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Em algumas das regiões mais isoladas do Alasca, não há como contar com serviços como o DoorDash para ter um tradicional jantar de Ação de Graças — ou qualquer refeição — entregue em casa. No entanto, alguns moradores que vivem longe da civilização conseguiram garantir a presença de perus na mesa neste feriado, graças à iniciativa conhecida como “Alaska Turkey Bomb”.

Pela terceira vez consecutiva, a residente Esther Keim tem voado baixo em um pequeno avião, sobre áreas rurais no sul e centro do Alasca, lançando perus congelados para aqueles que não têm fácil acesso a um supermercado. O Alasca é, em sua maior parte, uma imensidão selvagem, com apenas cerca de 20% do território acessível por estradas. Durante o inverno, muitos que habitam essas regiões remotas dependem de pequenos aviões ou snowmobiles para viajar, e rios congelados podem servir como estradas improvisadas.

Entrega de Perus no Alasca
Imagem não datada fornecida pela Alaska Gear Company mostrando Esther Keim lançando perus congelados para moradores rurais do Alasca.
Alaska Gear Company via AP

A experiência de Keim com essa prática tem raízes em sua infância, quando um amigo da família realizava entregas aéreas de perus para sua casa e outros vizinhos durante as festividades. Outras vezes, o piloto trazia jornais, algumas vezes incluindo um pacote de chicletes para Esther. Embora sua família tenha se mudado para uma área mais urbana do Alasca há cerca de 25 anos, eles mantêm a antiga propriedade e, usando um pequeno avião que reformou com seu pai, Keim iniciou sua missão de entrega de perus após tomar ciência de uma família que vivia off-grid e tinha pouco para celebrar o Dia de Ação de Graças.

“Eles me contaram que um esquilo para o jantar não alimentava muito bem três pessoas”, lembra Keim. “Naquele momento, pensei… ‘vou jogar um peru para eles de avião.’” O projeto não parou por aí. Graças ao boca a boca e postagens em redes sociais, neste ano, ela está entregando 32 perus congelados para pessoas que vivem durante todo o ano em cabanas sem acesso por estradas.

Entrega de Perus no Alasca
Imagem do vídeo fornecido pela Mountain Mind Media/Alaska Gear Company mostra um avião do Alaska Turkey Bomb, iniciado por Esther Keim, lançando perus congelados para o Dia de Ação de Graças para moradores em áreas remotas do Alasca, voando em novembro de 2024, no Alasca.
Mountain Mind Media/Alaska Gear Company via AP

Até terça-feira, todos, menos dois, já haviam sido entregues, com os planos de entrega dos últimos dois perus frustrados pelo clima imprevisível do Alasca. Dentre os beneficiários, estão Dave e Christina Luce, que moram no rio Yentna, a cerca de 45 milhas (72 quilômetros) a noroeste de Anchorage. Eles têm vistas deslumbrantes das montanhas em todas as direções, incluindo a montanha mais alta da América do Norte, Denali, diretamente ao norte. Entretanto, no inverno, as visitas à cidade mais próxima requerem uma viagem de snowmobile que leva cerca de 90 minutos e ocorre cerca de uma vez por mês.

“Agora que tenho 80 anos, fazemos menos e menos viagens”, disse Dave Luce. “A aventura acaba se tornando apenas uma lembrança.” A entrega de um peru de 12 libras (5,44 kg) será mais do que suficiente para eles e alguns vizinhos. “Isso faz um ótimo Dia de Ação de Graças”, afirmou Dave Luce. “Ela realmente é um amor, e tem sido uma boa amiga.”

Keim realiza de 30 a 40 entregas de perus por ano, voando até 100 milhas (161 quilômetros) desde sua base, ao norte de Anchorage, em direção às montanhas de Denali. Às vezes, ela pede a um “lançador de perus” para acompanhá-la e jogar as aves em queda livre. Outras vezes, ela é a responsável pelo lançamento enquanto sua amiga Heidi Hastings pilota seu próprio avião. A cada vez, o carinho e o reconhecimento trazidos por essa generosa prática dão a ela um incentivo a mais.

Esther Keim no Alasca
Imagem retirada de vídeo fornecido por Esther Keim mostrando Esther Keim em 26 de novembro de 2024, em Wasilla, Alasca.
Esther Keim via AP

Keim compra cerca de 20 perus de cada vez, com a ajuda de doações, geralmente provenientes de pessoas que a contatam pelo Facebook. Ela os embrulha com sacos de lixo e os mantém na caçamba de sua caminhonete até que possa organizar um voo. “Felizmente, está frio no Alasca, então não preciso me preocupar com freezers”, afirmou. Para informá-los sobre as entregas, ela contata as famílias por meio de redes sociais, e então sobrevoa as casas para que os moradores possam sair.”

“Não vamos soltar o peru até vermos que eles saem de casa ou da cabana, porque se eles não o veem cair, não vão saber onde procurar”, comentou. Em casos de neve profunda, localizar o peru pode ser uma tarefa desafiadora. Um peru, por exemplo, ficou perdido por cinco dias antes de ser encontrado, mas a única “baixa” até agora foi um presunto perdido, explicou Keim. Ela prefere soltar os perus em um lago congelado, se possível, para que seja mais fácil de localizá-los.

“Em termos de precisão para atingir nosso alvo, com certeza não sou a melhor atiradora”, brincou. “Melhorei, mas nunca atingi uma casa, prédio, pessoa ou cachorro.” A recompensa para Keim vem das ótimas respostas que recebe das famílias, algumas das quais gravam ela soltando os perus e enviam vídeos e mensagens de agradecimento. “Eles acham tão legal que jogamos essas coisas do avião”, comentou Keim.

Seu desejo é criar uma organização sem fins lucrativos para solicitar mais doações e alcançar mais comunidades em um raio maior de seu estado. E, como ela mesma disse, “isso não precisa parar apenas nos perus”.

“Existem tantas crianças nas aldeias”, enfatizou. “Seria legal, quem sabe, adicionar um animal de pelúcia ou algo que eles possam segurar.”

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