O Festival de Cinema de Locarno acaba de dar um passo significativo na promoção do cinema africano ao anunciar uma nova equipe para o seu programa Open Doors, que visa apoiar cineastas de regiões sub-representadas. Esta nova iniciativa não apenas busca capacitar a indústria cinematográfica africana, mas também ajudar na construção de conexões significativas entre criadores de conteúdo africanos e audiências globais, mostrando assim o potencial e a riqueza das narrativas africanas.

O programa Open Doors, tradicionalmente voltado para a América Latina e Caribe, agora volta suas atenções ao continente africano. Com esta transição, a equipe, composta por profissionais experientes e apaixonados, está determinada a fortalecer o ecossistema cinematográfico africano, através da colaboração com o coletivo de estúdios de cinema pan-africano YETU (Un)Limited. A esperança é revitalizar e solidificar a presença de cineastas africanos no cenário internacional, dando a eles o suporte e os recursos necessários para que suas vozes sejam ouvidas e respeitadas globalmente.

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Yanis Gaye, co-fundador da YETU, foi escolhido para liderar esta nova equipe como chefe de estudos da iniciativa. O Gaye traz consigo uma rica bagagem de experiências e um profundo conhecimento das narrativas africanas, garantindo que a nova direção do programa esteja enraizada na realidade e nas aspirações dos cineastas locais. Ao seu lado, Ibee Ndaw, provenientes do Gâmbia/Senegal, atuará como programadora do Open Doors, somando uma vasta experiência como gerente de festivais e agente de vendas, algo que será crucial para estabelecer parcerias e oportunidades nas indústrias cinematográficas.

Além disso, a equipe artisticamente incluiu os produtores Tiny Mungwe e Mitchell Harper da África do Sul, ambos com 15 anos de experiência em cinema comunitário pan-africano, que atuarão como consultores artísticos. A seleção que entrará em ação nos próximos quatro anos será composta por uma comissão de seleção com cineastas africanos renomados, incluindo o diretor e programador angolano Fradique Bastos, a produtora nigeriano-americana Melissa Adeyemo e a diretora burquinense Apolline Traoré. Essa colaboração se estenderá ao trabalho com Julia Duarte, da Locarno, para identificar e apoiar talentos emergentes que têm o potencial de mudar a narrativa audiovisual atual.

(da esquerda para a direita, de cima para baixo: Yanis Gaye, Ibee Ndaw, Tiny Mungwe, Mitchell Harper, Marjorie Bendeck, Delphine Jeanneret, Julia Duarte, Fradique Bastos, Melissa Adeyemo, Apolline Traoré
©Marine Berger, Locarno Film Festival

Zsuzsi Bánkuti, responsável pelo Open Doors, destacou o compromisso do programa em criar um “espaço seguro e criativo” para os profissionais de cinema. Em suas palavras, a nova equipe possui uma compreensão profunda do cenário cinematográfico regional, o que é vital para o sucesso da iniciativa. O programa permitirá que cineastas provenientes de 42 países africanos elegíveis se inscrevam em três programas principais: Open Doors Projects, Open Doors Producers e Open Doors Directors, com inscrições abertas de 28 de novembro de 2024 a 16 de janeiro de 2025. Um seminário online está agendado para 12 de dezembro deste ano, destinado a fornecer mais informações aos participantes interessados.

Através da criação de canais robustos e interativos de comunicação, o Festival de Locarno não está apenas abrindo portas, mas também criando uma plataforma onde a criatividade, a diversidade e a riqueza cultural do cinema africano podem florescer. Em um mundo globalizado em que as histórias locais podem encontrar audiências internacionais, essa iniciativa é um passo promissor em direção a um futuro mais inclusivo e representativo no cenário cinematográfico global.

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