No cenário atual de investimentos, muitos capitalistas de risco têm enfrentado dificuldades significativas para capturar novos recursos. Entretanto, a Dimension Capital, uma empresa de capital de risco com apenas dois anos de existência, teve uma experiência não apenas favorável, mas exemplar ao angariar seu segundo fundo. Esse fundo, que ultrapassou em muito as expectativas iniciais, totalizando $500 milhões, é um testemunho da crescente confiança nas oportunidades presentes no cruzamento entre tecnologia e ciências biológicas.
Após o sucesso do seu primeiro fundo, que fechou com $350 milhões, a Dimension Capital teve a grata surpresa de ver todos os investidores do fundo inicial se manifestando rapidamente para aportar no novo projeto. Zavian Dar, um dos fundadores e sócios-gerentes da firma, mencionou que a Dimension também conseguiu atrair alguns novos investidores, no entanto, optou por “rejeitar a vasta maioria dos LPs interessadas”, uma decisão que denota inteligência estratégica e foco na qualidade em vez da quantidade de parcerias. Com a meta inicial fixada em $400 milhões, o aumento no valor captado reflete não apenas a confiança dos investidores, mas também a resiliência e a visão inovadora da equipe fundadora.
A chave para o sucesso da Dimension está em seu foco distintivo na interseção de tecnologia e ciências da vida, uma área que tem ganhado destaque especialmente com os avanços na descoberta de medicamentos utilizando inteligência artificial. Zavian Dar acredita que a Dimension se destaca como a primeira empresa de capital de risco totalmente dedicada a “conectar a biologia à ciência da computação”, um reflexo da necessidade crescente de tais interações no atual ecossistema de inovação.
Desde sua fundação em 2022, a Dimension Capital já investiu em cerca de 20 empresas, sendo que aproximadamente metade delas ainda não foram reveladas ao público. Entre suas startups conhecidas, destaca-se a Chai Discovery, uma empresa que está desenvolvendo um modelo de IA de código aberto voltado para a descoberta de medicamentos. Em setembro deste ano, a Chai recebeu $30 milhões em financiamento inicial, sendo liderada pela Thrive Capital e pela OpenAI, com a participação da Dimension. Outro investimento importante foi na Enveda Biosciences, uma biotech que utiliza IA para desenvolver medicamentos a partir de compostos naturais, que angariou $130 milhões em uma rodada Série C no mês passado.
Originalmente, os sócios da Dimension haviam declarado que o foco estaria principalmente em investimentos em estágios iniciais, mas essa abordagem foi ampliada, abrangendo assim todos os estágios de desenvolvimento, desde a concepção até empresas públicas. Destaca-se, por exemplo, o investimento na Monte Rosa, uma biotech que utiliza ferramentas de inteligência artificial para o desenvolvimento de medicamentos, já listada no mercado público. Essa flexibilidade na abordagem permite à Dimension capitalizar oportunidades que variam entre cheques pequenos, a partir de $1 milhão, até montantes superiores a $30 milhões, mantendo um portfólio que provavelmente contará com cerca de 20 empresas, como foi estabelecido no primeiro fundo.
Atualmente, o portfólio da Dimension se divide aproximadamente entre empresas focadas em descoberta de medicamentos e aquelas voltadas ao desenvolvimento de software e infraestrutura para o setor biofarmacêutico, como a startup em sigilo que está criando robôs para automatizar experimentos laboratoriais. Isso denota uma visão ampla e integrada do setor, alinhando inovação tecnológica com as necessidades do mercado de ciências da vida.
A Dimension Capital optou por não divulgar os nomes dos seus LPs, mas afirmou que a lista inclui endowments, hospitais, instituições de pesquisa, entre outros. Em uma distinção importante, e que se afasta de muitos VCs tradicionais de ciências da vida, a Dimension só irá investir em startups de biotecnologia que tenham pelo menos 25%, 30% ou até 40% de sua equipe composta por biólogos computacionais. Adam Goulburn, outro sócio da firma, enfatiza que esses profissionais são os praticantes de machine learning, engenheiros de IA e robóticos que trabalham em conjunto com químicos e biólogos para otimizar o processo de descoberta de drogas.
Por fim, Zavian Dar expressou sua admiração pelos fundadores que têm decidido iniciar empresas nesse setor. “Uma das coisas mais impressionantes deste momento é o calibre dos empreendedores”, destacou. “Essas pessoas extremamente ambiciosas, tecnicamente competentes e com um excelente entendimento científico estão entrando nesse espaço, e isso é promissor.” Assim, a Dimension Capital não apenas está liderando investimentos em biotecnologia, mas também moldando o futuro da indústria ao conectar o conhecimento científico com as inovações tecnológicas mais recentes.
Para saber mais sobre as inovações na interseção entre tecnologia e ciências da vida, visite o site da Dimension Capital.