A comunidade de fãs de Dragon Age tem circulado um debate intrigante desde o lançamento de The Veilguard, a mais recente adição à icônica série de RPG da BioWare. Um dos principais pontos de crítica recai sobre a simplicidade na integração das escolhas feitas pelos jogadores em jogos anteriores. Para muitos, a sensação é de que a nova aventura simplesmente ignorou a rica tapeçaria de decisões que moldaram as narrativas passadas, especialmente considerando que apenas três escolhas de Dragon Age: Inquisition foram importadas para este novo capítulo. Essa situação levanta questionamentos sobre a forma como a narrativa se desenvolve e interage com as histórias prévias, algo que sempre foi uma marca registrada da série.

Partindo desse cenário, em uma recente entrevista para a IGN, a diretora do jogo, Corinne Busche, foi questionada sobre a ausência de um maior carregamento de decisões no jogo. Ela revelou que, embora a BioWare tenha optado por uma narrativa mais autônoma, o estúdio não pretende alienar os jogadores de suas escolhas passadas. “O que realmente queremos é que esta história, cada decisão que você toma, sinta-se relevante para ela”, comentou Busche. Ao fazer isso, a BioWare estabeleceu um novo padrão que se distancia da jogabilidade anterior, focando na construção de uma narrativa que respeita o jogador, mas que também parece em grande parte desvinculada de suas escolhas passadas.

Um dos pontos mais polêmicos levantados pelos fãs refere-se ao uso de diálogos de personagens que poderiam facilmente contradizer as escolhas feitas em jogos anteriores. Por exemplo, a presença de Isabela é tratada como se o jogador a tivesse recrutado em Dragon Age II, mesmo que a mecânica do jogo permita que os jogadores avancem sem a inclusão dela em seu grupo. Esses detalhes têm levado alguns fãs a sentir que suas decisões não apenas foram desconsideradas, mas que, em certa medida, foram obliteradas. A BioWare, no entanto, parece estar ciente das preocupações, com a diretora se comprometendo a que as escolhas dos jogadores serão relevantes em futuras iterações da série, mesmo que este elemento não tenha sido plenamente utilizado em The Veilguard.

Embora o foco atual da equipe da BioWare esteja voltado para o desenvolvimento do próximo jogo da série Mass Effect, há uma sensação contínua de que o legado das escolhas de Dragon Age não foram esquecidas. Durante a mesma entrevista, Busche ressaltou que as decisões tomadas em Dragon Age: Origins, Dragon Age II e Dragon Age: Inquisition ainda possuem um papel significante a ser desempenhado no futuro da franquia. “Essas escolhas não estão acabadas. Estamos apenas num momento em que elas não estão impactando diretamente essa narrativa”, afirmou. Esta esperança de um entrelaçamento mais profundo de histórias anteriores em novos jogos representa um alicerce forte para os fãs que investiram tempo construindo suas histórias pessoais dentro do universo de Dragon Age.

À medida que a BioWare navega pelo desenvolvimento de novas narrativas, os fãs aguardam ansiosamente para ver como seus antigos dilemas e situações irão reemergir nas futuras aventuras. A expectativa é que as escolhas que parecem ter sido deixadas de lado em The Veilguard sejam eventualmente recuperadas, reintroduzidas em um novo contexto onde cada decisão tenha peso e significado. Embora a falta de continuidade entre os jogos tenha gerado descontentamento, a possibilidade de que tudo possa voltar a ser relevante no futuro impõe um fio de esperança, conforme a comunidade aguarda o desenrolar das próximas histórias. O tempo dirá se a BioWare conseguirá atender a essas expectativas, mas por agora, o foco está em bolar novas narrativas que, ao mesmo tempo que são frescas, respeitem o legado das experiências passadas dos jogadores.

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