Com a aproximação do feriado de Ação de Graças, quase 80 milhões de americanos estão se preparando para as celebrações que incluem a reunião de familiares e amigos. É um momento de gratidão, alegria e, claro, refeições deliciosas. Entretanto, essas festanças podem trazer uma preocupação inesperada: como garantir que a comida esteja segura para consumo? Especialistas alertam que as doenças transmitidas por alimentos estão em ascensão, mas a boa notícia é que, com algumas práticas simples, é possível evitá-las.
Para esclarecer as melhores práticas de segurança alimentar, a CNN entrevistou a Dra. Leana Wen, especialista em saúde e professora associada clínica na Universidade George Washington. Ela possui um histórico significativo, tendo atuado como comissária de saúde em Baltimore, onde supervisionava práticas de segurança alimentar.
Um ponto crucial levantado por Wen é que todas as refeições preparadas devem ser monitoradas cuidadosamente para evitar contaminações. As infecções alimentares são causadas frequentemente por patógenos como bactérias, vírus e parasitas. O norovírus, por exemplo, é o culpado mais comum nos Estados Unidos e pode se espalhar facilmente entre pessoas que compartilham utensílios ou tocam objetos contaminados. Assim, é fundamental evitar deixar comidas expostas, especialmente aquelas que são mais suscetíveis à contaminação, como carnes e produtos lácteos.
Mas o que exatamente devemos respeitar quando se trata de tempo e temperatura da comida? A Dra. Wen recomenda a regra dos “dois horas”. Isso significa que os alimentos cozidos não devem ser deixados fora da refrigeração por mais de duas horas. Em dias quentes, quando as temperaturas ultrapassam 32 graus Celsius, esse tempo se reduz para apenas uma hora. Agora que ficar em pé em torno da mesa de buffet tentando decidir entre o peru ou o tender é proveniente de uma questão de escolha, o prazo definido por Wen se torna uma questão de segurança alimentar.
Quando se trata de armazenar sobras, Wen recomenda que a comida seja refrigerada rapidamente. As sobras armazenadas adequadamente podem ser consumidas por até quatro dias na geladeira ou congeladas por até quatro meses. Outra dica crucial é prestar atenção nas temperaturas de cozimento. É vital que as carnes sejam cozidas até alcançarem temperaturas internas seguras. O frango e o peru, por exemplo, devem atingir pelo menos 74 graus Celsius. Isso ajuda a garantir que qualquer bactéria presente tenha sido eliminada.
Ao considerar métodos de descongelamento do peru, a Dra. Wen destaca três métodos principais: descongelar na geladeira, submergir em água fria ou usar o micro-ondas. Descongelar na geladeira é o método mais seguro, embora demore mais. Para um peru de 3,6 kg, o descongelamento pode levar até dois dias. As alternativas mais rápidas incluem submergir o peru em água fria, onde deve ser trocada a água a cada 30 minutos, e o micro-ondas, embora este último deve ser seguido imediatamente por um cozimento.
A questão da prevenção de contaminação cruzada é ampla. Utensílios e recipientes utilizados em carne crua não devem entrar em contato com vegetais ou frutas, evitando que patógenos transmitidos se transfiram. Hábitos de higiene, como lavar as mãos frequentemente e garantir que as superfícies utilizadas estejam limpas, são fundamentais para prevenir a propagação de doenças.
Além das considerações sobre segurança alimentar, especialistas também recomendam que os anfitriões das festividades estejam atentos à saúde de seus convidados. Aqueles que apresentam sintomas de infecções respiratórias ou gastrointestinais devem ser incentivados a não participar das reuniões. A saúde deve ser priorizada, já que muitos podem estar em situação de risco devido a condições médicas pré-existentes.
Com um pouco de planejamento e atenção às práticas recomendadas de segurança alimentar, é totalmente possível desfrutar de uma celebração de Ação de Graças deliciosa e segura. Então, prepare-se para desfrutar das tradições deliciosas do feriado e celebre com responsabilidade, porque, afinal, a saúde é o bem mais precioso.
