Recentemente, o Departamento de Saúde Pública da Califórnia (CDPH) emitiu um alerta em 24 de novembro informando a população sobre o recall de um lote de leite após a detecção da gripe aviária em uma amostra de varejo. Este comunicado é apenas a última atualização de um surto de gripe aviária que se espalhou por vários estados, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A Organização Mundial da Saúde (OMS) qualifica a atual epidemia como uma “preocupação significativa para a saúde pública”, o que levanta uma série de questões sobre a gripe aviária, seu impacto sobre humanos e o que realmente devemos fazer para nos proteger.
O Que É a Gripe Aviária e Como Ela Se Espalha?
A gripe aviária, ou influenza aviária altamente patogênica (HPAI), é causada por um vírus que pode resultar em doenças graves e até morte em aves e mamíferos. Esse vírus tem uma longa trajetória, e obteve atenção internacional pela primeira vez no final da década de 1990, após um surto entre galinhas no sul da China. O subgrupo H5 da gripe aviária possui nove subtipos, sendo o H5N1 o responsável pela atual epidemia que preocupa as autoridades de saúde.
Atualmente, a gripe aviária foi identificada em aves comerciais e de quintal em 49 estados dos EUA. Os dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) indicam que este ano foram registrados 57 casos de gripe aviária em humanos, a maioria decorrente de exposição a gado ou aves. O sistema de saúde informa que o vírus continua a se espalhar entre o gado em sete estados, incluindo Califórnia, Oregon, Washington, Colorado, Michigan, Missouri e Texas. Importante ressaltar que não há evidências que a gripe aviária seja transmitida de humano para humano.
Risco de Pandemia: O Que Dizem os Especialistas?
Embora haja incertezas, a Organização Mundial da Saúde não classifica atualmente o surto de gripe aviária como uma emergência de saúde global. Dr. Joseph Khabbaza, especialista em Cuidados Críticos e Pneumologia da Cleveland Clinic, destaca que a situação atual não é comparável aos graus de preocupação gerados pela pandemia de Covid-19. Ele explica que “não há transmissão de humano para humano que realmente ocorra”, o que representa um risco muito menor para a população em geral.
O especialista alerta, no entanto, que pessoas que trabalham em campos com exposição próxima a aves e gado devem ser as mais vigilantes. “Uma porcentagem muito pequena de pessoas está em risco de infecção”, afirma Dr. Khabbaza. Ele sugere que a comunidade médica deve estar atenta a quaisquer indicações de transmissão humano a humano, especialmente se houver agrupamentos de casos em regiões específicas.
A Segurança de Produtos Avícolas e Lácteos em Tempos de Surto
Em abril, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) anunciou que fragmentos do vírus da gripe aviária foram encontrados em amostras de leite comercializadas nas lojas. O CDC adverte que as pessoas não devem consumir “leite cru contaminado com o vírus A(H5N1) como forma de desenvolver anticorpos contra ele”. A pasteurização – processo que consiste em aquecer o leite a uma temperatura que elimina patógenos – garante os benefícios nutricionais do leite sem os riscos associados ao seu consumo cru.
Além disso, o CDC recomenda que as carnes de aves, ovos e carne bovina sejam bem cozidas a temperaturas internas seguras para garantir que bactérias e vírus sejam eliminados, garantindo uma maior segurança para os consumidores.
Quais São os Sintomas da Gripe Aviária e Como Deve Ser o Tratamento?
Os sintomas da gripe aviária podem incluir febre, fadiga, tosse, dores musculares, dor de garganta, falta de ar, congestão ou coriza, vermelhidão nos olhos, dores de cabeça e pneumonia que pode exigir hospitalização. Sintomas menos comuns incluem diarreia, náusea, vômito e até convulsões. Normalmente, o tratamento é realizado com Tamiflu, ou oseltamivir, um dos principais medicamentos utilizados para tratar casos normais de influenza.
Pessoas que tiveram contato próximo com aves doentes ou mortas, ou com superfícies contaminadas, devem entrar em contato com o departamento de saúde local ou estadual para uma avaliação adequada. No geral, a população não deve entrar em pânico; conforme enfatiza o Dr. Khabbaza, “para a grande maioria dos americanos, não deve haver medos semelhantes aos gerados pela Covid-19”. Portanto, mantenha-se informado e, se estiver em um grupo de risco, tome as devidas precauções.
Portanto, esteja atento às notícias e informações relacionadas a este surto e proteja-se da melhor forma possível. Afinal, conhecimento é poder e estar informado é o primeiro passo para garantir a sua saúde e a de sua família.