Início das apresentações ocorre antes da estreia oficial marcada para Novembro

O renomado ator e ganhador do prêmio Tony, James Monroe Iglehart, está prestes a fazer história ao interpretar o icônico cantor de jazz Louis Armstrong no novo musical da Broadway intitulado “A Wonderful World”. As apresentações iniciais começaram na quarta-feira, 16 de outubro, no Studio 54, em Nova York, preparando o palco para a estreia oficial marcada para o dia 11 de novembro. A produção não apenas destaca a trajetória musical de Armstrong, mas também reflete as experiências de vida de Iglehart, que trabalha neste projeto também como co-diretor ao lado de Christopher Renshaw e Christina Sajous.

Uma conexão especial entre Iglehart e Armstrong

Em uma entrevista exclusiva, James Monroe Iglehart compartilhou suas reflexões sobre Louis Armstrong e as semelhanças que ele percebe em suas vidas e trajetórias. “O que achei mais interessante é o quanto, em certos aspectos, sinto que realmente o entendo”, declarou Iglehart. Ele enfatizou que, assim como Armstrong, ele também evita conflitos e busca a felicidade na arte do atuar. A paixão de Armstrong pela música e seu desejo de se distanciar de dramas financeiros e pessoais ressoaram fortemente com Iglehart, que também enfrentou críticas e pressões durante sua própria carreira, especialmente relacionadas à sua identidade como performer negro.

Iglehart recordou suas experiências na escola, quando foi criticado por seus colegas, que afirmavam que ele não era “suficientemente negro” ou que sua música agradava apenas aos brancos. Em suas palavras, “ouvir essas pessoas que se pareciam comigo dizer que eu não era negro o suficiente me machucou muito.” Essas dificuldades, assim como a luta de Armstrong durante o Movimento dos Direitos Civis, trouxeram uma conexão emocional significativa para Iglehart, que percebeu a relevância e a dor das vivências retratadas na vida do famoso músico. “Ele passou por muito mais do que eu, mas eu encontrei uma conexão definida com ele em aqueles momentos”, refletiu Iglehart.

O impacto do documentário de Ken Burns na criação do musical

A sinopse oficial do musical promete oferecer um olhar fascinante sobre a “incrível jornada” de Louis Armstrong, que começou em Nova Orleans e culminou em sua fama mundial. Esta ideia começou a tomar forma na mente de Iglehart durante o período de isolamento devido à pandemia da COVID-19, quando assistiu a uma série de documentários de Ken Burns sobre jazz. Ele ficou tão impressionado que pensou: “Alguém deveria fazer um musical sobre esse homem.” Após descobrir que havia uma produção em desenvolvimento, Iglehart foi convidado a representar o papel principal, aceitando com entusiasmo a proposta.

Antes de levar o projeto para a Broadway, Iglehart já havia se destacado na produção durante as etapas pré-Broadway em Nova Orleans e Chicago. Desde o início, ele se viu envolvido não apenas como ator, mas também contribuindo com ideias criativas que eventualmente o levaram a assumir um papel na direção. “Eu não estava realmente pensando em dirigir”, Iglehart explicou, “mas, conforme trabalhávamos no show, percebi que tinha muitas opiniões e a equipe criou uma dinâmica colaborativa onde minhas ideias foram valorizadas.” Ele, então, decidiu aceitar o desafio e estava animado para moldar a produção ao lado de seus colegas criativos.

Preparação vocal e busca pela autenticidade no papel

Para dar vida ao vibrante personagem de Armstrong, James Monroe Iglehart procurou ajuda de seu amigo Alex Brightman, um ator de palco que possui experiência em transformações vocais extremas, devido ao seu papel no musical “Beetlejuice”. Iglehart relatou que, enquanto a fala não apresentou dificuldades, os desafios começaram no momento de cantar. Brightman, então, o indicou a seu professor de voz, Deric Rosenblatt. Durante a sessão, Rosenblatt deixou claro que, embora não houvesse uma maneira saudável de imitar a voz inconfundível de Armstrong, eles trabalhariam juntos na abordagem mais adequada para preservar a saúde vocal de Iglehart, que estava determinado a trazer autenticidade ao seu desempenho.

A mensagem que “A Wonderful World” deseja transmitir ao público

À medida que a estreia no palco da Broadway se aproxima, Iglehart refletiu sobre o que aprendeu durante essa jornada e o que espera que o público retire do musical. “Para ser honesto, eu realmente quero que eles se divirtam. Quero que sejam entretidos pela história e fascinados pela música”, destacou o ator. No entanto, ele também deseja que os espectadores saiam do teatro levando consigo lições valiosas. “Quero que eles saibam que a vida é feita de escolhas. Louis disse uma vez, ‘A música é como a vida’. As notas começam no início e a canção termina. O que você faz entre essas notas é o que importa”, explicou Iglehart, reforçando a ideia de que a vida é uma composição onde as escolhas são fundamentais para sua apreciação total.

Com os ingressos para “A Wonderful World” agora disponíveis, as expectativas em torno do musical são altas, prometendo uma experiência emocionante e cheia de reflexões sobre a vida e a música do lendário Louis Armstrong.

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