À medida que 2025 se aproxima, as mulheres no entretenimento estão se sentindo renovadas e galvanizadas. Este sentimento foi expresso pela CEO da Women in Film and TV (WFTV), Katie Bailiff, em uma entrevista concedida ao The Hollywood Reporter. O contexto das declarações de Bailiff ocorre a poucos dias da cerimônia dos WFTV Awards, um dos eventos mais esperados do ano, onde são celebradas as conquistas das mulheres na mídia britânica.
Em sua conversa, Bailiff enfatizou o quanto a indústria avançou, oferecendo um exemplo marcante sobre as consequências das declarações do co-apresentador do MasterChef, Gregg Wallace, que se viu envolvido em uma controvérsia. Wallace havia atribuído alegações de má conduta nos bastidores a comentários de “um punhado de mulheres de classe média de certa idade”. Essa frase, que ressoou e gerou indignação, provocou uma onda de reações entre mulheres na indústria, levando muitas a se identificarem com esse rótulo e expressarem seu orgulho em apoiar as gerações mais jovens de profissionais. “Estamos aqui para fazer o que é certo”, disse Bailiff. “Com certeza, é inspirador ver tantas mulheres se unindo a essa causa.”
A emoção e a força subjacentes à declaração não podem ser subestimadas. “As mulheres estão realmente se levantando e dizendo que estão dispostas a lutar por mais mudanças. Isso é empolgante e encorajador”, completou Bailiff, ilustrando como esse tipo de discussão pode ser um catalisador para ações positivas e transformadoras. Os comentários de Wallace, embora problemáticos, revelaram a determinação de mulheres influentes para melhorar a situação e garantir um espaço mais seguro e inclusivo na indústria.
Bailiff destacou também algumas das conquistas das mulheres na produção cinematográfica e televisiva em 2024. Entre essas, mencionou o trabalho de Sharon Horgan na série Bad Sisters, a atuação de Billie Piper e Gillian Anderson em Scoop, além de projetos notáveis como Disclaimer, com Cate Blanchett e Kate Winslet, entre outros. “Essas mulheres estão moldando a narrativa da indústria e oferecendo uma nova perspectiva crucial”, observou.
A cerimônia dos WFTV Awards irá premiar um total de 14 categorias, abrangendo áreas como escrita, produção, direção e contribuição ao meio. Bailiff ressaltou a importância de reconhecer o trabalho tanto de mulheres que aparecem nas telas quanto daquelas que trabalham nos bastidores, muitas vezes invisíveis e sem o devido reconhecimento. “Cada uma dessas mulheres é uma verdadeira mudança de jogo em seu papel dentro da indústria”, afirmou. “E este ano, introduzimos um prêmio dedicado à gestão de produção. Com frequência, essas profissionais são as heroínas não reconhecidas do processo de produção.”
Segundo Bailiff, a galeria de vencedores do passado, que inclui nomes como a escritora e produtora Nicôle Lecky e a atriz Michaela Coel, é forte e inspiradora para as novas gerações que as seguem. “Esse prêmio não é apenas uma celebração de talentos; é uma afirmação do potencial feminino na indústria cinematográfica”, comentou. Quase 1.000 pessoas devem comparecer ao evento, que, por sua popularidade, se esgota rapidamente.
Nos últimos três anos, a WFTV experimentou um crescimento significativo, dobrando seu número de membros para quase 4.000. Com o intuito de ajudar as mulheres em cargos de liderança, a WFTV também oferece cursos de liderança sênior, além de workshops e programas de mentoria para criativos mais jovens. “Esse ano, foram realizados mais de 200 eventos”, disse Bailiff, enfatizando o empenho da organização em criar um ambiente onde as mulheres possam prosperar.
No entanto, Bailiff admitiu que os desafios ainda são grandes. Segundo dados recentes, apenas 16% dos 250 principais filmes de Hollywood foram dirigidos por mulheres. Além disso, 36% das produções têm roteiristas mulheres e apenas 29% tem mulheres à frente como diretoras. “Estamos avançando, mas ainda há uma longa jornada pela frente”, concluiu ela, ressaltando a importância de eventos como o WFTV para inspirar a próxima geração e celebrar as conquistas alcançadas até agora.