A cada ano, a celebração do Dia de Ação de Graças oferece a oportunidade de reflexão e gratidão, além do tradicional banquete com familiares e amigos. No entanto, para alguns moradores de áreas remotas do Alasca, como Skwentna e West Susitna Valley, a dificuldade de acesso à comida e a falta de opções tradicionalmente disponíveis, como o peru, tornam essa data ainda mais desafiadora. Contudo, neste cenário inusitado, uma mulher se destaca por sua iniciativa singular: a piloto Esther Sanderlin decidiu realizar a entrega de perus congelados com o uso de seu avião, uma ação que não apenas alimenta seus vizinhos, mas também traz um espírito de comunidade e solidariedade à região.

Nos últimos três anos, Esther tem se dedicado a despejar o que se tornou popularmente conhecido na mídia local como “bombas de peru”, em locais estratégicos onde seus vizinhos vivem sem acesso às estradas convencionais. A ideia surgiu quando ela ouviu de um novo vizinho sobre a escassez de recursos para o jantar de Ação de Graças, mencionando a intenção de dividir um esquilo entre três pessoas. Esse relato despertou em Sanderlin um forte desejo de ajudar. “Eu estava visitando nosso mais novo vizinho e eles estavam falando sobre dividir um esquilo em três para o jantar, e como isso não rendia muito,” compartilhou Esther em uma entrevista para a afiliada da NBC no Alasca, KTUU, no dia 25 de novembro. Portanto, em um passeio aéreo, ela decidiu presentear a comunidade com um peru, capacidade que adquiriu após reconstruir seu primeiro avião ao lado de seu pai.

A imagem mostra perus congelados em um freezer de mercado

A entrega aérea, embora pareça uma história saída de um conto, representa uma solução extremamente prática em uma região onde o acesso a alimentos quentes é limitado durante o período de congelamento. “Durante a época de congelamento, você não consegue se locomover, por isso viajar se torna impossível”, explicou. “Mas você pode voar, desde que não aterrisse.” Com a habilidade adquirida e a paixão por ajudar, Sanderlin agora pretende aumentar a sua contribuição, trazendo entre 30 e 40 perus para a sua vizinhança neste Thanksgiving. Este gesto altruísta visa garantir que todos tenham um banquete caloroso para desfrutar, mesmo aqueles que estão isolados da rede de estradas.

Essa tradição de entrega de perus não é algo novo para Esther; ela se lembrou de sua própria infância no Alasca, onde um vizinho gentil fazia o mesmo por sua família e outras que estavam em situação semelhante. “Tivemos um amigo, um vizinho que fazia a recarga de perus para minha família e outras famílias da vizinhança”, lembrou ela. “Isso teve um impacto enorme na minha vida e na vida de outros na comunidade.” Inspirada pelo desejo de retribuir, sua intenção agora é transformar essa prática pessoal em uma organização sem fins lucrativos, para alcançar ainda mais famílias hospedadas nas áreas mais remotas do estado.

Com o objetivo de construir uma rede sólida de apoio à comunidade, Esther Sanderlin espera aumentar a consciência sobre as dificuldades enfrentadas pelos que vivem fora dos centros urbanos. “Minha visão com isso é alcançar partes mais distantes do Alasca,” disse ela, “porque há tantas famílias que vivem fora da rede.” Além do esforço de coletar e distribuir alimentos, sua iniciativa ressalta a importância de manter o espírito comunitário e o apoio mútuo entre aqueles que sentem a necessidade de cuidar uns dos outros, especialmente em datas comemorativas como o Dia de Ação de Graças.

Em um mundo onde as interações humanas podem se tornar efêmeras, Esther Sanderlin destaca o que significa ser parte de uma comunidade e, através de suas “bombas de peru”, nos lembra que cada gesto de bondade pode contribuir significativamente para a vida de alguém. Portanto, ao celebrarmos nossas próprias tradições, que possamos lembrar da importância de estender a mão e ajudar nosso próximo, sempre que possível.

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