Declarações da Secretária do Tesouro mostram divergência nas políticas econômicas entre a atual administração e a de Trump

A Secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, fará um importante discurso na tarde desta quinta-feira, no Conselho de Relações Exteriores em Nova York, onde expressará suas preocupações sobre as propostas de tarifas amplas que têm sido apresentadas por ex-membros da administração Trump. Com as eleições se aproximando, as questões econômicas continuam a ser um ponto central para os eleitores, e Yellen utilizará seu discurso para reforçar que tais propostas tarifárias são “profundamente mal direcionadas”. Consequentemente, ela argumentará que a implementação de tarifas amplas não apenas elevasse a inflação, mas também comprometesse a competitividade das empresas americanas. As críticas de Yellen são particularmente significativas, considerando que o ex-presidente Trump apresentou tarifas rigorosas como um pilar essencial de sua agenda econômica e de crescimento nacional.

Em sua fala, embora Yellen não mencione Trump diretamente, suas observações serão um claro contraste com a filosofia econômica do ex-presidente. Durante a administração Trump, tarifas que totalizavam cerca de 300 bilhões de dólares em produtos chineses foram implementadas. A administração Biden manteve muitas dessas tarifas em vigor, e em alguns casos, optou por expandi-las. Yellen expressará que uma abordagem unificada, que ignora as relações jurídicas e diplomáticas com aliados, é um erro estratégico. “As chamadas para isolar a América com altas tarifas quaisquer pudéssemos ter sobre amigos e concorrentes, ou tratar nossos aliados mais próximos como parceiros transacionais, são profundamente mal direcionadas”, afirmará Yellen, de acordo com trechos divulgados pelo Departamento do Tesouro dos EUA.

Adicionalmente, Yellen enfatizará a necessidade de colaboração internacional frente a desafios globais contemporâneos, como a ruptura das cadeias de suprimento, a mudança climática e a preparação para pandemias. Ela apontará que “não podemos nem mesmo esperar avançar nossos interesses econômicos e de segurança — como opor-se à invasão ilegal da Rússia à Ucrânia — se decidirmos agir sozinhos”. Essa visão antagônica é representativa de uma abordagem multifacetada, que contrasta direta e fortemente com a política de ‘America First’ defendida por Trump, sugerindo que a complexidade dos problemas globais não pode ser abordada com uma estratégia simplista e isolacionista.

Por outro lado, Trump continua a defender sua política de tarifas, prometendo implementar tarifas de até 20% sobre cada importação estrangeira caso retorne ao cargo, além de uma tarifa superior a 60% sobre todos os produtos importados da China, incluindo uma “tarifa de 100%” para os países que se desviarem do uso do dólar americano. Ele afirmou em um discurso recente que a palavra “tarifa” é a mais bela do dicionário, traduzindo sua convicção de que essas medidas protegerão a economia nacional, criando um ambiente favorável para o retorno de empresas aos EUA. Trump sustentou que, apesar das críticas sobre os efeitos adversos que as tarifas poderiam trazer à classe média e pequenos empresários, acredita que a proteção econômica oferecida pelas tarifas trará mais benefícios a longo prazo.

Enquanto Yellen articula uma visão sobre a importância de uma política tarifária mais equilibrada e que leve em consideração os impactos nas famílias americanas, as posições de Trump continuam a provocar debates acalorados sobre a direção econômica do país, especialmente com as eleições se aproximando. A resposta da população e os impactos reais de tais políticas, tanto na atual administração quanto nas propostas de Trump, serão fundamentais para determinar o futuro econômico dos Estados Unidos nos próximos anos.

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