Artista quer ser reconhecido como compositor e não se encaixar em um único gênero

Em uma reveladora entrevista à revista Rolling Stone, Zach Bryan, o vencedor do Grammy, compartilhou suas reflexões sobre sua carreira musical e as limitações que ele sente sendo rotulado como um “músico country”. Durante uma conversa com Bruce Springsteen, uma das suas maiores inspirações, Bryan enfatizou que deseja ser reconhecido apenas como compositor. “Não quero ser apenas um músico country. Todos me chamam assim. Quero ser um compositor, e você é, de modo singular, um compositor”, declarou Bryan, que tem apenas 28 anos e já conquistou o coração de muitos fãs e críticos com suas músicas.

Embora tenha alcançado o topo das paradas country com sucessos como “Something in the Orange” e “I Remember Everything”, uma parceria com Kacey Musgraves, além de três álbuns bem recebidos — “American Heartbreak”, “Zach Bryan” e “The Great American Bar Scene” — o artista expressou seu desejo de uma maior liberdade artística. Ele comparou sua situação à de Bruce Springsteen, lembrando que ninguém o define exclusivamente como um músico de rock, apesar de ser indiscutivelmente parte deste gênero. “Vocês são todas essas coisas encapsuladas em um homem. E isso é o que composição significa”, acrescentou Bryan, refletindo sobre a pluralidade que compõe a identidade musical de cada artista.

Springsteen, por sua vez, elogiou a “energia” das performances de Bryan, destacando sua capacidade de quebrar barreiras de gênero musical. “Você derruba todas essas diferentes fronteiras de gênero”, afirmou Springsteen, que, aos 75 anos, continua a influenciar e inspirar novas gerações de músicos. Essa possibilidade de explorar diferentes gêneros sem se limitar a um rótulo específico é, segundo Bryan, um dos aspectos que ele mais admira em Springsteen, considerando-o um verdadeiro “herói” em sua trajetória musical. Bryan recordou que, ao iniciar sua carreira, expressou a seus gerentes, Stefan e Danny, seu desejo de estar em uma posição onde sua música pudesse ser vista como atemporal e abrangente, sem se restringir a um único estilo. “Quero que as pessoas, ao olharem para trás, vejam meu trabalho como algo que é supremo no que você estava fazendo”, relembrou.

A abordagem de Bryan em relação à música reflete uma mudança no panorama musical contemporâneo, onde muitos artistas buscam se desvincular de categorização restritiva. Ao optar por não submeter suas músicas para a atual edição do Grammy, Bryan reforçou sua visão de que a música não deve ser tratada como uma competição. De acordo com informações da Variety, essa decisão demonstra o desejo do cantor de priorizar a expressão artística sobre a busca por prêmios e reconhecimentos que muitas vezes podem limitar a criatividade e a autenticidade artística.

Recentemente, Bryan foi premiado com o Grammy de melhor desempenho em dupla/grupo country, junto com Kacey Musgraves, pela música “I Remember Everything”, o que ressalta ainda mais seu talento inegável como compositor. Contudo, sua escolha de não participar do Grammy deste ano é um reflexo de sua filosofia pessoal de que a música deve existir por si mesma, sem a competição que muitas vezes a rodeia. Essa visão contrasta com a da indústria musical tradicional, onde rótulos e prêmios muitas vezes podem definir a carreira de um artista e limitar sua evolução.

Em suma, Zach Bryan se posiciona como um artista que deseja transcender as barreiras de gênero e a competição na música, buscando uma verdadeira liberdade criativa através da composição. Seu diálogo com Bruce Springsteen não só destaca suas aspirações pessoais, mas também ilustra uma discussão mais ampla sobre a identidade artística em um mundo musical em constante evolução. À medida que a indústria se adapta às novas formas de expressão e reconhecimento, artistas como Bryan desempenham um papel fundamental ao desafiar convenções e redefinir o que significa ser um músico nos dias de hoje.

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