Recentemente, a Agência de Contabilidade de Prisioneiros de Guerra e Pessoas Desaparecidas do Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou que o marinheiro da Marinha dos Estados Unidos, John C. Auld, que havia perdido a vida durante o ataque a Pearl Harbor em 1941, finalmente foi identificado. Essa revelação chegou quase 83 anos após a sua morte, trazendo um fechamento histórico não apenas para a história militar americana, mas também para a família de Auld e para todos aqueles que lamentam a violência e a perda que marcaram aquele fatídico dia em dezembro. O evento catastrófico, perpetuado por bombardeios aéreos, resultou na morte de 2.403 cidadãos americanos, sendo 1.177 a bordo do USS Arizona, representando uma das maiores perdas militares da história dos Estados Unidos.

John C. Auld, que contava apenas 23 anos na época do ataque, era natural de Newcastle, na Inglaterra, e estava asignado ao USS Oklahoma, um dos navios de guerra que estava ancorado em Pearl Harbor no dia 7 de dezembro de 1941. Ao longo de um ataque devastador realizado por pilotos japoneses, o USS Oklahoma sofreu múltiplos impactos de torpedos, culminando em sua capotagem em apenas 12 minutos após o primeiro impacto. No total, 429 tripulantes, incluindo Auld, perderam suas vidas, tornando este incidente o de maior perda de vidas a bordo de um navio americano durante o ataque, a exceção do USS Arizona, que registrou um número ainda mais alarmante de vidas perdidas. Dos quase 500 homens a bordo do Oklahoma, apenas 32 conseguiram sobreviver, em grande parte graças aos “atos de valor” de outros membros militares que se arriscaram para salvar os colegas na tragédia.


A USS Oklahoma capotada próxima ao USS Maryland
A USS Oklahoma capotada próxima ao USS Maryland. Os navios foram destruídos durante o ataque japonês a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941.
© CORBIS/Corbis via Getty Images

Após o ataque, levou três anos para que as equipes da Marinha recuperassem os restos mortais da tripulação. Os restos foram enterrados nos cemitérios de Halawa e Nu’uanu, em Oahu, em 1944, e em 1947, o processo de identificação começou. Em um esforço incrível, os restos foram desenterrados e transportados para um laboratório, onde 35 conjuntos de restos foram identificados. Os restos que permaneceram não identificados foram sepultados novamente no Cemitério Nacional do Pacífico, em Honolulu, Havai, e os nomes daqueles que não puderam ser identificados foram registrados nos Tribunais dos Desaparecidos no cemitério, perpetuando a memória dos que deram suas vidas.

Entre junho e novembro de 2015, novos esforços foram realizados para a exumação e análise dos restos mortais na DPAA. Utilizando uma combinação de análises antropológicas, análises de DNA e evidências circunstanciais, os cientistas conseguiram identificar Auld em 2018. No entanto, uma notável coincidência sobreveio: a DPAA só recentemente se deu conta de que a família de Auld já havia sido notificada sobre sua identificação, resultando em um atraso na divulgação ao público.


Marinheiro da Marinha dos EUA, John C. Auld.
Marinheiro da Marinha dos EUA, John C. Auld.
Agência de Contabilidade de Prisioneiros de Guerra e Pessoas Desaparecidas

O Departamento de Defesa anunciou, no início deste mês, que os restos de todos os membros da tripulação que faleceram a bordo do USS Oklahoma foram finalmente identificados. Para marcar a rara ocasião, a família de Auld recebeu um roseta em honra ao seu nome nos Tribunais dos Desaparecidos. Ele foi sepultado em Albuquerque, Novo México, na manhã de uma sexta-feira, segundo informações da DPAA e um anúncio de funeral disponível online.

Enquanto sobreviventes de Pearl Harbor se prepararam para comemorar o 83º aniversário do ataque, as histórias de coragem e sacrifício, como a de John C. Auld, continuam a ressoar e a lembrar a todos sobre os altos custos da guerra e os valores eternos de patriotismo e sacrifício pessoal. O desejo de trazer os restos de nossos heróis de volta ao lar é um testemunho permanente do amor e do respeito que continuamos a ter por aqueles que serviram e que deram suas vidas pela liberdade.

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