A ex-jogadora do Manchester United, Katie Zelem, não poupou palavras ao manifestar sua insatisfação com a gestão da equipe feminina de futebol, destacando a aparente desatenção da empresa INEOS, liderada por Sir Jim Ratcliffe, após sua transferência para o Angel City, da liga feminina dos Estados Unidos. A crítica de Zelem levanta questões importantes sobre o apoio às modalidades femininas em clubes tradicionalmente voltados para o futebol masculino, refletindo uma preocupação crescente entre fãs e atletas sobre como as instituições tratam suas equipes femininas.
Durante suas seis temporadas no Manchester United, Zelem se destacou como uma jogadora fundamental no meio-campo, contribuindo para o crescimento da equipe femininas e para o fortalecimento da presença do clube na Women’s Super League (WSL). No entanto, sua saída chamou a atenção para um tema recorrente: a falta de investimento e apoio para as equipes femininas por parte de clubes que tradicionalmente priorizam suas contrapartes masculinas. Em uma declaração enviada à mídia, Zelem expressou sua frustração ao afirmar que a estrutura e o foco dados às mulheres dentro do Manchester United não estavam à altura do que se esperava de uma instituição tão respeitada.
A argumentação de Zelem é respaldada por dados que sinalizam a crescente disparidade entre o investimento feitos em equipes de futebol masculino e feminino ao redor do mundo. Segundo a FIFA, os investimentos em futebol feminino têm aumentado nos últimos anos, mas ainda estão longe de alcançar a paridade com o futebol masculino. Essa realidade se torna ainda mais evidente em clubes de ponta como o Manchester United, onde a história e a tradição insistem em prevalecer nas decisões. A pergunta que fica é: até quando as jogadoras terão de lutar por reconhecimento e igualdade no esporte?
Com o auge do futebol feminino acolhido por torcedores e pela mídia, a transição de Zelem para o Angel City representa uma jornada em busca de novas oportunidades e, possivelmente, de um ambiente mais receptivo e igualitário. O time da MLS Women’s (NWSL) não só tem se destacado por seus esforços em promover igualdade, como também atraiu algumas das melhores jogadoras do mundo. Ao se transferir, Zelem afirmou estar em busca de um lugar onde o futebol feminino realmente importa, e isso levanta um ponto crucial: as jogadoras merecem ter um espaço onde seu talento e dedicação sejam verdadeiramente valorizados.
A crítica de Zelem não deve ser encarada como uma mera reclamação, mas como um chamado à ação para que clubes e empresas que possuem um papel vital na formação de políticas em seus times femininos revisitem seus compromissos. O futebol feminino precisa de mais do que apenas boas intenções; é necessário um suporte real que inclua investimentos em infraestrutura, treinamento adequado e um plano de carreira sólido para as atletas. A luta por igualdade no esporte continua, e a voz de jogadoras como Zelem é fundamental para incitar as mudanças necessárias.
À medida que a discussão sobre a importância do apoio institucional ao futebol feminino cresce, também cresce a expectativa de que mais lideranças no esporte se atentem a essa questão. Se há algo que Zelem nos ensinou com suas declarações é que o futebol, seja masculino ou feminino, não deve ser um campo de batalha por atenção, mas sim um espaço onde o talento, a dedicação e o amor ao esporte sejam devidamente reconhecidos e recompensados. Após sua saída, Katie Zelem se posiciona não apenas como uma ex-jogadora do Manchester United, mas como uma porta-voz para o futuro do futebol feminino.