A morte de Alice Brock, artista e proprietária do restaurante que inspirou o famoso cantor folk Arlo Guthrie a criar a icônica canção de 1967 “Alice’s Restaurant Massacree”, foi anunciada recentemente. Aos 83 anos, Alice faleceu em 20 de novembro, em Provincetown, Massachusetts, onde residia há quatro décadas. A confirmação de sua morte veio através da página oficial de Arlo Guthrie na rede social Facebook, em um post que expressava suas condolências pelo falecimento de sua amiga de longa data.
A causa do falecimento de Brock foi divulgada como doença pulmonar obstrutiva crônica, e ela estava sob cuidados paliativos quando ocorreu sua morte. Arlo Guthrie documentou sua primeira reunião com Alice em 1962, durante seu tempo em um internato onde ela trabalhava como bibliotecária. Sua amizade se aprofundou ao longo dos anos, e ele lembra com carinho de momentos marcantes, como o Dia de Ação de Graças de 1965, quando visitou Alice e seu marido, Ray. Essa visita, que ela sempre lembraria, se tornaria a base para a história contada em sua canção mais famosa.
Em seu tributo, Guthrie descreveu Alice como uma mulher pragmática, com um excelente senso de humor. Ela não apenas se destacou no ramo de restaurantes, mas também se aventurou como autora e artista, colaborando com Arlo em vários projetos ao longo das décadas. A conexão entre eles não se limitou apenas às suas carreiras; ambos enfrentaram o desafio da vida moderna de maneiras diferentes, mas sempre mantendo uma amizade genuína e calorosa.
A canção “Alice’s Restaurant Massacree” se tornou um fenômeno cultural, com sua narrativa complexa e humorística sobre as experiências de Guthrie em um feriado de Ação de Graças, incluindo uma prisão por despejo ilegal de lixo. Embora o restaurante em si não seja o foco central da canção, a frase “Você pode conseguir qualquer coisa que quiser no restaurante da Alice” se tornou um refrão emblemático, ressoando com muitos que ouviram sua história. O sucesso da canção levou à criação de um filme em 1969, também intitulado “Alice’s Restaurant”, no qual Alice fez uma breve participação, consolidando ainda mais seu papel na cultura popular.
Esta canção de Guthrie foi preservada na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos como parte do Registro Nacional de Gravações em 2018, refletindo seu impacto duradouro na música folk e na cultura americana. No entanto, apesar de sua fama, Alice Brock frequentemente ressoou uma certa ambivalência em relação ao reconhecimento público, expressando em entrevistas que, a princípio, “ressentia” a fama que a canção trouxe a ela. Com o tempo, ela se tornou mais confortável com a compreensão e carinho que o público nutriu por ela e por sua história, vendo seu restaurante não apenas como um local físico, mas como parte de uma narrativa apreciada por muitos.
Com o falecimento de Alice, a próxima celebração do Dia de Ação de Graças marcará a primeira sem sua presença. Guthrie compartilhou que, algumas semanas antes de sua morte, ele e Alice conversaram ao telefone, lembrando-se de momentos alegres e riem juntos, mesmo cientes de que essa seria uma de suas últimas conversas. Em seu tributo, ele também mencionou que Alice havia aprovado uma exposição na igreja para contar sua própria história, evidenciando o desejo dela de compartilhar suas experiências e perspectivas, mesmo em seus últimos momentos.
Sobrevivem a ela três enteados, dois netos, uma bisneta e dois tataranetos, que certamente levarão adiante a memória dessa figura marcante e sua contribuição para a cultura contemporânea. Com sua morte, o mundo da arte e da música perde uma mulher notável, cujas experiências e histórias continuam a inspirar novos artistas e amantes da música.
Pela perspectiva que Alice Brock trouxe à vida e à música, ela será lembrada não apenas como a mulher que inspirou uma canção, mas como uma pessoa que viveu plenamente e expressou seu amor pela arte e pela amizade, deixando um legado que perdurará por gerações.
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