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Cidade do México
CNN
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Na última quinta-feira, o mundo das artes foi surpreendido pela notícia do falecimento de Silvia Pinal, uma das mais icônicas atrizes mexicanas. Com 93 anos, Pinal se destacou em sua carreira por sua contribuição revolucionária ao cinema e à televisão do México, tendo deixado um legado que atravessará gerações. O anúncio foi feito pela rede Televisa-Univision e confirmado por autoridades governamentais.

Nascida em 1931 na cidade de Guaymas, no noroeste do México, Silvia Pinal emergiu como um dos principais rostos da Era de Ouro do cinema mexicano, que floresceu durante a metade do século XX. Ela atuou ao lado de grandes nomes como Pedro Infante e Cantinflas, e seus papéis conquistaram tanto o público local quanto internacional.

A Secretária da Cultura do México, Claudia Curiel de Icaza, expressou suas condolências através das redes sociais, descrevendo Pinal como “uma pioneira no teatro que abriu portas para futuras gerações”. Curiel enfatizou a importância do legado artístico de Pinal, que, segundo ela, “é inesquecível e digna de respeito”. Da mesma forma, um de seus filhos, Sylvia Pasquel, revelou que a atriz estava internada na UTI devido complicações de uma infecção urinária, informe que preocupou os fãs que admiravam seu trabalho ao longo dos anos.

Pinal era uma figura que transcendeu a tela; sua presença, com seus cabelos loiros volumosos e batom vermelho vibrante, cativava o público. Sua carreira cinematográfica começou precocemente, aos 18 anos, com uma pequena participação no filme “Bamba”, de 1949, mas rapidamente ganhou notoriedade. Sua atuação no aclamado filme de Luis Buñuel, “Viridiana” (1961), não só consolidou sua fama como também a fez ganhar reconhecimento internacional, sendo o primeiro filme da produção hispano-mexicana a conquistar a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes.

Silvia Pinal, durante as filmagens de 'Viridiana' em Madrid.
Silvia Pinal, ao lado de Paco Rabal, durante as filmagens de “Viridiana”, em Madri, Espanha, em 1961. (Gianni Ferrari/Cover/Getty Images)

Ao longo de sua carreira de seis décadas, Silvia Pinal exerceu funções em dezenas de filmes tanto no México quanto nos Estados Unidos e na Europa. Sua colaboração com Buñuel não parou em “Viridiana”, ocorrendo também em outros clássicos como “Simão do Deserto” (1965) e “O Anjo Exterminador” (1967). Além de suas contribuições ao cinema, ela também se destacou no teatro musical e na televisão como atriz e produtora, tendo produzido a famosa telenovela “Mujer, casos de la vida real”, que fez sucesso por mais de duas décadas, até 2007.

Emilion Azcárraga, presidente do Grupo Televisa, onde Pinal trabalhou por muitos anos e que fez uma série baseada em sua vida, prestou sua homenagem nas redes sociais, lamentando a perda da diva e expressando orgulho por ter tido a chance de aprender com ela durante tantos anos. “Dói dizer adeus a essa lenda da Era de Ouro do cinema, teatro e televisão mexicana, mas ao mesmo tempo é um orgulho ter compartilhado tantos anos de aprendizado com ela”, afirmou.

Além de suas realizações artísticas, Silvia Pinal também teve uma breve incursão na política como membro do Partido Revolucionário Institucional, onde conquistou cadeiras na Câmara dos Deputados, no Senado e na Assembleia local da Cidade do México. Apesar de seu sucesso, Pinal teve quatro casamentos e é mãe de quatro filhos, incluindo a famosa cantora de rock Alejandra Guzmán.

O impacto de Pinal na cultura mexicana e na arte ao longo dos anos é inegável, sendo até mesmo immortalizada em um retrato pintado por Diego Rivera, um dos principais representantes do muralismo mexicano. Ao seu falecimento, restou a muitos admiradores a reflexão sobre o legado deixado por uma artista extraordinária que sempre será lembrada como um ícone do cinema e da televisão, com uma vida repleta de brilho e realizações.

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