Recentemente, Hollywood e produtores internacionais têm voltado seu olhar para a Arábia Saudita, em busca de novas oportunidades de financiamento de projetos cinematográficos em meio a uma severa contração da indústria. Isso ocorreu durante o renomado Festival de Cinema do Mar Vermelho, onde o potencial do crescente mercado cinematográfico saudita e as facilidades financeiras disponíveis atraíram a atenção de muitos.
Em uma das palestras intitulada “Encontrando a Próxima Grande Coisa”, Zeinab Abu Alsamh, gerente geral dos Estúdios MBC, afirmou: “Prometo a vocês, nós somos a próxima grande coisa. A Arábia Saudita é a próxima grande coisa.” Essas afirmações foram feitas em um contexto onde cresce um robusto esquema de incentivos financeiros, destinado a empresas locais e estrangeiras, com o objetivo de desenvolver a indústria cinematográfica e de televisão do país, que se encontra praticamente em seus primórdios.
A implementação desses esquemas de “dinheiro suave” visa beneficiar tanto os cineastas locais quanto aqueles que desejam investir na Arábia Saudita. Os produtores de filmes internacionais e as agências de distribuição, que se encontram em um cenário de disrupção já sem precedentes, parecem considerar a Arábia Saudita como uma grande oportunidade para explorar. Glen Basner, CEO da Filmnation Entertainment, durante sua visita ao festival, expressou otimismo sobre as possibilidades oferecidas pelas facilidades de financiamento e pela crescente infraestrutura na região. “Este é um lugar para realmente aprender a fazer um filme aqui”, disse ele.
O ambiente cinematográfico atual, onde operadoras tradicionais de pay TV estão cada vez mais cautelosas com seus orçamentos, torna importante para as empreiteiras cinematográficas norte-americanas explorar novos meios de financiamento. Isso é essencial, já que encontramos uma recessão significativa na receita proveniente de operadoras de TV a cabo nos EUA. As palestrantes do painel concordaram que um foco em co-produções internacionais e parcerias com produtores locais pode oferecer um respiro em tempos difíceis.
Katie Irwin, diretora de internacional da WME Independent, enfatizou a necessidade de sua agência em liderar o mercado, em vez de simplesmente observá-lo. “Precisamos estar à frente das tendências e não apenas esperar para ver como o mercado de filmes independentes se moldará. Isso pode ser especialmente desafiador, mas também pode trazer grandes recompensas”, argumentou Irwin.
Shorr, COO da Fremantle, também espelhou a opinião de Irwin em sua consideração sobre as oportunidades que o “dinheiro suave” e as co-produções internacionais podem trazer para os projetos de filmagem. “Estamos muito bem preparados e temos experiência no uso de dinheiro suave em todos os diferentes países. Isso é uma grande força para nós”, afirmou Shorr, que já começou uma nova filmagem na Austrália e se prepara para desenvolver projetos na Itália e na Espanha.
O Festival de Cinema do Mar Vermelho continua até 14 de dezembro e promete ser um celeiro de ideias e colaborações que visam transformações significativas na indústria cinematográfica regional e global.