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Em meio a uma contração da indústria após o fim do Peak TV, um grupo de renomados criadores de conteúdo se reuniu durante um painel do Red Sea Film Festival, na saudita Jeddah, para discutir a importância de retornar às raízes locais antes de se aventurar em plataformas de streaming globais. Os especialistas enfatizaram que a autenticidade é a chave para ressoar com o público, uma afirmação que, embora simples, carrega um peso significativo em um cenário de produções cada vez mais industriais e, muitas vezes, impessoais.

Tima Shomali, criadora da série AlRawabi School for Girls, da Netflix, destacou durante o painel que “o mais importante é a autenticidade. Escreva sobre o que você conhece, sem a intenção de torná-lo global”. Esse retorno ao localismo representa uma estratégia não apenas sensata, mas necessária para quem deseja sobreviver na nova era da TV.

A discussão girou em torno do que significa ser local em um mundo cada vez mais conectado. As oportunidades para criar conteúdo autêntico que ressoe internacionalmente nunca foram tão acessíveis. David Davoli, presidente da Anonymous Content, corroborou esta ideia, argumentando que “fazer o conteúdo mais autêntico é a receita para o sucesso atualmente”. Essa afirmação se torna ainda mais relevante quando se considera o contexto de streaming, onde plataformas como Amazon e Netflix buscam diversificar seus catálogos com conteúdo que tenha um toque local, capaz de captar a atenção tanto de espectadores locais quanto globais.

“As pessoas são inteligentes”, disse Nicholas Weinstock, presidente da Invention Studios, ressaltando que tentativas corporativas de criar conteúdo que apele a todos podem se tornar uma armadilha. “Quando há tentativas corporativas de se tornar amplo e atingir a todos, isso gera uma repulsa”, declarou. É uma visão que ecoa as sensibilidades do público atual, que é cada vez mais crítico em relação ao que consome.

Weinstock também mencionou seu trabalho com criadores locais em mercados da África e do Oriente Médio, como Líbano e Quênia, onde a produção de conteúdo é mais acessível. Ele observou que essa é uma estratégia essencial em tempos em que os orçamentos para conteúdo estão sendo cortados e as plataformas de streaming ainda necessitam de novos produtos para atrair clientes. “Não só conseguimos produzir nossos programas, mas podemos criar modelos que podem nos levar ao futuro. Isso é uma verdadeira força”, acrescentou.

A conversa também abordou a necessidade de que os criadores de conteúdo tenham total confiança em suas vozes criativas. Ritesh Sidhwani, co-fundador da Excel Entertainment na Índia, defendeu a ideia de que os criadores não devem se intimidar quanto ao tempo que suas produções levarão para encontrar seu público. É a crença em sua proposta que poderá ser a chave para o sucesso. “Nos últimos um ou dois anos, as plataformas de streaming nos deram feedbacks de que é um sucesso lento no segundo episódio. Balela. Existem muitos exemplos de séries de sucesso que começaram como lentas”, disse ele, enfatizando a importância de permanecer fiel à visão original.

Além disso, a força das redes sociais, como TikTok, foi citada como uma ferramenta que pode redefinir o que se considera televisão mainstream. Davoli, da Anonymous Content, indicou que o potencial do “economia dos criadores” será uma força avassaladora que muitos ainda não perceberam. “Vai ser um tsunami. Todos estão mirando no mainstream, mas a verdadeira revolução está nas vozes individuais que surgem por meio dessas plataformas”, argumentou.

Para concluir, o painel do Red Sea Film Festival não apenas destacou o que muitos já sentiam: a era do Peak TV acabou e estamos diante de um novo capítulo que celebra o localismo e a autenticidade. Os criadores de conteúdo têm agora a oportunidade de se reinventar, alcançando sinergias entre o que é local e o que é global, com a promessa de um futuro vibrante para a televisão.

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