A vida amorosa de figuras públicas nunca deixa de provocar fascínio, especialmente quando envolve pessoas tão icônicas como Maria Callas, Jacqueline Kennedy e o magnata grego Aristotle Onassis. O relacionamento tumultuado entre esses três personagens emblemáticos é agora abordado no novo filme “Maria”, estrelado por Angelina Jolie, que promete trazer à tona os segredos de um amor repleto de mistérios e paixões. Para quem pede detalhes, a pessoa mais próxima de Onassis, sua secretária Kiki Feroudi Moutsatsos, possui uma perspectiva única e reveladora sobre essa intrigante história. Com suas memórias intituladas “The Onassis Women”, Moutsatsos oferece um olhar íntimo sobre esse triângulo amoroso que marcou a sociedade da época, englobando emoções e disputas que vão além do que se imagina.

Segundo Moutsatsos, que carinhosamente se refere a Onassis como “Aristo”, ele e Maria Callas compartilharam um amor que se estendeu por décadas, mesmo depois que Onassis casou-se com Jackie Kennedy em 1969. O matrimônio com a viúva do presidente dos Estados Unidos simbolizava, para Onassis, uma conquista de status; já para Jackie, representava segurança e proteção em um mundo repleto de incertezas, principalmente após o trágico assassinato de seu primeiro marido. Entretanto, esse casamento não foi suficiente para encerrar a paixão de Onassis por Callas. Moutsatsos revela que, mesmo após o matrimônio, “ele não pôde viver sem Maria” e que “nunca pararam de se encontrar”.

As circunstâncias que levaram à união de Onassis e Jackie são intrigantes. O magnata grego era famoso por sua riqueza, possuindo uma ilha particular e uma companhia aérea, além de recursos financeiros ilimitados. A beleza e o carisma de Jackie, por sua vez, foram atrativos irresistíveis para Onassis, que a via como alguém que poderia solidificar sua posição social. No entanto, essa relação se tornaria um campo de batalha emocional, onde Jackie e Maria coexistiam em um espaço que desafiava os limites da lealdade e do amor. Enquanto Jackie demonstrava um comportamento discreto e calculado, fazendo questão de não deixar transparecer suas frustrações e inseguranças, Callas era mais aberta sobre suas emoções e descontentamento.

A relação entre as duas mulheres nunca foi fácil, como observa Moutsatsos, que percebeu que ambas estavam cientes da presença da outra. “Maria muitas vezes expressava seu desprezo por Jackie. Ela não aceitava comparações entre elas”, afirma. Por outro lado, Jackie, que optava pela sutileza em suas reações e nunca se deixava levar por explosões emocionais, buscava consolo na irmã de Onassis, Artemis Garofallidou, a quem se confiava. Ela sabia da infidelidade de Onassis, mas decidiu ignorá-la, comportando-se de maneira astuta e estratégica.

Com o passar dos anos, a relação de Onassis e Callas se intensificou, a ponto de a soprano afirmar que “eles foram feitos um para o outro”. No entanto, a morte de Onassis, em 1975, deixou Callas devastada. “Ela perdeu a vontade de viver, não queria se alimentar, não ia mais a locais públicos”, recordou Moutsatsos. Callas faleceu dois anos depois, em 1977, em decorrência de um ataque cardíaco. Assim, o que começou como um triângulo amoroso tornou-se uma narrativa de amor e perda trágica.

O filme “Maria” pode, assim, ser visto como uma nova tentativa de entender essas complexas relações entre os personagens, revelando a profundidade das emoções envolvidas e suas consequências. O diretor Pablo Larraín confessa que, embora tenha realizado uma pesquisa extensa para o projeto, não vê a obra como uma biografia tradicional, pois capturar a essência de alguém em um filme é sempre um desafio. A complexidade desses relacionamentos nos lembra que a vida, com suas nuances e desdobramentos, muitas vezes se revela como uma obra de arte em si.

Com “Maria” estreando em cinemas selecionados e previsto para streaming na Netflix em 11 de dezembro, há uma expectativa crescente em torno da forma como essa história se desdobrará nas telonas, reafirmando a relevância e o fascínio que essas figuras continuam a exercer sobre a cultura popular. Como Moutsatsos bem coloca em seu livro, “eu sou a única que se lembra”, invocando a ideia de que as memórias e experiências vividas trazem à tona a verdadeira essência e complexidade do que realmente aconteceu entre essas figuras ilustres.

Finalmente, a história dessas personalidades icônicas nos convida a refletir sobre o amor, a fama e a traição, mostrando que mesmo na vida de grandes pessoas, os desafios emocionais e as decisões pessoais são enormes, permeando uma trama que é nada menos que fascinante.

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