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A tradição do Dia de Ação de Graças na Casa Branca é rica e remonta a mais de 160 anos, iniciando com a figura emblemática do presidente Abraham Lincoln, que foi peça central na criação deste feriado nacional. A história desse feriado nos Estados Unidos é uma tapeçaria que entrelaça eventos históricos significativos, mudanças culturais e o crescimento de uma nação, além de revelar a singularidade do perdão dos perus que se tornou uma tradição marcante nos últimos anos.
Em um gesto que refletia profundamente os desafios da época, Lincoln emitiu uma proclamação em 1863 que convocava a nação a celebrar o Ação de Graças em meio ao tumulto da Guerra Civil. A importância de seu ato é amplamente reconhecida, com o Serviço Nacional de Parques creditando-o como um momento de união e gratidão, estabelecendo assim a data como um feriado nacional. Lincoln fez isso atendendo ao apelo da escritora Sarah Josepha Hale, que, desde 1827, pregava a criação desse feriado nas páginas de “Boston’s Ladies Magazine”. Através de suas cartas insistentes, Hale persuadiu Lincoln a usar seu poder presidencial para institucionalizar a tradição que tanto abrigava.
Após a aprovação de um projeto de lei pelo Congresso em 26 de dezembro de 1941, o Dia de Ação de Graças se firmou oficialmente na quarta quinta-feira de novembro. Com isso, a celebração se tornou um evento familiar ao redor da mesa, repleta de pratos tradicionais, onde a culinária rendeu homenagens ao peru como prato principal. Essa prática ganhou recortes de significados nas diversas histórias familiares, mantendo sempre o espírito de camaradagem e gratitão entre seus participantes.
Tradicionalmente, o Dia de Ação de Graças na Casa Branca apresenta um caráter relativamente discreto, onde o destaque vai para o perdão dos perus que, em um gesto simbólico, são salvos de um destino culinário sombrio. O primeiro registro do perdão de um peru remonta à presidência de Lincoln, onde um peru chamado Jack, que pertencia ao seu filho Tad, escapou de ser servido no jantar de Natal de 1863. Essa prática se consolidou com o passar dos anos, sendo que, apesar de não haver um protocolo estabelecido para o perdão antes, a emissão de clemência ao peru se tornou um evento à parte nas cerimônias presidenciais.
A tradição de enviar os perus “perdoados” a fazendas para viver o resto de suas vidas, no entanto, originou-se na presidência de Ronald Reagan nos anos 1980. Antes disso, presidentes frequentemente recebiam perus da indústria de aves e optavam por não comê-los, sem que houvesse um perdão formal. O reconhecimento e a celebração dessa tradição culminaram em 1989, quando o então presidente George H. W. Bush, em uma cerimônia oficial, declarou: “Ele recebeu um perdão presidencial a partir de agora” — uma frase que se transformou em um mantra nas cerimônias subsequentes.
Na atualidade, a tradição continua viva, com o presidente Biden sendo responsável pelo perdão de dois perus, denominados Peach e Blossom, que se tornaram embaixadores do setor agrícola e irão residir na Farmamerica em Minnesota. A cada ano, essa cerimônia é acompanhada por entusiastas que aguardam ansiosamente o momento em que o presidente proferirá as palavras mágicas que salvam mais dois perus do jantar de Ação de Graças, antecipando a emoção e o sorriso do público.
Celebrando a conexão familiar durante a festividade especial
Além do perdão dos perus, os presidentes são conhecidos por celebrar o Dia de Ação de Graças da mesma forma que milhares de famílias americanas. O primeiro registro de uma reunião de Ação de Graças na Casa Branca remonta ao dia 28 de novembro de 1878, quando o então presidente Rutherford B. Hayes organizou um grande jantar para familiares e secretários pessoais, incentivando a união e a festividade que simbolizam o feriado. A tradição de desfrutar de um jantar íntimo e festivo com amigos e familiares se mantém, ainda que muitos presidentes tenham optado por passar o feriado em suas residências ou destinos de férias.
Com o correr do tempo, é interessante observar que presidentes como Ronald Reagan passaram o feriado no rancho da família na Califórnia, enquanto outros, como o ex-presidente Donald Trump, optaram por se reunir na sua propriedade Mar-a-Lago na Flórida. O presidente Biden, em particular, tem mantido a tradição de passar o Dia de Ação de Graças com sua família em Nantucket, Massachusetts, um hábito que se estende por mais de 40 anos e retrata a importância dos vínculos familiares nesta data especial.
Em meio a um clima de camaradagem e gratidão, a Casa Branca não apenas acolhe as tradições do Ação de Graças, mas também se conecta à essência do que o feriado representa para milhões de americanos. Portanto, ao celebrarmos um Dia de Ação de Graças mais uma vez, podemos refletir sobre o significado dessa celebração e reunir a família onde quer que estejamos, seja em casa ou em um exótico refúgio longe de casa.
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