A produção do drama sul-coreano “Quando o telefone toca” (em inglês, “When the Phone Rings”) veio a público para expressar suas sinceras desculpas a respeito de uma cena controversa exibida na estreia da série, que ocorreu no dia 22 de novembro de 2023. O elenco e a equipe de produção enfrentaram críticas severas após um erro de transmissão que gerou mal-entendidos em relação à interpretação da linguagem de sinais. Esse incidente não só levantou questões sobre a representação de pessoas surdas na mídia, mas também colocou em evidência a necessidade de um tratamento mais cuidadoso dos temas que envolvem a diversidade da comunicação.

No primeiro episódio da série, a protagonista Hong Hee Joo, interpretada por Chae Soo Bin, atua como intérprete de linguagem de sinais em um programa de notícias. Durante uma transmissão ao vivo, houve um erro técnico que fez com que a tela congelasse em um momento em que ela estava sinalizando a palavra “montanha”. Essa imagem, condensada por um errôneo enquadramento, foi mal interpretada pelo público como um gesto obsceno, gerando uma onda de indignação entre os espectadores. Muitos expressaram seus sentimentos de ofensa, classificando a cena como uma zombaria da linguagem de sinais e uma falta de respeito à comunidade surda.

Em 29 de novembro, a equipe de produção se desculpou formalmente, enfatizando que não houve qualquer intenção de ridicularizar a linguagem de sinais. O grupo reconheceu que falhou em sua missão de representar de maneira precisa e respeitosa as dificuldades enfrentadas por pessoas surdas e pelos usuários do sistema de sinais coreano. A declaração oficial da equipe declarou: “Pedimos desculpas por ter causado preocupações através de uma parte da cena sobre linguagem de sinais. Levamos muito a sério as críticas de que ‘Quando o telefone toca’ lidou de forma inadequada com a linguagem de sinais e, por consequência, zombou das pessoas surdas e da Língua de Sinais Coreana.”

A produção de “Quando o telefone toca” apresenta a linguagem de sinais como um elemento central na narrativa, destacando sua importância na comunicação entre os protagonistas, que enfrentam barreiras emocionais e linguísticas. A trajetória de ambos os personagens ilustra o esforço necessário para superar as dificuldades linguísticas e emocionais e estabelecer uma conexão significativa, promovendo uma reflexão sobre o valor da comunicação inclusiva. A equipe de produção se comprometeu a estudar mais profundamente as questões enfrentadas por esta comunidade e a assegurar que futuras produções sejam mais cuidadosas e respeitosas em relação à representação de temas sensíveis.

Após a repercussão do incidente, a comunidade surda, que historicamente já se deparou com dificuldades em ser representada de forma sensível e realista nas artes e na mídia, manifestou suas preocupações. Organizações e grupos ativistas pediram mais inclusões de pessoas surdas na produção de conteúdos audiovisuais e a implementação de consultorias que ajudem a garantir uma representação justa e precisa. Esse tipo de compromisso não é apenas necessário para evitar mal-entendidos, mas é também fundamental para promover uma mudança cultural que respeite as vozes e experiências únicas de todos os grupos envolventes na sociedade.

Com isso, a série “Quando o telefone toca” e sua equipe enfrentam agora a tarefa desafiadora de não apenas continuar a produção de seu enredo, mas também manter o compromisso de criar um conteúdo que valorize e respeite a diversidade. A resposta à controvérsia deverá funcionar como um exemplo prático sobre o impacto que a mídia pode ter nas comunidades e o quão importante é tratar os temas com responsabilidade e sensibilidade. Esperamos que a série possa se reerguer após essa crise, respeitando as diretrizes propostas e honrando a rica tapeçaria de comunicação que a linguagem de sinais proporciona.

Por fim, a equipe de “Quando o telefone toca” reafirmou seu compromisso com a melhoria contínua na representação e interpretação de diversos modos de comunicação, e pediu ao público para continuar acompanhando a série, oferecendo críticas construtivas sempre que necessário. “Mais uma vez, inclinamos nossas cabeças em sinal de desculpas”, concluíram.

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