A National Basketball Association (NBA) está finalmente dando um passo estratégico para voltar a um dos mercados mais significativos do mundo, a China. Cinco anos depois de ter enfrentado severas restrições de acesso ao país, a liga anunciou que irá realizar dois jogos de pré-temporada em Macao, programados para os dias 10 e 12 de outubro do próximo ano. Este retorno representa não apenas um marco para a NBA, mas também a possibilidade de revitalizar seu relacionamento com o vasto público chinês, onde o basquete é extremamente popular.
Os jogos contarão com os Brooklyn Nets enfrentando o Phoenix Suns no renomado Venetian Arena, que promete ser um palco vibrante para a competição. Além dos jogos, a NBA também planeja inaugurar uma loja flagship em Macao, um passo que visa aumentar o envolvimento da marca e sua presença na região. O vice-comissário e COO da NBA, Mark Tatum, expressou entusiasmo em levar a emoção dos jogos para uma das zonas emergentes do esporte no mundo. “Trazer jogos de pré-temporada para Macao mostrará a emoção que a NBA proporciona aos fãs”, comentou Tatum em um comunicado à imprensa.
Além dos jogos em si, a NBA planeja diversas atividades interativas, programas de desenvolvimento juvenil e iniciativas de impacto social que visam engajar ainda mais a comunidade local. Tatum destacou que tanto o Brooklyn Nets quanto o Phoenix Suns dispõem de uma mescla empolgante de estrelas consagradas e novos talentos, prometendo um espetáculo que irá entreter e inspirar jovens jogadores e fãs da cultura do basquete na região.
É importante ressaltar que a presença da NBA na China sempre foi marcada por um imenso seguimento. Antes do bloqueio efetivo em 2019, a liga havia realizado importantes investimentos e promoções no país, apresentando uma série de eventos, incluindo jogos da pré-temporada e exibições de estrelas. Contudo, a relação azedou após um tweet do ex-gerente geral do Houston Rockets, Daryl Morey, que expressou apoio a manifestações pró-democracia em Hong Kong, gerando uma onda de descontentamento com o governo chinês. Este episódio resultou em uma suspensão das transmissões da NBA na China durante um ano, levando a liga a uma perda financeira substancial que Adam Silver, comissário da NBA, estimou em “centenas de milhões de dólares”.
Desde o seu pico, o basquete viu um declínio em sua visibilidade na China, onde, entre 2004 e 2019, 17 equipes da NBA jogaram 28 partidas. O clima político resultante das tensões em Hong Kong e os esforços de Beijing para desacreditar movimentos democráticos também dificultaram as operações da liga na região. Apesar disso, os ventos da mudança parecem agora soprar a favor da NBA. A liga está gradualmente restabelecendo sua imagem e desapego com os eventos políticos, como demonstrado pelo fato de que agora estão programadas atividades, incluindo uma partida de lendas da NBA em Macao, com seis ex-jogadores estrelando o jogo.
Os líderes das duas franquias participantes também mostraram grande otimismo a respeito do que voltar à China significa para suas respectivas organizações. O gerente geral do Brooklyn Nets, Sean Marks, enfatizou a importância de competir no cenário global e a expectativa de proporcionar experiências imersivas aos seus jogadores e técnicos. Por toda parte, a ideia de conectar-se com torcedores em todo o mundo, especialmente na China, está criando uma nova narrativa para a liga, com os Suns também compartilhando sua visão de expandir o alcance global da franquia.
O renascimento da presença da NBA na China pode marcar o início de uma nova era, onde o esporte superará as rivalidades políticas e reforçará o envolvimento cultural entre as nações. O trabalho da liga em Macao pode ser um indicativo positivo de que, mesmo após anos de tensões, há um caminho viável para a reconexão que se concentra não apenas no basquete, mas na construção de um legado comum em meio a desafios globais.