Albuquerque, Novo México
AP
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Um tribunal em Albuquerque, Novo México, decidiu em favor de um homem que processou uma clínica de saúde masculina e recebeu uma indenização recorde de **mais de 412 milhões de dólares** por erro médico. Este caso, que ficou em evidência pelo seu desfecho estrondoso, revela questões sérias sobre a ética na medicina e a proteção ao consumidor no setor de saúde.
Os advogados do demandante comemoraram o veredicto, indicando que esperam que ele sirva de aviso a outras instituições médicas para que não enganem pacientes vulneráveis, especialmente os mais velhos. De acordo com eles, os danos punitivos e compensatórios atribuídos neste caso constituem a quantia mais alta já paga por um júri em um caso de erro médico nos Estados Unidos, o que widely draws attention para a urgência em melhorar práticas médicas e a responsabilidade de profissionais de saúde em todo o país.
Para Lori Bencoe, uma das advogadas que representou o autor do processo, este é um caso que estabelece um **registro nacional**, uma vez que demonstra um comportamento inadequado e antiético por parte de profissionais da saúde. A advogada afirmou que situações como essa são uma grave violação do dever fiduciário, que deve nortear a relação entre pacientes e médicos. “Não há justificativa para profissionais licenciados defraudarem pacientes em busca de dinheiro. Isso é uma quebra de confiança”, destacou Bencoe, enfatizando que tal comportamento não deve ter lugar no campo da medicina.
O veredicto foi proferido em um julgamento realizado anteriormente neste mês, que se concentrou nas alegações apresentadas em uma ação judicial movida pelos advogados do requerente em 2020. A clínica **NuMale Medical Center** e seus respectivos diretores foram nomeados como réus no processo, levantando questões importantes sobre a supervisão e a responsabilidade de instituições financeiras em relação aos cuidados que proporcionam aos seus clientes.
O autor da ação, que na época tinha 66 anos, procurou a clínica em 2017 em busca de tratamento para fadiga e perda de peso. Os advogados alegam que a clínica o diagnosticou incorretamente e o submeteu a injeções invasivas para disfunção erétil, que resultaram em danos irreversíveis em sua saúde. Essa situação torna-se ainda mais preocupante considerando que muitos pacientes são idosos e podem ser mais suscetíveis a resultados negativos de intervenções médicas que não são necessárias.
Nick Rowley, outro advogado representante do autor, denunciou um esquema fraudulento que visa lucrar milhões à custa da saúde de homens idosos, insinuando que, se não se submetessem a injeções frequentes, eles sofreriam danos permanentes. “Era um plano para enganar pacientes, e isso não pode ser tolerado”, disse Rowley. Este tipo de engano acarreta sérias consequências não apenas para as vítimas, mas também para a confiança do público na medicina e nos profissionais de saúde.
Em resposta ao veredicto, o presidente da NuMale Medical Center, Brad Palubicki, anunciou que a empresa continua comprometida em fornecer cuidados adequados aos pacientes, respeitando padrões rigorosos de segurança e conformidade em todas as suas instalações. Ele ressaltou que, devido a processos legais em andamento, a empresa se abstém de comentar detalhes específicos sobre o caso. A NuMale opera em estados como Colorado, Flórida, Illinois, Nevada, Nebraska, Carolina do Norte e Wisconsin, trazendo um alerta a consumidores em várias regiões sobre a necessidade de vigilância em relação a práticas médicas.
Segundo os registros do tribunal, ficou confirmado que a conduta fraudulenta e negligente dos réus causou danos à parte demandante. Os jurados também determinaram que a conduta inaceitável dos réus era uma violação das leis contra práticas comerciais injustas. Este caso não apenas destaca os riscos associados a instituições de saúde, mas também estabelece uma precedência para que outras vítimas de erros médicos busquem justiça, independentemente da quantia envolvida.