Recentemente, a renomada atriz e agora diretora e produtora Eva Longoria compartilhou sua visão em relação aos programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) que estão sendo descontinuados em Hollywood. Longoria fez esse alerta durante uma conversa franca no Festival Internacional de Cinema do Mar Vermelho, realizado em Jeddah, Arábia Saudita, destacando o impacto negativo que isso pode ter para profissionais de criação, especialmente aqueles de comunidades historicamente sub-representadas.

A profissional de Hollywood, que tem uma carreira de sucesso tanto na frente das câmaras quanto atrás delas, enfatizou que “este tipo de movimento pendular que estamos vendo, com os programas de DEI sendo cortados, significa que muitos diretores e escritores oriundos desses programas sofrerão, pois eles oferecem oportunidades onde normalmente não existem”. Essa declaração ressoa em um momento em que a indústria enfrenta desafios na promoção da diversidade.

Longoria continuou a discussão, argumentando que as barreiras para entrada em Hollywood se intensificam especialmente para mulheres e pessoas de cor, afirmando que “não acredito que haja um executivo de estúdio em uma torre dizendo, ‘não quero contratar pessoas de cor’. Eles simplesmente contratam pessoas com mais experiência”. Com essas palavras, Longoria desafia a narrativa comum de que a diversidade não é uma prioridade para os executivos da indústria, apontando em vez disso para um ciclo vicioso de falta de oportunidade e acesso.

É inegável que a falta de diversidade de vozes no setor prejudica a criatividade e limita a representação nas telas. A Organização das Nações Unidas, em um relatório recente, apontou que a diversidade tem um impacto positivo não só na inovação, mas também no retorno financeiro das produções, destacando a necessidade urgente de se investir em programas de DEI.

A atriz não apenas expressou suas preocupações, mas também destacou a importância da sua fundação, a Eva Longoria Foundation. Esta iniciativa visa apoiar mulheres, especialmente latinas, em suas jornadas profissionais, fornecendo recursos e oportunidades que as ajudem a construir currículos que possam competir com seus colegas de indústria. Longoria mencionou que onde é possível, ela tenta olhar para o “potencial de alguém” em vez de apenas para os créditos na tela, reconhecendo que muitos talentos promissores não têm as mesmas oportunidades de desenvolvê-los.

Além disso, Longoria defendeu a importância de contar histórias de comunidades marginalizadas, que frequentemente enfrentam estereótipos e falta de representação. “Contar as histórias das comunidades marginalizadas nem sempre é fácil. Esta região (o Oriente Médio) sabe disso. E os cineastas que estão representados aqui, vocês veem as histórias que estão neste festival de cinema, elas devem ser aplaudidas”, declarou Longoria.

O Festival Internacional de Cinema do Mar Vermelho, que começou neste mês, continua até 14 de dezembro, prometendo trazer à tona novas vozes e histórias que comerciem com a diversidade e a inclusão de maneira robusta.

Em suma, a fala de Eva Longoria no Festival Internacional de Cinema do Mar Vermelho ilustra um ponto crucial sobre os desafios que a indústria cinematográfica enfrenta em termos de inclusão, e destaca a necessidade de um compromisso renovado com programas DEI. Ela coloca em evidência que as mudanças são necessárias não apenas para a evolução da indústria, mas para o enriquecimento das histórias que são contadas e representadas nas telas. E, por fim, ela nos convida a refletir: até que ponto estamos dispostos a ir para garantir que todas as vozes sejam ouvidas e todas as histórias sejam contadas de maneira justa e precisa?

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