A equipe de transição de Donald Trump revelou nesta quarta-feira que diversos escolhidos para o gabinete e nomeações para sua administração foram alvo de ameaças violentas, consideradas como “não americanas”, durante a noite de terça-feira e na manhã de quarta-feira. Os novos desafios à segurança de figuras públicas refletem não apenas um clima político altamente polarizado, mas também a crescente onda de extremismo que permeia o discurso político atual.
Karoline Leavitt, que irá atuar como secretária de imprensa de Trump, fez uma declaração enfatizando a gravidade da situação. Ela mencionou que os ataques incluíram desde ameaças de bomba até as chamadas “swatting”, que consiste no ato de fazer uma denúncia falsa sobre um crime com o intuito de provocar uma rápida intervenção policial. Leavitt expressou sua gratidão pela rapidez das ações das autoridades responsáveis para garantir a segurança de todos os envolvidos. “O presidente Trump e toda a equipe de transição estão agradecidos pela ação rápida”, afirmou a porta-voz.
O FBI emitiu um comunicado reconhecendo ter conhecimento das ameaças e enfatizando sua seriedade. “Estamos cientes de várias ameaças de bomba e incidentes de swatting direcionados aos indicados e nomeados da nova administração, e estamos trabalhando em parceria com as autoridades de lei. Levamos todas as possíveis ameaças a sério e, como sempre, encorajamos o público a relatar imediatamente qualquer atividade suspeita às autoridades”, informou a agência governamental. Embora haja crescente preocupação, uma fonte das forças de segurança federal destacou que nenhuma das pessoas ameaçadas era protegida pelo Serviço Secreto dos Estados Unidos, desafiando a percepção comum sobre segurança das figuras públicas neste clima tenso.
A prática de swatting, que se tornou um fenômeno preocupante nos últimos anos, envolve chamar a polícia com informações falsas para incitar uma grande resposta policial em um local específico. As motivações por trás dessas ações muitas vezes estão ligadas a ideologias políticas exacerbadas, refletindo um estilo de política que se intensificou ainda mais no clima atual. Em exemplos mais recentes, figuras públicas como o promotor especial Jack Smith e a juíza Tanya Chutkan, que liderou o caso federal de subversão eleitoral contra Trump, também foram alvo de incidentes semelhantes.
Um dos casos mais alarmantes envolve a congressista de Nova York, Elise Stefanik, escolhida por Trump para ser a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas. Sua residência foi alvo de uma ameaça de bomba, enquanto ela e sua família se dirigiam para casa durante o feriado de Ação de Graças. Em um comunicado de sua equipe, foi revelado que Stefanik e sua família foram informados da ameaça enquanto retornavam para o condado de Saratoga, e a resposta das autoridades policiais de Nova York, das autoridades do condado e da Polícia do Capitólio dos EUA foi imediata e profissional.
Com a pressão sobre a equipe de transição e a continuidade das ameaças à vida de seus membros, muitos se perguntam como o novo governo deverá abordar essa situação delicada. A crescente polarização política e a desinformação têm gerado não apenas um aumento na hostilidade, mas também um ambiente de medo para aqueles em posições públicas. A abordagem da nova administração em relação a essas ameaças será um teste importante da capacidade do governo de proteger seus servidores públicos enquanto navega por um mar de divisões tão profundas entre seus cidadãos.
A CNN procurou comentários de representantes do Serviço Secreto dos EUA e do Departamento de Segurança Interna, mas ainda não obteve respostas. A postura da equipe de transição, entretanto, é uma chamada à ação não apenas para as autoridades, mas também para a sociedade a fim de que as ameaças e a violência não se tornem normas aceitáveis no discurso político. O futuro é incerto, mas as repercussões dessas ameaças poderão ecoar por muito tempo, trazidas à tona em um cenário político já repleto de polêmica e divisão.
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