A renomada atriz Catherine Zeta-Jones compartilhou suas reflexões sobre a carreira e a liberdade no mundo do cinema independente durante uma conversa informal no Red Sea Film Festival, que ocorreu em Jeddah, na Arábia Saudita. Zeta-Jones, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2003 por sua atuação no musical Chicago, trouxe à tona a importância de receber esse reconhecimento e o impacto que isso teve em sua carreira.

Durante o evento, a atriz expressou que ganhar um Oscar não foi apenas um ápice, mas, de fato, um novo começo em sua trajetória artística. “É, na verdade, o começo, porque existe um precedente, com seu nome sendo precedido por vencedora do Oscar: Catherine Zeta-Jones”, afirmou, enfatizando como essa conquista mudou sua percepção e como ela é vista na indústria. Além disso, Zeta-Jones tocou em um tema interessante: a dualidade entre ser premiada como atriz e ter a experiência de subir ao palco de um teatro, refletindo sobre o que realmente é mais gratificante em sua vida profissional.

Agora, aos 55 anos, a atriz britânica revelou sua intenção de se afastar da gigante Hollywood e explorar as possibilidades do cinema independente. “Estou fazendo um pequeno filme independente e estou realmente empolgada com isso, porque nunca fiz parte desse mundo”, comentou Zeta-Jones, ressaltando sua busca por um trabalho mais interessante e alinhado com suas expectativas artísticas. “Volto ao meu pensamento teatral, porque não sinto que tenho que provar nada a ninguém. Não preciso trabalhar duro para outras pessoas”, declarou com firmeza, expressando que a liberdade criativa é essencial para ela nesse estágio da vida.

A discussão não ficou restrita às suas novas conquistas cinematográficas. Catherine Zeta-Jones refletiu também sobre suas origens e a base que a levou ao estrelato. Sua infância na pequena cidade de Swansea, no País de Gales, desempenhou um papel crucial na formação de seu talento, onde começou a dançar aos quatro anos e rapidamente subiu a escada do sucesso ao vencer um concurso de talentos nacional aos dez anos. “Se você soubesse de onde eu vim, é o final de uma linha de trem em Gales”, lembrou com carinho, sublinhando que sua trajetória é marcada por garra e determinação.

Com a memória fresca das dificuldades e rejeições que enfrentou ao longo de sua carreira, ela enfatizou a importância de perseverar. “Para mim, foi como vencer uma corrida, vencer a corrida”, disse Zeta-Jones sobre seu caminho até as grandes produções teatrais, como seu papel principal no musical de sucesso 42nd Street, onde conquistou notoriedade aos 17 anos. “Meu sonho estava, de certa forma, completo”, afirmou com um sorriso.

Uma chance inesperada na televisão britânica também alterou o rumo de sua vida. Zeta-Jones conquistou um papel na série The Darling Buds of May em 1991, que a catapultou para a fama no Reino Unido. “Foi um grande aprendizado, com certeza”, disse ela, revelando o quanto sua vida mudou em uma hora após a estreia da série, quando percebeu que estava sendo reconhecida em todos os lugares.

A atriz também compartilhou suas experiências nos primeiros dias em Hollywood. Após se mudar para os Estados Unidos, precisou lidar com a brutalidade da prensa tablóide britânica, o que a preparou para os desafios futuros na indústria de entretenimento. “Eu fui para a América e pensei, esta é a minha chance de dar meu melhor”, relembrou sobre sua determinação e presença de espírito. Oportunidades significativas surgiram, incluindo um papel em um filme sobre o naufrágio do Titanic, que chamou a atenção de ninguém menos que Steven Spielberg, que rapidamente se interessou no talento da atriz para um papel em The Mask of Zorro, onde atuou ao lado de Antonio Banderas e Anthony Hopkins.

Zeta-Jones destacou o quanto seu background em dança e música a ajudou ao longo da carreira cinematográfica e, principalmente, nas filmagens de Chicago, onde conquistou o Oscar. “Todo o processo dos ensaios, considerando a tela, todos os ângulos diferentes que tivemos que fazer para aquelas rotinas, aquela colaboração com dançarinos que sentiam que eu falava a língua deles, foi maravilhoso”, concluiu, reafirmando a conexão que a arte do cinema pode promover.

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