Mãe e filha enfrentam o legado do câncer de mama ao se submeterem a mastectomias preventivas
No contexto de uma batalha familiar contra o câncer de mama, uma mãe e sua filha estão emergindo como fontes de inspiração e consciência, buscando transformar um legado trágico em um testemunho de resiliência e proatividade. Susan Madigan, de 52 anos, e sua filha Cailynn, de 26, ambas residentes de Pittsburgh, na Pensilvânia, compartilharam uma experiência comovente após descobrirem que carregavam o gene BRCA2, um fator que aumenta significativamente o risco de desenvolver câncer de mama e ovário. Esta revelação genética não só alterou suas vidas, mas também ofereceu um novo propósito para elas, que agora desejam incentivar outras pessoas a tomarem controle de sua saúde, especialmente em relação ao câncer de mama.
A jornada de Susan e Cailynn começou em 2013, quando o pai de Susan foi diagnosticado com câncer de mama. Infelizmente, ele também era portador do gene BRCA2 e sua luta contra a doença culminou em um estado debilitante. O sofrimento que presenciaram foi intenso, e a perda de seu pai em setembro de 2015 deixou Cailynn em um estado de negação que só foi confrontado anos depois, quando decidiu fazer um teste genético para avaliar os riscos que ela poderia estar enfrentando devido ao histórico familiar.
A determinação de Cailynn a partir do resultado positivo do teste para o gene BRCA foi claro: uma mastectomia dupla preventiva era o passo necessário a ser seguido. Com quase dois anos de pesquisa sobre mastectomias e reconstruções mamárias, Cailynn entrou em contato com a cirurgiã plástica Dr. Andrea Moreira. Cailynn manifestou sua intenção de assumir o controle total de sua saúde e evitar o destino doloroso de seu avô. “Eu já havia decidido que queria fazer isto”, afirmou. Ao acompanhar a coragem da filha, Susan também se viu inspirada e decidiu se submeter ao mesmo procedimento cirúrgico, apesar de ter recebido o diagnóstico do gene BRCA em 2014 sem ter tomado ações anteriormente.
O apoio emocional e prático que ambas se proporcionaram durante o processo foi inestimável. Cailynn recorda como se sentira aterrorizada antes da cirurgia, mas ter sua mãe ao seu lado fez toda a diferença. “Foi incrível ter alguém que sabia exatamente pelo que eu estava passando”, disse Cailynn. “Penso que ela é a coragem e eu sou o suporte. Esses são nossos papéis”, completou Susan.
Ambas passaram pelas cirurgias em novembro de 2022 e se submeteram a reconstruções simultâneas. Para elas, essa experiência não foi apenas sobre a cirurgia, mas também sobre a redução da ansiedade e do medo que carrega o histórico familiar de câncer. “Sinto que finalmente parei de esperar o pior. Quando descobri que tinha o gene BRCA2, me dei conta de que não era uma questão de se eu teria câncer de mama, mas de quando isso aconteceria. Agora, minha chance é irrisória”, declarou Cailynn, aliviada com a decisão tomada de forma assertiva.
Após a cirurgia, Cailynn sentiu a necessidade de compartilhar sua história e a da mãe, visando aumentar a conscientização sobre os testes genéticos e a importância de se tomar medidas preventivas. Ela exhortou a comunidade a lembrar que o câncer de mama não é uma preocupação sazonal, mas uma batalha que deve ser enfrentada todos os dias do ano, e que homens também devem estar cientes dos riscos. Com a expectativa de que sua história possa motivar outras pessoas a buscar exames e fazer mudanças significativas em suas vidas, Cailynn destacou que “conhecimento é poder”.
O grande esforço de Cailynn foi reconhecido pela American Society of Plastic Surgeons (ASPS) através do programa “Patients of Courage: Triumph Over Adversity”, que celebra aqueles que se tornam defensores da saúde. A nomeação por sua médica não só a emocionou, mas também a encheu de gratidão pela oportunidade de amplificar sua mensagem sobre prevenção e conscientização em relação ao câncer de mama e à reconstrução mamária. Com esse reconhecimento, Cailynn busca abrir mais portas para a discussão vital que envolve os riscos e as opções de tratamento, enfatizando o papel ativo que cada indivíduo pode desempenhar na sua saúde.
Transformando dor em ação: o legado que inspira e mobiliza
A história de Susan e Cailynn Madigan transcende o ato de se submeterem a cirurgias. Ela simboliza a luta incessante contra a desinformação e a normalização da conversa sobre genética relacionada ao câncer, algo que pode salvar vidas. A coragem da mãe e da filha, que se apoiaram mutuamente em um dos momentos mais desafiadores de suas vidas, serve como um testemunho da força que reside na Unidade familiar. Seus esforços visam não apenas a prevenção do câncer, mas também a construção de um futuro onde menos pessoas sofram e mais indivíduos se empoderem na busca por sua saúde pessoal.