Jets entrava na pausa de suas partidas. O relatório divulgado por fontes da ESPN indicava que Johnson considerava a possibilidade de substituir Rodgers por jovens talentos, um cenário que, se concretizado, mudaria drasticamente o direcionamento do time.
Por sua vez, os Giants não estão em uma situação muito melhor. A equipe, que fez uma grande aposta no quarterback Daniel Jones com um contrato de 160 milhões de dólares, agora sofre as consequências de suas decisões. A chegada do running back Saquon Barkley ao arqui-rival Philadelphia Eagles enquanto os Giants lutam para encontrar um novo equilíbrio, após uma série de derrotas seguidas, justifica o sentimento de desespero entre os torcedores. Após uma campanha de 2-3, o técnico Brian Daboll foi forçado a tomar a difícil decisão de benchar Jones em meio a uma crise de desempenho coletivo. O novo titular, Tommy DeVito, apelidado de “Tommy Cutlets”, é uma tentativa desesperada de recuperar a moral da equipe, mas a realidade se impôs quando os Giants foram dominados em uma derrota de 30-7 para os Tampa Bay Buccaneers.
A análise do desastre: o que vem pela frente?
A espiral descendente na performance das duas equipes tem sido um sério golpe para os torcedores, que depositaram suas esperanças em promessas de reabilitação nas últimas temporadas. Não apenas as temporadas de ambos os times tiveram pior desempenho do que o esperado, mas também criaram uma expectativa de mudanças dramáticas e reestruturações em suas gerências. As críticas têm ecoado não apenas entre torcedores e analistas, mas também entre os próprios jogadores, como demonstrado pelas declarações de Dexter Lawrence, que se manifestou sobre a ‘moleza’ da equipe após a derrota desastrosa. Com a saída iminente de Jones e uma confiança abalada em DeVito, e a incerteza sobre o futuro de Rodgers em um Jets não competitivo, as últimas semanas da temporada prometem ser decisivas e tumultuadas.
Enquanto ambas as franquias de Nova Iorque se encontram em uma encruzilhada, é evidente que não será uma recuperação rápida ou simples. Tanto os Jets quanto os Giants terão que enfrentar suas respectivas crises com responsabilidade, enquanto os torcedores aguardam ansiosamente por sinais de esperança e renovação. O dilema que os fãs enfrentam agora é profundo: será que a resposta para os problemas se encontra dentro das organizações ou será necessária uma mudança mais ampla no cenário do futebol americano na cidade? Somente o tempo dirá se o que foi um pesadelo se tornará uma oportunidade de aprendizado e reconstrução do futebol de Nova Iorque.