Manila — No início da tarde do dia 9 de dezembro de 2024, o vulcão Kanlaon, localizado na ilha central de Negros, nas Filipinas, entrou em erupção, levando a uma impressionante coluna de cinzas que alcançou mais de 8.000 pés (cerca de 2.438 metros) de altura. De acordo com as autoridades locais, o fenômeno natural gerou uma nuvem de cinzas que se estendeu por 2,5 milhas e provocou um alerta imediato para a evacuação de várias comunidades nas proximidades, destacando a vulnerabilidade desse país composto por mais de 7.600 ilhas e que abriga 24 vulcões ativos em sua geografia.
A erupção, que durou quase quatro minutos, foi acompanhada por uma explosão de cinzas quentes, gases e rochas fragmentadas que desceram por mais de 2 milhas pela encosta sudeste do vulcão. Maria Antonia Bornas, chefe de monitoramento vulcânico do Instituto Filipino de Vulcanologia e Sismologia, caracterizou a gravidade da situação, comparando o impacto das correntes de densidade piroclástica a ser atropelado por um veículo em alta velocidade. As autoridades de saúde são enfáticas quanto ao perigo do inalação das partículas de cinzas, que podem causar asfixia e outros problemas respiratórios sérios, tornando a evacuação das comunidades circunvizinhas uma prioridade.
Com base nas informações do governo filipino, aproximadamente 87 mil residentes de 15 vilas dentro de um raio de seis quilômetros do cratera foram colocados sob ordem de evacuação, segundo um comunicado publicado na agência oficial. Os moradores começaram a sair de suas casas em direção a centros de acolhimento, onde as autoridades tomaram providências para garantir a segurança e assistência médica aos evacuados. O impacto da erupção, embora significativo em termos de nuvens de cinzas, não resultou em relatos imediatos de feridos ou danos materiais, embora a situação ainda esteja em evolução. No entanto, os especialistas alertam que a possibilidade de chuvas fortes poderia agravar ainda mais a situação, provocando deslizamentos de terra e enterrando comunidades sob sedimentos vulcânicos.
Durante a evacuação, Dianne Paula Abendan, uma residente de La Castellana, capturou em vídeo cenas dramáticas da fumaça espessa e cinza que subia em direção ao céu, um testemunho poderoso do fenômeno em curso. “Nos últimos dias, temos visto fumaça negra saindo do vulcão. Esperávamos que ele entrasse em erupção a qualquer momento,” relatou à agência de notícias AFP.
Os voos para e do aeroporto internacional Bacolod-Silay, a principal porta de entrada aérea para a região, continuaram operando normalmente, embora as autoridades de aviação tenham emitido advertências para que as companhias aéreas evitassem voar abaixo de 10.000 pés nas proximidades do vulcão. O Civil Aviation Authority of the Philippines reiterou a necessidade de cautela, destacando as potenciais ameaças de erupções intempestivas e atividades magmáticas que poderiam surgir subitamente.
A história do vulcão Kanlaon revela uma longa trajetória de atividade eruptiva, com mais de 40 erupções registradas desde o ano de 1866. Em setembro deste ano, centenas de residentes da região foram evacuados depois que a montanha disparou milhares de toneladas de gases prejudiciais ao meio ambiente em um único dia. Um alerta significativo foi registrado em 1996, quando três alpinistas perderam a vida devido à emissão de cinzas provocadas pela erupção do vulcão. A situação atual exige atenção redobrada, tanto do governo quanto da população, à medida que os cientistas e autoridades monitoram constantemente o comportamento do Kanlaon, buscando qualquer sinal de uma nova e perigosa atividade vulcânica.
O vulcão Kanlaon nos lembra que a natureza, com suas forças implacáveis, continua a ter a última palavra quando se trata de nossa segurança e de nosso bem-estar. Afinal, mesmo quando achamos que estamos no controle, é a terra quem dita o ritmo de nossa existência, e, por mais preparados que possamos estar, sempre há um risco inerente em viver em regiões de atividade vulcânica. Que esta erupção sirva como um lembrete da fragilidade da nossa existência e da importância de estarmos sempre prontos para reagir a qualquer chamado da natureza.