O universo cinematográfico de Star Wars continua a cativar fãs ao redor do mundo e gera expectativas para novas produções. No entanto, uma voz proeminente do cinema contemporâneo, o aclamado diretor Denis Villeneuve, conhecido por sua visão única em filmes como Duna: Parte Dois, revelou que suas experiências de infância e desilusões com a saga galáctica o afastaram da ideia de dirigir um filme dessa franquia icônica. Esta revelação foi feita durante uma recente aparição no podcast The Town, onde ele compartilhou abertamente suas emoções sobre a série que permeou sua juventude.

Villeneuve, que se destaca por seus trabalhos cinematográficos complexos e visualmente impressionantes, recordou com nostalgia como o primeiro filme da saga, Star Wars: Uma Nova Esperança, impactou sua vida em 1977. Para ele, o filme “foi como uma bala de prata indo direto ao meu cérebro”. À época, ele era um adolescente obcecado pela trama e pelos personagens, mas sua paixão rapidamente se transformou em frustração com o desenrolar da saga, especialmente após o lançamento de O Império Contra-Ataca. A revelação de que Darth Vader, o vilão temido por todos os jovens, era na verdade o pai do herói Luke Skywalker foi um choque que “o traumatizou”.

O que realmente colocou um ponto final em sua fantasia de dirigir um filme de Star Wars foi a terceira entrega da trilogia original, O Retorno de Jedi, que Villeneuve e seu melhor amigo esperavam ansiosamente. Em uma história que mistura decepção e humor, ele revelou que ambos queriam alugar um táxi para ir a Los Angeles e confrontar George Lucas, o criador da franquia, por “traírem” suas expectativas com a inclusão dos Ewoks, que consideraram inadequados e infantis para uma narrativa que inicialmente os fascinara.

Com o passar dos anos, Villeneuve percebeu que o franchise havia mudado de cara e, conforme suas próprias palavras, “ele cresceu enquanto a franquia se mantinha essencialmente voltada para um público jovem”. Ele mostrou desdém pela ideia de dirigir um filme dentro de um universo que considera excessivamente rígido e convencionado, afirmando que não “sonha” em trabalhar em Star Wars por conta de sua estrutura “codificada” que o impede de expressar sua criatividade genuína. Com isso, fica claro que sua preferência se inclina para narrativas mais profundas, como visto em Duna, onde ele pode explorar temas complexos como classismo e mitologia.

Para Villeneuve, as críticas à saga se tornaram uma constante. Em uma entrevista também em 2023 ao site The Playlist, ele reafirmou suas preocupações sobre o futuro da franquia, argumentando que ela havia perdido sua elegância e abandonado a jornada psicológica da qual Luke Skywalker era protagonista. Sua frase “Eu nunca abandonei Star Wars, Star Wars me abandonou” ressoa com muitos fãs que também sentiram o afastamento da beleza e profundidade de suas histórias originais.

Enquanto Denis Villeneuve se prepara para concluir sua trilogia — que ele não considera uma trilogia formal — com o terceiro filme de Duna, suas reflexões sobre as histórias da galáxia muito, muito distante nos fazem questionar o que realmente significa criar arte e como nossas experiências formativas moldam as escolhas que fazemos. O projeto de um Star Wars sob sua direção certamente poderia trazer um frescor ao universo, mas, ao que tudo indica, isso permanecerá um sonho distante. Ao final, fica a esperança de que ele conclua sua própria trilogia da maneira que deseje, ao invés de se prender às expectativas criadas por narrativas passadas.

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