Disney/Patrick Harbron
Atualmente, o setor de streaming está em um ponto de virada. As empresas de entretenimento que operam serviços de streaming, como Disney, Max, Paramount e Peacock, têm enfrentado perdas financeiras significativas, acumulando bilhões de dólares em prejuízos ao longo dos últimos anos. Compreensivelmente, seus proprietários corporativos estão pressionando para que essas plataformas se tornem lucrativas finalmente. Contudo, para aumentar a atração de novos consumidores, essas empresas inverteram sua abordagem ao oferecer grandes descontos, especialmente durante o Black Friday.
Essa é a essência de um paradoxo intrigante: as empresas precisam atrair novos usuários, mas também precisam rentabilizá-los. A batalha pelo mercado de streaming se acirrou, e enquanto algumas plataformas se aproximam da lucratividade, como parece ser o caso da Disney e do Max, a necessidade de adquirir novos assinantes levou essas empresas a adotarem estratégias agressivas de descontos.
O que poderia ser melhor do que conferir a sua plataforma de streaming favorita com preços reduzidos? Os espectadores têm a oportunidade de mergulhar em novos conteúdos e ansiar por suas séries favoritas com um custo reduzido. Entretanto, esse gesto amável é muitas vezes ofuscado pela pressão constante que essas plataformas enfrentam para se manterem competitivas em um espaço saturado.
Dentre os principais serviços de streaming, notamos que alguns não participam das promoções. Netflix, Amazon Prime Video e Apple TV+, por exemplo, não estão oferecendo qualquer tipo de desconto. Isso ocorre porque, ao que tudo indica, essas empresas já foram capazes de alcançar um status de alta lucratividade ou estão sustentadas por gigantes tecnológicos, o que faz com que as promoções sejam desnecessárias.
Por outro lado, empresas como Disney têm se destacado ao apresentar ofertas atraentes para o Black Friday. Entre as promoções, destaca-se a oferta de uma assinatura anual do Hulu por apenas $0,99 por mês, ou o pacote Disney com Hulu por $2,99 mensais, que atrai novos assinantes a considerar suas opções de entretenimento de forma acessível e tentadora. O sucesso da Disney na transição da sua visão de streaming em relação à sua base de consumidores é exemplar, pois a empresa anunciou uma receita líquida de $321 milhões em seu quarto trimestre fiscal, o que marca uma virada significativa em sua trajetória.
Além disso, outras plataformas também buscam conquistar assinantes. A NBCUniversal, por exemplo, possui uma oferta do Peacock com assinatura anual por $19,99, e a Paramount não se deixou intimidar pelas incertezas do futuro ao oferecer descontos no Paramount+ e Paramount+ com Showtime, com planos a partir de $2,99 por mês. A Warner Bros. Discovery não fica atrás, já que também propõe uma assinatura de $2,99 por mês no Max para fomentar a adesão de novos usuários.
Contudo, é preciso estar ciente de que essas promoções geralmente incluem planos com anúncios. Isso acontece porque as campanhas publicitárias são uma fonte de receita importante para muitas dessas plataformas de streaming, provendo uma alternativa para compensar as receitas mensais reduzidas que provém dos subscritores. Portanto, mesmo com os descontos agressivos, essas empresas têm sua estratégia alinhada para maximizar a retenção dos assinantes a longo prazo.
Além do mais, o Peacock, a plataforma que ainda luta para se consolidar no mercado, está oferecendo um plano anual como estratégia para reter usuários e monetizá-los por meio de anúncios. Durante um período em que as assinaturas são mais escassas, aproveitar a chance de descontos na Black Friday pode ser uma direção positiva.
Em resumo, embora a busca pela rentabilidade continue complicada para a maioria das plataformas de streaming além da Netflix, a realidade é que a guerra por assinantes se intensifica. Portanto, a volta das promoções de Black Friday no setor de streaming veio para ficar, e o público deve ficar atento às ofertas irresistíveis que podem surgir no horizonte.
