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No último mês, uma impressionante operação internacional resultou na apreensão de mais de 225 toneladas de cocaína, destacando uma nova e sofisticada rota de tráfico que liga a América do Sul à Austrália. A operação, que mobilizou autoridades de diversas nações, foi conduzida pela Marinha Colombiana e revelou o uso crescente de submarinos narcos – conhecidos tecnicamente como semisubmersíveis – que conseguem percorrer até 10.000 milhas sem a necessidade de reabastecimento. O anúncio foi feito na quarta-feira, trazendo à luz detalhes que chocaram o mundo sobre a evolução do tráfico de drogas nas águas do Pacífico.

A fase mais recente da operação global, chamada Orion, resultou na apreensão total de mais de 1.400 toneladas de drogas, incluindo não apenas a substancial quantidade de cocaína mencionada, mas também 128 toneladas de maconha, conforme relatado pelo oficial da Marinha, Orlando Enrique Grisales. O sucesso desta megaoperação não se limitou apenas à quantidade de drogas apreendidas, mas também resultou na prisão de mais de 400 indivíduos ligados a atividades criminosas que abrangem oceanos, costas, rios e portos no mundo todo ao longo dos meses de outubro e novembro. Esse esforço conjunto envolveu a colaboração de agências de segurança de países como Estados Unidos, Brasil, Espanha e Países Baixos, além de várias organizações internacionais.

Em uma declaração nas redes sociais, o presidente colombiano Gustavo Petro destacou que essa foi, possivelmente, a maior apreensão de cocaína em trânsito já realizada na história do país, uma conquista monumental no combate ao tráfico de drogas. Estima-se que as apreensões tenham causado um prejuízo de mais de 8,4 bilhões de dólares aos cartéis de drogas. Não obstante, o impacto vai além do financeiro, pois a operação desmantela e ilumina as complexas redes de tráfico que estão se formando nos dias atuais.

A operação também revelou um novo padrão preocupante: a utilização de semisubmersíveis, que são embarcações especialmente projetadas para evitar a detecção. Grisales mencionou que a equipe de operações confiscou um desses navios, feito de madeira e fibra de vidro, que estava a caminho da Austrália carregando cinco toneladas de cocaína colombiana. Este foi apenas o terceiro desses veículos encontrados nessa região, indicando a emergência de uma nova rota que se mostra cada vez mais lucrativa, com preços que podem chegar a 240 mil dólares por quilo na Austrália, o que equivale a aproximadamente seis vezes o preço nos Estados Unidos.

Uma fonte de segurança, que preferiu permanecer anônima, destacou a crescente rentabilidade dessa rota: “É um caminho que está se tornando cada vez mais lucrativo, pois os preços são muito mais altos na Austrália.” A evolução tecnológica dos semisubmersíveis não passa despercebida, uma vez que as embarcações, que não conseguem submergir completamente, tiveram seu design e engenharia aprimorados, refletindo a sofisticação crescente dos cartéis de drogas. Essas embarcações têm sido utilizadas principalmente para transportar drogas para fora da Colômbia e mover os carregamentos até um determinado ponto, onde são transferidos para navios maiores para continuidade do transporte.

O conceito de semisubmersíveis não é novo, mas a utilização e a frequência de suas apreensões indicam uma mudança significativa na dinâmica do tráfico. Os semisubmersíveis são especialmente projetados para escapar da detecção das autoridades e, muitas vezes, são confiscados em águas colombianas enquanto se dirigem para os Estados Unidos, América Central e Europa. Um caso notório ocorreu em junho, quando a Marinha colombiana confiscou dois semisubmersíveis na costa do Pacífico, juntos transportando quase cinco toneladas de cocaína.

As autoridades também recuperaram um “narco sub” que estava carregado com mais de quatro toneladas de cocaína durante uma missão de busca e resgate em fevereiro, demonstrando a persistente luta contra o tráfico que permeia a região. A operação Orion também trouxe à tona novas alianças previamente desconhecidas entre cartéis do México, Brasil, Colômbia, Equador e Peru, em colaboração com grupos criminais da Europa e Oceania. “Hoje, esses cartéis não são mais uma estrutura piramidal como antigamente. Estão se transformando em redes de crime organizado interligadas”, observou Grisales, revelando uma dinâmica complexa e preocupante do crime internacional.

A Colômbia, sendo o maior produtor e exportador de cocaína do mundo, enfrenta um desafio monumental. No último ano, o país alcançou um novo recorde na produção de cocaína e no cultivo da planta de coca, a matéria-prima em sua fabricação. O desafio é imenso, mas as operações como a Orion mostram que a luta contra o tráfico de drogas é uma batalha incessante, e a cooperação internacional é um elemento vital nessa guerra contra o crime organizado.

Apreensão de semisubmersível com carga de cocaína

Autoridades apreenderam dois semisubmersíveis carregados com quase cinco toneladas de cocaína na costa do Pacífico da Colômbia em junho de 2024. Imagem: Marinha da Colômbia

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