No verão de 2021, a trágica história de Gabby Petito, uma jovem de 22 anos, capturou a atenção mundial quando ela desapareceu durante uma viagem de carro pelos Estados Unidos. Sua morte brutal, atribuída a seu noivo, Brian Laundrie, gerou uma cobertura intensa da mídia e um interesse generalizado nas redes sociais. No entanto, a visibilidade desproporcional que Gabby recebeu levantou um debate crucial sobre a chamada “síndrome da mulher branca desaparecida”, que critica a maneira como vítimas brancas, especialmente mulheres, recebem mais atenção pública em comparação a vítimas de outras etnias. Joe Petito, pai de Gabby, compartilhou sua perspectiva sobre isso e sua missão contínua de usar sua experiência para ajudar outros.

Joe Petito, em recente entrevista à PEOPLE, expressou inicialmente sua aversão ao termo “síndrome da mulher branca desaparecida”, admitindo que não tinha conhecimento sobre o assunto até que a situação de sua filha se tornou pública. “Quando eu ouvi pela primeira vez, não gostei da expressão e, para ser honesto, não sabia nada sobre isso”, afirmou Joe. Contudo, ele logo reconheceu que se tratava de uma realidade. “Você começa a observar histórias que ganham destaque e parece que elas sempre têm uma aparência semelhante. Isso precisa mudar”, destacou. Sua crença de que todas as histórias merecem o mesmo tipo de atenção e assistência foi um ponto central em suas declarações.

Joseph Petito pai de Gabby Petito posta foto de eles juntos

Agora, Joe busca fazer a diferença mostrando casos que muitas vezes são negligenciados. Ele está colaborando em uma nova série de televisão intitulada “Faces of the Missing”. Este projeto, uma colaboração da Backlot Productions e da Boundless Films, visa destacar casos que não recebem a atenção que merecem. “Nós temos um plano para tentar trazer tantas histórias quanto possível à atenção das pessoas. Espero que isso funcione”, disse Joe. Ele também enfatizou a importância de conectar essas histórias a influenciadores na comunidade de crimes reais, ressaltando como a história de Gabby ganhou notoriedade através das redes sociais.

A conexão com a mídia social foi essencial para a visibilidade do caso de Gabby. “Quando a história chegou às redes sociais, a mídia nacional começou a prestar atenção”, recordou Joe. Com isso em mente, ele espera que as plataformas sociais possam ser utilizadas por grupos de ajuda que possam contribuir para a disseminação de informações e, assim, ajudar a encontrar outras pessoas desaparecidas, especialmente aquelas cujos casos frequentemente ficam à margem da cobertura da mídia.

Família de Gabby Petito; Nichole e Jim Schmidt (barbudo), Joseph e Tara Petito (camisa verde), 1 de junho de 2024, Nashville, TN.

Após a morte de Gabby, Joe e sua esposa Tara, junto com os pais de Gabby, Nichole Schmidt e Jim, encontraram um propósito ao usar a ampla cobertura que o caso gerou. Eles fundaram a Gabby Petito Foundation, uma iniciativa focada em conscientizar sobre a violência doméstica e na criação de legislações mais rigorosas sobre como a polícia lida com casos de abuso entre parceiros íntimos e pessoas desaparecidas.

Sob o olhar atento de Joe Petito, a fundação também começou a se concentrar em trazer luz a milhares de casos de pessoas desaparecidas e assassinatos não resolvidos, especialmente de pessoas de cor e indígenas, cujas histórias normalmente não recebem a atenção necessária. “Quando se trata de pessoas desaparecidas, elas simplesmente não têm amplificação. Portanto, fazer o que pudermos para ajudar a divulgar essas histórias é crucial”, afirmou ele.

Joe compartilhou a dor que experimentou ao buscar por sua filha e a empatia que sente pelos outros que vivem a mesma situação. “Eu entendo o que é necessário, as tristezas e ansiedades. Eu só precisei suportar por pouco mais de uma semana e meia”, ele refletiu. “Outros tiveram que suportar por toda uma vida, anos de incerteza, e isso parte meu coração quando vejo isso.” Sua determinação se reflete em sua ambição de que as histórias dos esquecidos sejam ouvidas e que suas famílias possam encontrar algum tipo de paz.

Gabby Petito e seu pai Joe em 2017.

Joe continua a acreditar que a força da mensagem é essencial para garantir que os casos de pessoas desaparecidas permaneçam em evidência. Ele enfatiza que, quando houve uma mobilização coletiva em busca de Gabby, diversas outras vítimas também foram encontradas. “Tivemos departamentos de polícia de todo o país procurando. Eles encontraram sete corpos à procura de Gabby. Eu sei que mais pode ser feito”, afirmou ele, confiando que a pressão e a cobertura mediática podem desempenhar um papel vital.

Sendo um gestor de uma rede de lojas e com o coração pesado pela perda da filha, Joe nutre a esperança de que Gabby esteja orgulhosa da missão que sua família está assumindo. “Eu espero que ela esteja orgulhosa. Eu realmente espero que nossa família, minha esposa, Jim e Nikki, e as crianças, estejam mostrando que estamos tentando continuar o que ela começou”, disse ele. “Um dia, eu espero ver ela novamente e, quando eu perguntar, ‘Eu te fiz orgulhosa?’ Ela dirá ‘Sim’.” Este testemunho de amor e determinação evidencia a luta de uma família que transformou uma tragédia pessoal em um movimento de mudança social.

Se você está enfrentando violência doméstica, ligue para a National Domestic Violence Hotline pelo número 1-800-799-7233, ou acesse o site thehotline.org. Todas as chamadas são gratuitas e confidenciais. A linha de apoio está disponível 24 horas por dia, em mais de 170 idiomas.

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