A recente decisão de Donald Trump, em nomear Charles Kushner, pai de seu genro Jared Kushner, como o próximo embaixador dos Estados Unidos na França, acendeu discussões sobre as implicações políticas e pessoais dessa escolha. O anúncio foi feito por Trump no último sábado, destacando o papel de Charles na indústria imobiliária e sua trajetória profissional multifacetada. Contudo, essa nomeação não vem sem controvérsias, já que a história de Charles também é marcada por eventos polêmicos.
No post que Trump compartilhou na plataforma Truth Social, ele descreveu Charles Kushner como um empresário de sucesso, um filantropo e um negociador experiente. O presidente também ressaltou a experiência profunda de Charles no setor imobiliário. Ele é o fundador e presidente da Kushner Companies, uma das maiores e mais bem-sucedidas empresas de imóveis do país. O reconhecimento de Charles inclui ter sido nomeado ‘Empreendedor do Ano’ em New Jersey pela Ernst & Young, além de sua associação ao Conselho Memorial do Holocausto dos EUA e sua atuação como Comissário e Presidente da Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey.
Porém, a trajetória de Charles Kushner está longe de ser ilibada. Em 2020, ele recebeu o perdão de Trump após cumprir sentença de prisão em decorrência de uma condenação por uma série de crimes federais, incluindo evasão fiscal e intimidação de testemunhas. A natureza das suas ações foi severamente criticada por Chris Christie, ex-procurador dos Estados Unidos para o New Jersey, que acusou Kushner de ter cometido “um dos crimes mais repugnantes que ele já processou”. As táticas de intimidação de Kushner incluíram um plano elaborado para desonrar seu cunhado, William Schulder, que havia se tornado uma testemunha contra ele. Essa trama envolveu a contratação de uma prostituta para capturar o cunhado em uma situação comprometida, mas a ação se voltou contra ele quando a mulher decidiu não cooperar.
Apesar de sua história complicada, não é difícil entender por que Trump optou por nomear Charles para esse cargo diplomático. O vínculo familiar é, sem dúvida, um fator importante. Enquanto isso, Jared Kushner, que desempenhou papéis significativos durante a administração anterior, afirmou que não tem intenção de retornar para a administração que se aproxima, preferindo concentrar-se em sua empresa de private equity, a Affinity Partners, com forte apoio de fundos soberanos do Golfo. No entanto, mesmo fora de um cargo formal, é esperado que Jared tenha um papel chave nas futuras políticas do Oriente Médio que a administração trabalhará. Em um evento recente, ele enfatizou que deseja se focar em sua carreira empresarial no momento, estabelecendo um claro distanciamento das questões políticas, embora sua influência retorne ao debate da política externa.
Desde a saída de Trump da presidência em 2021, Jared e sua esposa, Ivanka Trump, mudaram-se para Miami e têm se afastado da política, revelando que a vida longe da agitação da capital é mais atrativa neste momento. Contudo, as ações de Kushner durante a administração Trump ainda ecoam em muitas políticas, especialmente aquelas relacionadas à imigração, à relação com a China, à situação do Oriente Médio e a resposta da Casa Branca à pandemia de coronavírus. O impacto da sua influência na política americana ainda é analisado por muitos, e esse novo movimento dos Kushner tem potencial para ressoar em várias esferas, políticas e econômicas.
O que o futuro reserva para Charles Kushner como embaixador na França e para Jared Kushner fora das luzes do poder é uma questão que muitos aguardam para ver. A dinâmica de relações familiares entre os Kushner e Trump certamente adiciona uma camada de complexidade às expectativas e realidades deste novo capítulo na diplomacia americana.
Esta história foi atualizada com informações adicionais.
CNN e diversos jornalistas contribuíram para este relatório.