No campo das relações e da felicidade pessoal, um novo estudo publicado na respeitável revista Social Psychological and Personality Science apresenta uma revelação surpreendente: as mulheres solteiras estão, em média, mais felizes do que seus pares homens. Este resultado não apenas desafia estereótipos comuns inseridos na sociedade como também oferece um olhar mais profundo sobre a vida contemporânea, onde as mulheres demonstram uma satisfação geral superior em várias áreas de suas vidas, sem estarem apressadas para formar uma união amorosa.
Os pesquisadores Elaine Hoan e Geoff MacDonald, da Universidade de Toronto, analisaram dados de quase 6.000 pessoas solteiras, predominantemente heterossexuais. De acordo com os dados compilados, as mulheres relataram um bem-estar geral mais elevado. Fatores como a satisfação em relacionamentos, a satisfação com a vida, bem como um prazer sexual mais significativo, contribuem para essa percepção. Além disso, as mulheres mostraram uma menor necessidade de estar em um relacionamento, um aspecto que merece atenção especial.
No entanto, a viagem da descoberta não se limita apenas à felicidade das mulheres. Os estereótipos que associam mulheres solteiras a “solteironas” infelizes contrastam fortemente com a realidade, onde as mulheres adultas estão adquirindo cada vez mais um espaço de autonomia e felicidade do qual não precisam abrir mão. O estudo ressalta que o que tradicionalmente se pensava ser uma desvantagem – a falta de um parceiro romântico – pode, na verdade, ser menos impactante na vida das mulheres em comparação com a que a sociedade admite.
Além disso, o estudo sugere que a independência financeira crescente das mulheres diminui a relevância do que muitas vezes é visto como uma “vantagem” em formar parcerias com homens. A presença de desigualdades em relacionamentos heterossexuais, como a divisão injusta do trabalho doméstico e a priorização da satisfação sexual masculina, também são fatores que afetam a felicidade no relacionamento e são cada vez mais considerados por mulheres que pensam em formar parcerias. Essa nova perspectiva pode estar levando as mulheres a reavaliar o que significa felicidade em um contexto de relacionamento, considerando mais sua própria satisfação do que a aceitação social de um parceiro.
Os homens, por sua vez, se mostraram significativamente mais infelizes na vida de solteiro, com os pesquisadores afirmando que isso leva a uma reflexão precisa sobre suas necessidades emocionais. De acordo com o estudo, isso pode indicar que, culturalmente, os homens têm muito mais a ganhar ao se emparelhar em comparação às mulheres. Este fato não apenas questiona as narrativas tradicionais sobre relacionamentos, mas também revela um campo fértil para reflexões futuras sobre a dinâmica de gênero.
Embora não se deva generalizar, o estudo observa que um determinado grupo dos homens solteiros, conhecidos como “incels” (celibatários involuntários), que frequentemente manifestam frustração em seus relacionamentos e muitas vezes fazem acusações à conduta feminina, também tendem a relatar níveis mais baixos de satisfação em suas vidas. Essa problemática suscita a necessidade de mais pesquisas que explorem as experiências dos homens solteiros de forma mais abrangente, já que o descontentamento percebido entre os solteiros masculinos vai além desse grupo radicalizado.
Para encerrar, o estudo aponta que os resultados são claros: em média, as mulheres são mais felizes enquanto solteiras do que os homens. Essa afirmação não só desafia normas sociais preconceituosas, como também nos convida a uma melhor análise sobre o que nos faz felizes como indivíduos, independentemente de estarmos ou não em um relacionamento. No fundo, em tempos de mudança, é fundamental que todos, independentemente do gênero, entendam que a felicidade pode muito bem ser encontrada na própria companhia.
Para mais sobre estudos sociais e de comportamento, você pode acessar o site da American Psychological Association e acompanhar as publicações mais recentes sobre o tema.