“`html

O renomado ator e produtor Michael Douglas lançou críticas contundentes à influência crescente da tecnologia digital e das plataformas de streaming em Hollywood, durante uma conversa no Red Sea Film Festival em Jeddah, na Arábia Saudita. Douglas, conhecido por seus papéis em filmes icônicos como Wall Street e Os Invasores de Corpo Estranho, expressou preocupação sobre como essas mudanças estão impactando a qualidade e a essência do cinema.

“A maior mudança na minha vida e carreira foi a digitalização”, afirmou Douglas, destacando que a evolução da produção sonora é um dos aspectos mais significativos. Ele lembrou que, nos anos 70, os cineastas tinham mais controle sobre o processo de produção, enquanto os estúdios se concentravam na distribuição. “Agora, a situação se inverteu; os estúdios e, neste caso, os serviços de streaming estão assumindo um papel dominante, e o advento do Silicon Valley está ‘empobrecendo’ o que pensamos ser essa grande indústria”, acrescentou.

Douglas acredita que esse “empobrecimento” se deve em grande parte aos interesses corporativos que frequentemente priorizam lucros em detrimento de uma narrativa cinematográfica sólida e criativa. A relevância da narrativa e a profundidade dos personagens, essenciais para uma produção de qualidade, estão, segundo ele, sendo deixadas de lado em favor de soluções rápidas e formuladas, que atendem mais às expectativas comerciais do que às necessidades artísticas.

Durante a conversa, Douglas também refletiu sobre seu legado na indústria cinematográfica, mencionando o impacto que seu pai, o lendário Kirk Douglas, teve em sua carreira. Ele não tem aversão a ser chamado de “filho de celebridade” e discute como qualquer pai, independente da profissão, busca apoiar seus filhos em suas escolhas de carreira. “Eu sou um ‘nepo baby’ também, sabe? Essa é a realidade”, comentou Douglas, abordando as críticas que têm surgido sobre a nepotismo em Hollywood.

Apesar dos desafios, Douglas expressou otimismo em relação ao futuro da indústria. “Estou vivendo um momento muito agradável e não planejo me aposentar tão cedo”, afirmou. Ele confidenciou que está explorando novos gêneros e formatos, como sua aparição no popular programa da Netflix, The Kominsky Method, e sua sugestão de participar de um filme de terror. “Ainda preciso encontrar um filme de terror, isso seria muito interessante”, disse, mostrando sua disposição para explorar novas áreas e formas de atuação.

Com mais de cinco décadas de carreira, Douglas continua a ser uma figura ícone, não apenas como ator, mas como defensor da narrativa inteligente e do cinema de qualidade. Seu engajamento no festival e suas reflexões sobre a indústria parecem ressoar em um momento em que muitos questionam se a verdadeira essência do cinema está sendo sacrificada em nome da eficiência e da rentabilidade.

A discussão de Douglas surge em um contexto mais amplo, onde muitos cineastas e críticos levantam a questão sobre como as experiências pessoais e a criatividade estão sendo moldadas pela tecnologia. O Red Sea Film Festival, que se estende até 14 de dezembro, tem se apropriado dessas conversas, promovendo um espaço onde cineastas podem debater abertamente sobre os desafios e as mudanças que a indústria enfrenta hoje.

Enquanto isso, sua esposa, Catherine Zeta-Jones, também participou do festival, trazendo seu próprio ponto de vista sobre os desafios enfrentados pelas mulheres na indústria cinematográfica. “Eu quero aparecer, quero fazer trabalhos interessantes”, disse Zeta-Jones, refletindo sobre seu percurso no cinema e seu desejo de explorar novas frentes em sua carreira.

“`

Similar Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *