No dia 27 de novembro, o renomado diretor Jon M. Chu participou do podcast “Open Book with Jenna” apresentado por Jenna Bush Hager, onde compartilhou reflexões sobre a relevância atual da história que inspira o filme Wicked. Chu, que também dirigiu grandes sucessos como “Crazy Rich Asians” e “In the Heights”, argumentou que a narrativa de Wicked e seu material fonte, o clássico “O Mágico de Oz” de L. Frank Baum, permanecem profundamente enraizados na cultura americana. O diretor destaca que a essência do sonho americano está intrinsecamente ligada a temas como a autoconfiança, otimismo e resiliência que permeiam a obra.
Segundo Chu, a história de Baum, publicada em 1900, ainda ressoa de maneira significativa na sociedade contemporânea. Em suas palavras, a narrativa nos convida a revisitar um mundo familiar, onde “Oz é como um velho amigo que conhecemos há tanto tempo, mas que nunca realmente olhamos.” Chu faz uma analogia da narrativa com o sonho americano, comentando que o que há além do arco-íris encapsula a essência perene desse ideal. “O que está além daquele arco-íris se tornou a imagem do que o sonho americano representa”, afirmou o diretor.
Atualmente, Wicked encontra-se em cartaz nos cinemas, apresentando Ariana Grande no papel de Glinda e Cynthia Erivo como Elphaba. O filme retrata as histórias de origem das bruxas de Oz e serve como uma adaptação do romance de 1995 de Gregory Maguire, que por sua vez, se baseia na obra de Baum, além de ter sido adaptado para o famoso musical da Broadway. Essa nova versão da história não só resgata a narrativa original, mas também propõe uma nova perspectiva sobre os personagens e os eventos conhecidos por muitos.
Chu, que lançou recentemente sua autobiografia, “Viewfinder”, em julho, compartilha suas experiências como um cineasta de sucesso e também como um imigrante da primeira geração nos Estados Unidos. Durante a conversa com Jenna Bush Hager, o diretor comentou sobre como ele se identificou com a jornada de Dorothy, a protagonista de “O Mágico de Oz”. “Olhar para os meus pais me faz perceber que eles decidiram deixar um país em busca de um sonho, isso é algo admirável”, refletiu. Esse sentimento de sacrifício e busca por um futuro melhor é uma das mensagens que Chu deseja transmitir com Wicked.
A mensagem central que Chu busca enfatizar é que as histórias são um reflexo da humanidade e que, apesar dos desafios enfrentados, os indivíduos sempre encontram a capacidade de se reerguer. “O que é atemporal nessa história é um padrão de humanidade que sempre encontramos. O que é bonito é que, apesar de tudo, sempre conseguimos superar isso”, afirmou Chu.
Iniciando sua autobiografia com uma citação de “O Mágico de Oz”, onde Glinda instrui Dorothy a “simplesmente seguir a estrada de tijolos amarelos”, Chu revelou que essa mensagem se conectava com sua própria trajetória, mesmo antes de ser convidado a dirigir Wicked. “Ao longo do tempo, percebo que a estrada de tijolos amarelos torna-se cada vez mais ilusória. Talvez, no final, não haja um mágico, mas somos nós que precisamos construir nosso próprio caminho”, explicou.
Em sua visão, os sonhos não são um destino, mas um trabalho contínuo, como um processo de construção. “Espero que as pessoas compreendam isso. Aqueles que estão em busca de seus grandes sonhos devem persistir na caminhada, porque será difícil. Nunca será fácil. O importante é continuar avançando”, concluiu Chu, destacando que as histórias de superação sempre reverberarão em cada geração.
Para aqueles que se interessam em saber mais sobre Wicked e suas raízes, é possível explorar o romance de Gregory Maguire e as outras obras que expandem o universo de Oz, trazendo novas interpretações à história clássica. A busca por significado e identidade, assim como o desejo de se reerguer após adversidades, coloca esta obra em um lugar especial no coração do público, lembrando a todos que, em última análise, cada um é o autor de sua própria história.
Por meio de seus trabalhos e reflexões, Jon M. Chu nos convida a repensar a narrativa que nos foi contada, desafiando percepções sobre vilões e heróis, e nos mostrando que, em nossa jornada, somos protagonizadores da nossa luta pela realização dos sonhos.