A gigante sueca Ikea, conhecida por seus móveis acessíveis e funcionais, está emitindo um alerta sério sobre como as tarifas planejadas por Donald Trump podem impactar os preços de seus produtos, acarretando dificuldades para manter os baixos custos que caracterizam a marca. O CEO do Ingka Group, Jesper Brodin, declarou em entrevista que as medidas poderiam levar a um aumento significativo no custo dos produtos, afetando, portanto, o orçamento das famílias e o cenário econômico global.
Brodin enfatizou que “acreditamos que as tarifas não apoiam empresas internacionais e o comércio global; no final, esse risco se reflete nas contas dos consumidores.” O alerta do executivo se alinha ao discurso crescente entre líderes empresariais que temem as repercussões econômicas dessas taxas que, se implementadas, poderão dificultar ainda mais a vida dos consumidores que já enfrentam aumentos de preços devido à inflação. O foco da Ikea é manter seus produtos acessíveis a um público amplo, refletindo um compromisso com a economia familiar.
Durante a entrevista, o CEO expressou sua preocupação: “Tarifas tornam mais difícil para nós manter os preços baixos e sermos acessíveis para muitas pessoas, que no final é nosso objetivo. Nunca tivemos uma época de benefícios quando enfrentamos altas tarifas.” Embora reconheça a falta de controle sobre a situação, Brodin prometeu que a empresa se esforçará para entender e se adaptar às mudanças nas políticas comerciais. Tal adaptabilidade será crucial para continuar a atender seus clientes em um mercado em constante evolução.
As tarifas propostas pelo presidente eleito Trump são uma parte de sua agenda econômica, que inclui um aumento adicional de 10% sobre os produtos vindos da China, em um esforço para coibir o fluxo de substâncias ilegais. A resposta das lideranças de nações como México e Canadá tem sido clara, com advertências sobre como essas tarifas podem prejudicar as economias de todos os países envolvidos, inclusive dos Estados Unidos.
Claudia Sheinbaum, presidente do México, destacou em coletiva que “uma tarifa será seguida de outra em resposta, e assim por diante, até colocarmos empresas comuns em risco.” Este ciclo de retaliações poderá intensificar ainda mais as tensões comerciais já existentes.
Organizações representativas de setores como o varejo e bens de consumo também expressaram suas preocupações. O vice-presidente da Consumer Brands Association, Tom Madrecki, descreveu as tarifas como um “perigo claro e presente” para seus associados, que incluem grandes empresas como Coca-Cola e General Mills. O impacto nas tarifas pode afetar não apenas a Ikea, mas uma gama de produtos disponíveis para os consumidores, criando um cenário potencialmente problemático para as compras do dia a dia.
Atualmente, cerca de 70% dos produtos da Ikea são fabricados na Europa, enquanto 30% vêm da Ásia, majoritariamente da China. A dependência de fornecedores internacionais torna a empresa particularmente vulnerável às flutuações nas tarifas de importação e às mudanças nas tensões comerciais globalmente.
Em um movimento separado, a Ikea optou por cortar os preços de aproximadamente 2.000 produtos no último ano, o que custou mais de €2 bilhões (cerca de US$2,1 bilhões) à marca, como forma de aliviar a pressão financeira sobre os consumidores diante da inflação crescente. Essa decisão, no entanto, resultou em uma queda na receita anual, mesmo com o aumento no volume de vendas.
Ikea abre nova loja temporária em Londres
Na próxima quinta-feira, a Ikea também irá lançar uma loja temporária na famosa Oxford Street, em Londres, um evento que antecede a abertura de uma loja permanente programada para a primavera do próximo ano. Com a loja Hus of Frakta, inspirada nas icônicas sacolas azuis da Ikea, os visitantes poderão personalizar suas próprias sacolas e explorar uma seleção de cerca de 100 produtos da marca.
A nova loja completa, que deve ser inaugurada no próximo ano, terá três andares e oferecerá aos consumidores a experiência completa de compra que a Ikea é conhecida, incluindo seus famosos almôndegas suecas. O local, que anteriormente abrigava uma loja da Topshop, foi adquirido por £378 milhões (aproximadamente US$476,6 milhões) há dois anos e passou por uma grande renovação, preservando o charme de uma estrutura que tem mais de 100 anos.
Essa nova loja no centro da cidade foi projetada para atender clientes que não podem ou não desejam viajar até as maiores unidades da Ikea, localizadas nos subúrbios de Wembley e Croydon. Assim, a marca continua a se adaptar às necessidades dos consumidores e às dinâmicas do mercado, mesmo em um cenário econômico desafiador.